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Sandro Mabel, do União Brasil, é eleito para prefeitura de Goiânia

Ele disputou o segundo turno com Fred Rodrigues, do PL


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Imagem ilustrativa da imagem Sandro Mabel, do União Brasil, é eleito para prefeitura de Goiânia
Candidato Sandro Mabel (União Brasil) |  Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil

O ex-deputado federal e empresário Sandro Mabel (União Brasil) foi eleito neste domingo (27) prefeito de Goiânia (GO), derrotando o ex-deputado estadual Fred Rodrigues (PL).

Com 92,66% das urnas apuradas, Mabel tinha 55,53% dos votos válidos ante 44,47% de Fred.

O resultado representa uma vitória do governador Ronaldo Caiado (União Brasil), que apoiou Mabel, e uma derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que se empenhou pessoalmente na campanha do candidato do PL, chegando a ir à capital de Goiás neste domingo.

Sandro Mabel tem 65 anos e é da família que fundou a fábrica de biscoitos Mabel, vendida à Pepsico em 2011 e, em 2022, revendida à Camil.

Ele foi deputado federal por quatro mandatos, de 1995 a 2015, além de ter sido assessor especial da Presidência no governo de Michel Temer (2016-2018). Com bens declarados de R$ 313 milhões, foi o mais rico dos candidato nas 103 maiores cidades do Brasil (com mais de 200 mil eleitores).

Durante suas passagens pela Câmara, chegou a ter o nome citado nos escândalos do mensalão e da Lava Jato, mas nada foi provado contra ele.

Na reta final da campanha, a Justiça concedeu duas liminares à chapa adversária indicando entender que houve uso da máquina pública estadual para beneficiar o agora prefeito eleito.

Em uma das decisões, a juíza Maria Umbelina Zorzetti escreveu que o governador e Mabel usaram a máquina pública para comprar votos por meio de cestas básicas. As ações ainda terão seus méritos julgados.

Mabel foi a aposta de Caiado para conquistar a Prefeitura de Goiânia após pesquisas internas indicarem que a cidade demandava um gestor. O atual prefeito, Rogério Cruz (Solidariedade), tem altíssima rejeição. Cruz tentou se reeleger, mas acabou ficando em sexto no primeiro turno, com apenas 3,14% dos votos válidos.

A cidade sofre com problemas na saúde, na coleta de lixo, iluminação e limpeza das ruas, entre outros pontos.

O empresário também teve apoio velado do PT, que ficou em terceiro no primeiro turno e que, após isso, divulgou nota defendendo o voto para "derrotar a extrema direita". Isso sacramentou a até então improvável aliança entre os rivais históricos PT e Caiado.

Já Fred Rodrigues não era o candidato natural do bolsonarismo, mas assumiu a função após o deputado federal Gustavo Gayer (PL) desistir de concorrer.

Fred fez uma campanha altamente vinculada a Bolsonaro e de ataques diretos ao PT e a Mabel, a quem ele tentou tachar de esquerdista por causa de antigos elogios do empresário a governos do PT.

Devido a isso, o bolsonarista saiu da fileira de baixo nas pesquisas e chegou na frente no primeiro turno.

Também na reta final foi alvo de desgaste pela declaração falsa de que tinha diploma superior em direito e pela ação da PF contra Gayer por suspeita de desvio de verbas das emendas parlamentares.

A capital de Goiás abrigou uma disputa nacional da direita que opôs Bolsonaro e Caiado, dois políticos que mesclam uma relação de aproximação e atritos.

Caiado é declaradamente um postulante a ser o nome da direita na disputa à Presidência da República em 2026, já que Bolsonaro está inelegível.

A vitória deste domingo representa um alento nessa pretensão, mas há muitos obstáculos. A começar pela concorrência.

Também são cotados para o posto os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Romeu Zema (Novo-MG) e Ratinho Júnior (PSD-PR), entre outros.

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Outro problema é que, apesar da derrota deste domingo, Bolsonaro ainda tem um importante cacife político e diz que ele próprio será o candidato da direita em 2026. Há um movimento político dele e de seus aliados na tentativa de reverter sua inelegibilidade.

Durante a campanha em Goiânia ele chegou a chamar Caiado de "governador covarde" em comício ao lado de Fred e, na última semana, voltou a atacar o governador, dizendo que ele gosta de "ranger os dentes", mas se aliou ao PT. Michelle Bolsonaro também esteve na cidade duas vezes e, na última, chamou Caiado de "velha raposa".

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