Potência Multissetorial: da indústria ao turismo, os motores da economia da Serra
Segundo episódio da série Radar Econômico Serra apresenta o potencial industrial do município que tem o maior PIB do Estado
A indústria foi e continua sendo o principal vetor de crescimento do município da Serra. Desde o início da década de 1970, com a fundação da Companhia Siderúrgica de Tubarão (CST), hoje ArcelorMittal, e a criação do Centro Industrial de Vitória (Civit), o município mantém sua pujança, abrigando o maior parque industrial do Espírito Santo.
Não por acaso, a Serra detém um PIB de R$ 37,3 bilhões, o maior do Espírito Santo e o trigésimo maior do Brasil, segundo o IBGE (dados de 2021), demonstrando seu papel decisivo no desenvolvimento econômico regional.
Dos 10 maiores investimentos para o Espírito Santo até 2029, segundo o Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), três estão na Serra, sendo os três da iniciativa privada. Isso demonstra que o setor industrial do município continua em expansão, potencializando, inclusive, outros setores, como logística, serviços e turismo.
Alberto Gavini, diretor-geral da Agência de Desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas e do Empreendedorismo do Espírito Santo (Aderes), comenta que um conjunto de fatores contribuem para que a Serra seja essa potência industrial do Espírito Santo.
Ele citou alguns, como o fato de ser cortada pela BR-101, ter proximidade com aeroporto e portos e ter um relevo que apresenta grandes áreas de planície, o que facilita o desenvolvimento de obras.
“Além disso, a Serra teve administrações públicas muito inovadoras, que desenvolveram projetos de planejamento de longo prazo, delimitando uma Serra diferente e, com isso, propiciou incentivos ao setor industrial”, frisa Gavini.
A Serra concentra grandes empresas dos setores metalúrgico e siderúrgico. A ArcelorMittal, uma das maiores siderúrgicas do mundo, anunciou um investimento de R$ 4 bilhões na cidade.
O município também é considerado a capital do plástico no Espírito Santo, e concentra ainda mais da metade da produção estadual de material elétrico e de comunicações.
Outro destaque é a indústria da construção civil, um motor da economia serrana, impulsionada pelo crescimento populacional e urbano da cidade.
Formação de mão de obra
Para fazer a indústria funcionar é preciso mão de obra. Por conta disso, a Serra é protagonista na geração de empregos formais no Espírito Santo. De acordo com dados do Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego, no primeiro semestre de 2025, o município registrou saldo positivo de 2.773 vagas.
Isso pode ser analisado como reflexo de investimentos contínuos em qualificação profissional, apoio ao empreendedorismo local e atração de novos empreendimentos no município.
Engenheiro, professor, empreendedor e fundador da Faculdade UCL, Sandro Lobato conhece bem o município e comenta que as empresas demandam mão de obra em vários níveis, desde o básico até o superior com mestrado e doutorado, e que as instituições de ensino precisam conhecer essa necessidade.
Ele lembra que no caso da UCL, faculdade instalada na Serra, desde o início, quando a instituição começou a elaborar os projetos dos cursos, houve essa interação com as indústrias para saber do que eles precisavam.
“Acho isso muito importante. Conseguir entender o que as empresas estão precisando na ponta para que as instituições de ensino, como a própria UCL, o Ifes e o Sistema S possam entregar profissionais qualificados para dar continuidade a esse crescimento.”
Principais setores industriais da Serra
Metalurgia e Siderurgia
O município é um importante polo metalúrgico e siderúrgico, abrigando grandes empresas. Em 2024, a ArcelorMittal, uma das maiores do setor, anunciou um investimento de R$ 4 bilhões na cidade.
Plástico
A Serra é considerada a “capital do plástico” no Espírito Santo, com uma forte especialização na produção de material plástico.
Material Elétrico e de Comunicações
O município concentra mais da metade da produção estadual nesse segmento.
Construção Civil
O setor de construção civil é outro motor da economia, impulsionado pelo crescimento populacional e urbano da cidade.
Indústrias de bens intermediários
Incluem a produção de celulose, produtos químicos e borracha.
Outros setores
O município também conta com indústrias de bens de consumo, e atua em segmentos como o de mármores e granitos.
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