Professor preso por estupro: polícia vai investigar se mais crianças foram vítimas
Ele é investigado por estuprar pelo menos 21 alunas, entre 9 e 16 anos, em escolas que dava aula
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Atuando desde 2013 no magistério, o professor de 44 anos, investigado por estupro de 21 estudantes entre 9 e 16 anos, pode ter feito outras vítimas.
O delegado adjunto da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), Leonardo Vanaz, disse que a equipe está a disposição para ouvir eventuais vítimas ou testemunhas.
Os inquéritos policiais seguem em andamento para apurar possíveis novas vítimas. Elas podem buscar a DPCA, em Jucutuquara, Vitória, para registrar boletim de ocorrência para que o caso seja investigado.
A delegada adjunta da DPCA, Gabriella Zaché, explicou, ainda, que o suspeito entrou para o magistério em 2013 e os abusos foram cometidos contra estudantes das redes municipal e estadual, onde o professor deu aula.
A delegada salientou que as escolas faziam a apuração interna das denúncias e orientava os pais a registrarem ocorrência para que os casos fossem investigados pela polícia, mas muitas das famílias não levavam as queixas até as autoridades.
“Importante ressaltar que os pais não fiquem inibidos por esse tipo atitude por ser um professor, uma autoridade escolar, e que denunciem, porque é o dever da polícia apurar se realmente aconteceu o crime”, disse.
Entenda o caso
A Polícia Civil prendeu um professor de 44 anos, investigado por estuprar pelo menos 21 alunas, entre 9 e 16 anos, em escolas que dava aula. O professor está preso desde o dia 10 de novembro.
A delegada adjunta da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), Gabriella Zaché, revelou que a equipe tomou conhecimento dos casos no dia 4 de novembro, quando familiares de cinco meninas de 9 anos registraram um boletim de ocorrência.
“Elas denunciavam um professor substituto por ter passado a mão nas partes íntimas delas durante a aula. A partir disso, a delegacia encaminhou as vítimas ao setor psicossocial, onde foram ouvidas por psicólogos e assistentes sociais”.
Diante dessas informações, a Polícia Civil pediu a prisão preventiva do investigado.
“Foi feito um levantamento na DPCA e a gente encontrou procedimentos anteriores também em relação a esse professor, narrando o mesmo tipo de conduta dele com outras alunas com idades entre 9 a 16 anos, em que ele também passava as mãos nas partes íntimas dessas alunas”, relatou Zaché.
O professor foi preso em casa, em Vila Velha, e alegou que sempre teve um “perfil carismático”, que sempre foi uma pessoa de abraçar muito, de tocar nas pessoas. “Ele diz que o erro dele foi ter sido muito permissivo, como se jogasse a culpa nas crianças. No entanto, apuramos que não se tratava de um gesto de carinho, mas sim de um crime sexual”, explicou a delegada.
O delegado-geral da Polícia Civil, José Darcy Arruda, classificou o crime como “patologicamente perverso”. “Era perpetrado por um professor que tinha o dever de cuidado, de proteção, mas acaba praticando esses atos criminosos”.
Ele orientou que os pais observem o comportamento dos seus filhos, conversem com eles, porque a escola é um local de segurança, em que não pode acontecer esse tipo de crime.
“Aos diretores de escolas, que ao perceberem comportamentos de professores ou qualquer outra pessoa dentro da escola, que comuniquem a polícia. Não vamos permitir que essas pessoas continuem abusando das crianças”, pontuou.
Estudante relata beijo forçado na ida ao banheiro
Entre as denúncias contra o professor, de 44 anos, uma estudante revelou que ele chegou a mostrar vídeos com conteúdo pornográfico, além de ter a beijado à força.
O delegado adjunto da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), Leonardo Vanaz, explicou que, durante investigações, as vítimas foram ouvidas na delegacia e um dos depoimentos chamou a atenção.
“A vítima tinha 14 anos, na época dos fatos, e começou a ser perseguida pelo professor no ônibus que ia para a escola. Ele começou a mostrar vídeos pornográficos no ônibus, dar em cima dela e a constrangê-la nas aulas”.
O delegado disse ainda que a mesma aluna revelou ter sido perseguida pelo suspeito, ao sair de sala e ir até o banheiro, durante uma aula. “Ele a encurralou, forçando beijo e outros atos libidinosos. Ela narra que, na época, ela e a família optaram por não registrar o fato, que está sendo investigado agora”.
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