Homem é preso suspeito de marcar encontros para sequestrar vítimas no ES
Outros nove envolvidos na associação criminosa já foram identificados e oito deles estão presos
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Um suspeito foi preso no último dia 17, suspeito de participar de uma associação criminosa responsável por diversos sequestros realizados na Grande Vitória. As vítimas eram atraídas à residências, principalmente em Vila Velha e na Serra, onde eram torturadas e obrigadas a fazer transferências bancárias aos criminosos. Outros nove envolvidos já foram identificados e oito deles estão presos.
De acordo com a polícia, o grupo começou a agir em novembro do ano passado. Os suspeitos marcavam encontros com as vítimas utilizando aplicativos de relacionamento e quando a pessoa chegava ao local marcado, era surpreendida com a presença dos outros envolvidos. Os casos começaram a ser investigados após a prisão de um homem e uma mulher trans e cerca de 20 inquéritos foram abertos envolvendo o grupo de dez pessoas.
As vítimas sofriam tortura física e psicológica, enquanto o grupo exigia pagamentos em dinheiro. Ao todo, a polícia calcula que essas pessoas tiveram um prejuízo de mais de R$ 300 mil. Algumas chegaram a ter seus veículos roubados, além de sofrer extorsão. "Eram obrigadas a passar senhas de cartão, fazer transferências bancárias via Pix e passavam por extorsão mediante sequestro, no qual familiares da vítima eram extorquidos", detalhou o delegado Alysson Pereira Pequeno, titular da Delegacia Especializada Antissequestro (DAS).
As vítimas ficavam acorrentadas enquanto o grupo saia para fazer compras com os cartões, sendo vigiadas por suspeitos armados. "Essas vítimas eram extremamente torturadas, com requinte de crueldade. Eram lesionadas com arma branca, com golpes de arma de fogo, coronhadas na cabeça, no corpo inteiro, eram queimadas com álcool ou com ferro de passar roupas", relatou Alysson.
Além das agressões, outras vítimas chegaram a ser obrigadas a fazer trabalhos na residência, enquanto estavam acorrentadas para não fugirem. "Uma vítima foi obrigada a capinar o quintal, a fazer a pintura da parede do local, enquanto esses criminosos faziam churrasco e se divertiam zombando da própria vítima", contou o delegado.
Em janeiro a polícia prendeu um homem e uma mulher trans que faziam parte do núcleo responsável pelos crimes. A partir de então, investigações levaram aos outros envolvidos e outros casos foram descobertos. Segundo o delegado, há pelo menos 20 inquéritos relacionados ao grupo criminoso. Um dos suspeitos presos relatou que o grupo fazia três a quatro sequestros por semana.
Segundo o delegado, os integrantes do grupo se revezavam nas tarefas criminosas, que envolviam executar o sequestro, vigiar as vítimas, ou fornecer as contas onde seriam recebidas as quantias em dinheiro. A maioria das vítimas eram homens acima de 45 anos. "Eles procuravam vítimas que tinham um certo poder aquisitivo para poder ser extorquida", disse Alysson.
O suspeito preso no dia 17 deste mês é Adrian dos Santos Ribeiro, de 23 anos. Ele foi preso pela Supic no bairro das Laranjeiras, na Serra. Além dele outros oito envolvidos já foram presos. Em janeiro um homem de 26 anos e uma mulher trans, de 25, foram detidos no bairro Parque Residencial Laranjeiras, também na Serra.
No dia 20 de fevereiro um homem de 20 anos foi preso em flagrante em Brejetuba, na região Serrana do Estado. Ele também é suspeito de envolvimento em um homicídio ocorrido em Vila Velha no dia 18 do mesmo mês.
Outro suspeito, de 33 anos, foi preso no dia 05 de março, no bairro Planeta, em Cariacica. No dia seguinte outros três envolvidos foram presos, no bairro Lagoa de Jacaraípe, na Serra, sendo eles um homem de 27 anos e duas mulheres, de 48 e 27 anos.
No mês passado, uma mulher de 32 anos foi presa também no bairro Lagoa de Jacaraípe. Além desses nove detidos – incluindo o suspeito preso no dia 17 – a polícia identificou como participante do grupo Denilson Santos Alves, de 25 anos, Ele é o único que ainda se encontra foragido, mas já está denunciado e com mandado de prisão em aberto.
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