Suspeito de matar mulher em Cariacica disse que queda em valão foi acidental
De acordo com a Polícia Civil, suspeito mostrou frieza ao ser questionado sobre o crime. Ele foi preso nesta quarta-feira
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A Polícia Civil deu mais detalhes sobre a prisão de Maxsuel Gonçalves Pereira, de 38 anos, suspeito de matar a companheira em um valão de Cariacica.
O corpo de Maria Francisca de Souza foi encontrado no bairro Boa Sorte, em Cariacica, no último sábado (05) — e o homem foi detido em Itacibá, no mesmo município, na tarde desta quarta-feira (09), após a Justiça expedir um mandado de prisão temporária.
De acordo com a chefe da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM), delegada Raffaella Aguiar, o suspeito procurou a polícia na terça-feira (08) para dar a sua versão dos fatos, afirmando que a queda da mulher no valão foi acidental.
"Ele veio até a delegacia com o intuito de tentar desvirtuar a nossa investigação e falar que foi um acidente. Só que já estávamos na posse das imagens e víamos que toda a narrativa dele quanto aos fatos não procedia. Era uma narrativa muito pífia, e não batia com o que a gente podia observar nem com os depoimentos que a gente já tinha colhido", explicou a investigadora.
Segundo a delegada, o suspeito relatou que ele e a vítima estavam utilizando entorpecentes na rua no momento do crime. Eles teriam discutido por conta da posse da droga. "Em dado momento, a vítima ficou mais agressiva, ele tentou contê-la e a abraçou por trás, na direção do tórax — e foi quando ele caiu, se acidentou, com ela lá dentro do valão. Ele narra que a vítima tinha caído de frente para o valão e com o rosto submerso. Foi a hora que eu indaguei para ele 'mas, e aí? você tentou ajudá-la?' e ele disse 'não, eu não quis colocar a mão nela'".
A versão, no entanto, foi descartada pela polícia, que ainda aguarda laudos cadavéricos e de perícia para indicar a causa exata da morte da vítima. No entanto, para a delegada, a narrativa do suspeito demonstra frieza e também que houve dolo na ação.
O suspeito foi preso na casa de familiares, não apresentou resistência e manteve a sua versão.
Filho da vítima foi deixado sozinho em casa
A delegada responsável pelo caso relatou, ainda, que o filho da vítima, um menino autista de 5 anos, foi deixado sozinho em casa na noite do crime, quando o casal saiu para usar entorpecentes. Após a queda da mulher no valão, o suspeito retornou para o imóvel, onde trocou de roupa e voltou ao valão, deixando a criança sem supervisão mais uma vez.
Ao retornar para a casa, o suspeito pegou a criança e a levou até um estabelecimento comercial da família da mulher. No local, ele afirmou que a vítima, mãe da criança, estava desaparecida — e que ele não poderia cuidar do menino porque iria trabalhar.
Durante a investigação, policiais também identificaram que o suspeito já possuía passagem na Justiça por ameaçar e tentar furtar o celular de Maria Francisca. Questionado, ele negou o caso e afirmou que teve questões relacionadas à violência doméstica somente em um relacionamento anterior.
RELEMBRE O CASO
O companheiro de Maria Francisca de Souza, que foi encontrada morta em um valão no bairro Boa Sorte, em Cariacica, no último sábado (05), foi preso pela Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM), no final da tarde desta quarta-feira (09).
Maxsuel Gonçalves Pereira, de 38 anos, foi detido em Itacibá, também em Cariacica, através de um mandado de prisão temporária expedido pela Justiça. O suspeito havia se apresentado à polícia na última terça-feira, mas foi liberado após prestar depoimento. Segundo a Polícia Civil, não havia mandado de prisão contra ele, e o prazo para o flagrante já havia expirado.
Imagens de câmeras de videomonitoramento obtidas pela polícia registraram a mulher e o suspeito discutindo sobre uma ponte. Em determinado momento, o homem a puxa e a leva para a parte de trás de uma área de mata, local onde fica o valão em que o corpo da vítima foi encontrado com sinais de estrangulamento.
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