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Polícia

Seis idosos são vítimas de violência todos os dias na Grande Vitória

Segundo a polícia, ao morarem sozinhos, eles ficam mais expostos a crimes patrimoniais, como assaltos, furtos e golpes financeiros


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Imagem ilustrativa da imagem Seis idosos são vítimas de violência todos os dias na Grande Vitória
Aos 64 anos, um aposentado que mora na Grande Vitória disse que não suporta mais receber ligações de golpistas |  Foto: Fábio Nunes/AT

Vulnerável aos mais diversos tipos de violência, a população idosa continua sofrendo nas mãos de criminosos. Prova disso são os dados da Polícia Civil que revelam que mais de mil pessoas idosas foram vítimas de crimes nos seis primeiros meses do ano, em toda a Grande Vitória. 

De janeiro a junho deste ano, pelo menos 1.030 idosos procuraram as delegacias da Grande Vitória para denunciar algum crime que tenham sofrido, entre eles golpes financeiros. O número equivale a seis casos por dia na região.

Os dados da Polícia Civil revelam ainda aumento no número de casos em comparação ao ano passado, quando 195 boletins de ocorrência foram registrados.

Já o levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou que cerca de 6 milhões de brasileiros, acima dos 60 anos, vivem sozinhos. 

Condição esta que, segundo a polícia, deixa esse público mais exposto a crimes patrimoniais, como assaltos, furtos e principalmente golpes financeiros.

“Eles acabam se tornando 'presas fáceis', principalmente  nas mãos dos  estelionatários, que se aproveitam da ingenuidade que muitos apresentam. O fato de morar sozinho também atrai esses indivíduos, que acreditam que o idoso não tem  ninguém por ele”, disse a  titular da Delegacia Especializada de Proteção ao Idoso (Depi), delegada Milena Gireli. 

Entre os crimes mais cometidos dentro das casas das vítimas, a delegada citou não só a violência física e psicológica, mas também os furtos, golpes e assaltos. Milena Gireli disse que nos casos mais graves, como o assalto seguido de morte, os ladrões tendem a observar a rotina das vítimas. 

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“O público idoso costuma ter uma rotina: levantar cedo, ir à padaria. Às vezes, esses criminosos ficam ali, dias monitorando a rotina deles, esperando o melhor dia e horário para agir. 

Além dos ladrões, estelionatários têm atacado pessoas com mais de 60 anos, na Grande Vitória. De acordo com a delegada, o golpe do falso sequestro ainda é um dos que mais preocupa essa população. 

“Muitos acabam depositando e transferindo valores altos para os estelionatários, que, com muita lábia, convencem aquele idoso de que ele realmente está em poder de algum familiar dele”, disse.

Ladrão invade apartamento

Imagem ilustrativa da imagem Seis idosos são vítimas de violência todos os dias na Grande Vitória
Idosa de 89 anos teve seu apartamento invadido por um ladrão |  Foto: Fábio Nunes/AT

Uma idosa de 89 anos teve seu apartamento invadido por um ladrão, no dia 9 de junho, na Praia do Canto, em Vitória. A vítima, que mora sozinha, não chegou a ter contato com o criminoso, que foi rendido pela Polícia Militar, assim que  um  vizinho da aposentada percebeu que o local estava sendo invadido. O homem foi preso em flagrante e levado para o presídio.

Além da família, os cuidadores aplicam golpes, afirma polícia

Além de filhos, netos e parentes de primeiro grau, os idosos estão se tornando vítimas de crimes, como golpes, nas mãos de seus próprios cuidadores. A informação é da Polícia Civil. 

“Geralmente eles (suspeitos) costumam pegar os documentos,  assinatura do idoso  e fazer esses contratos de empréstimos com  os bancos. As vítimas só ficam sabendo quando percebem o desconto na folha de pagamento”, disse a  titular da Delegacia Especializada de Proteção ao Idoso (Depi), delegada Milena Gireli. 

Embora antigo, o golpe do empréstimo consignado também anda tirando o sono dessa população, como destaca a delegada.

“Geralmente esse golpe é aplicado por pessoas mais próximas da vítima, que usam os documentos dela, o seu nome, para fazer vários empréstimos em bancos. Eles se aproveitam, muitas vezes, da falta de informação”, explicou Milena.

ANÁLISE

Insegurança e falta de apoio para usar ferramentas digitais
Emir Pinho, especialista em Segurança Pública e Privada

“A cada dia aumentam os crimes presenciais e digitais contra a população idosa. Só no primeiro trimestre de 2023 esses registros aumentaram 97% em comparação ao mesmo período de 2022, segundo a Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos do Ministério da Cidadania.

Esse aumento pode estar baseado na insegurança criada pela evolução de serviços digitais, que para as pessoas idosas ainda representa uma barreira a ser vencida, e até mesmo sem auxílio. O aumento da população idosa vivendo sozinha e, às vezes, quase abandonada pela família também preocupa.

Os idosos passaram a ser alvo constante do golpe do consignado, no qual bandidos travestidos de profissionais de financeiras obtém informações cadastrais vazadas de dentro dos órgãos públicos e passam a assediar os idosos, muitas vezes falsificando documentos, assinaturas, contas bancárias e contratos, aplicando-lhes crimes financeiros que geralmente são difíceis de serem descobertos”.

ALGUMAS ORIENTAÇÕES

Desconfie sempre  de estranhos

> NUNCA aceitem qualquer oferta pelo telefone, principalmente se esta oferta estiver recheada de vantagens mirabolantes.

> Jamais forneça dados, nomes, CPF, RG ou dados bancários, principalmente senhas.

> Em caso de necessidade por contratar um desses serviços, busque acompanhamento profissional ou de um familiar.

> Não entreguem seus cartões bancários e documentos para quem quer seja.

> Desconfiem sempre de quem não conhecem.

Fonte: Emir Pinho, especialista em Segurança Pública e Privada

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