Sete mulheres são presas por facilitar ação do PCV
Familiares de detentos são suspeitas de levar drogas ao presídio e repassar mensagens para integrantes da facção que estão soltos
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Sete mulheres foram presas durante uma operação contra familiares de membros do alto escalão do Primeiro Comando de Vitória (PCV).
Elas são suspeitas de levarem drogas para o presídio de Segurança Máxima II em Viana, na Grande Vitória, e de transmitir mensagens dos presos para os membros do grupo que estão soltos. Entre as mensagens estariam ordens de queima de ônibus e tomada de territórios.
A ação aconteceu na manhã desta segunda-feira (30) em cidades da Grande Vitória e de outras regiões do Espírito Santo. Entre as detidas estão uma mulher e a filha dela, de 45 e 22 anos, presas no bairro Itararé, em Vitória.
Segundo a Polícia Civil, os recados para os integrantes soltos eram transmitidos através de bilhetes. As mensagens determinavam a tomada de territórios e assassinatos, conforme o delegado Alan Moreno.
“Essa operação visa cortar esse elo criminoso. Essas pessoas iam até o presídio, faziam visitas e voltavam com mensagens ou levavam mensagens para as pessoas que estavam lá para a tomada de decisões do comando do Primeiro Comando de Vitória. Tudo que era tratado ali era forma de organização, tomada de território e cometimento de homicídios”, afirmou.
Ao todo, a operação Machine Head, como foi chamada, tinha o objetivo de cumprir 10 mandados de prisão e outros 18 de busca e apreensão contra os investigados.
As detidas também transmitiam o chamado salve-geral para incitar a violência e a queima de ônibus.
“O salve-geral foi difundido em São Paulo no início do milênio. É a tomada de território, incitar a violência urbana com queima de ônibus e depredação do patrimônio público. A determinação seria a morte de um policial por cada bairro do PCV”, afirmou o delegado Alan Moreno.
Além dos recados, drogas também eram transportadas pelas suspeitas, de acordo com a Polícia Civil. Os mandados de prisão e buscas foram cumpridos em Vitória e na Serra, na Grande Vitória, além de Aracruz, no Norte do Espírito Santo, e em Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Estado.
Fundos falsos nas roupas
A principal linha de investigação da operação Machine Head, segundo o coordenador do Centro de Inteligência e Análise Telemática (Ciat), Alan Moreno de Andrade, é de que as mulheres tenham entrado e saído do presídio levando bilhetes em fundos falsos de roupas.
“Também levamos em consideração a hipótese de que elas tenham ingerido cápsulas com as mensagens no interior. Mas a principal hipótese seriam os fundos falsos das roupas”.
Ele comentou ainda que as investigações seguem ouvindo o máximo de pessoas, inclusive os presos, para explicar a situação. As detidas preferiram se manter em silêncio. “Estamos falando de crimes como associação criminosa, tráfico de drogas e até homicídio”.
Durante as investigações, indícios de que um interno tenha sido o mandante de um crime levaram a reabertura de um caso. “Temos um homicídio do Punho de Aço, o Mauro, neste ano no bairro Zumbi dos Palmares, em Cachoeiro. As investigações mostram quem realmente foi o mandante do crime”.
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