Blitz contra máfia chinesa apreende 45 mil produtos em Vitória
Itens falsificados, que eram vendidos ao consumidor como originais, estavam em uma distribuidora no centro da cidade
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Réplicas “muito bem-feitas” de brinquedos, produtos falsificados da Apple e de copos térmicos da Stanley estão entre os produtos que foram apreendidos em uma operação contra a máfia chinesa.
Na operação, realizada pela Polícia Civil, em parceria com o Instituto de Pesos e Medidas do Espírito Santo (Ipem-ES), foram apreendidos cerca de 45 mil produtos.
As investigações apontam que esses produtos falsificados vinham da China com destino a São Paulo. De lá, eram distribuídos para outros estados, incluindo o Espírito Santo. No Estado, as mercadorias chegavam pelas rodovias, via transportadoras.
Os produtos apreendidos estavam em uma distribuidora para lojistas no centro de Vitória.
Titular da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon), delegado Eduardo Passamani explicou que os produtos eram revendidos a lojistas como se fossem originais no centro de Vitória.
Também é investigada a possível venda desses produtos falsificados em lojas on-line e físicas da região de Guarapari. “Os produtos são réplicas muito bem-feitas. Eles foram produzidos para enganar o consumidor. Essa distribuidora revendia basicamente no atacado, ou seja, ela fornecia para lojistas, principalmente para o comércio on-line. Nós conseguimos identificar que vários desses materiais iam para a região de Guarapari”.
Ele revelou ainda que a operação estimou um prejuízo de aproximadamente R$ 2 milhões ao grupo chinês responsável pela distribuição dos itens.
Sobre a atuação da máfia chinesa, o delegado disse que não poderia dar muitos detalhes, pois o esquema segue em investigação. “A máfia chinesa é organizada. Existe uma hierarquia, com representantes em São Paulo. Em cada ponta, eles vão alocando um representante, um atacadista para distribuir para os comércios em todo o País”.
Duas pessoas (familiares dos donos) foram detidas por fraude no comércio, enquanto os proprietários dos estabelecimentos estão sendo investigados por propaganda enganosa e por induzir o consumidor ao erro.
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A operação
A Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon), em parceria com o Instituto de Pesos e Medidas do Espírito Santo (Ipem-ES), realizou uma operação na semana passada (quinta-feira e sexta-feira) para combater a venda de produtos falsificados. O resultado foi apresentado ontem.
Esquema
A ação desarticulou um esquema de comercialização de brinquedos sem certificação do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), produtos falsificados da Apple e copos térmicos da Stanley.
Esses produtos são réplicas muito bem-feitas, produzidas para que ninguém perceba que são falsificados.
Penalidades
Duas pessoas foram detidas por fraude no comércio, enquanto os proprietários dos estabelecimentos – os donos já foram identificados – estão sendo investigados por propaganda enganosa e por induzir o consumidor ao erro. As penas podem chegar a 16 anos de prisão.
Os proprietários do comércio também vão responder na esfera administrativa, cuja multa pode variar R$ 5 mil a R$ 1,5 milhão, dependendo da quantidade e como fica o entendimento da insegurança do produto.
Foi dado um prazo de 10 dias para que os proprietários enviem as notas fiscais, segundo o Ipem-ES.
Fonte: Decon e Ipem-ES.
Produtos irregulares oferecem riscos à saúde
Entre os produtos apreendidos durante a operação estão bonecos de super-heróis, bolinha de plástico com cordão de silicone, carregadores de celular, fone de ouvido, copos térmicos, garrafas e outros.
Esses produtos, além de enganar o consumidor, podem representar riscos à saúde, como intoxicação por metais pesados, asfixia e até queimaduras, já que não passam por controle de qualidade.
Em relação aos brinquedos, como alertou o agente fiscal do Instituto de Pesos e Medidas do Espírito Santo (Ipem-ES), Luiz Filipe Langoni, os maiores prejudicados são as crianças, que tendem a levar os objetos à boca.
“Brinquedos sem certificação podem conter tintas com metais pesados, que podem se desprender e causar intoxicação”.
Já no caso dos adaptadores de tomada, que não são falsos, mas a comercialização é proibida, ele ressalta que o maior risco é de incêndios residenciais.
No Estado, segundo ele, já foram registrados cerca de 200 incêndios atribuídos a adaptadores falsificados ou com comercialização proibida, especialmente usados em aparelhos como ar-condicionado, secadores de cabelo e air fryers.
Ele destaca ainda que esses adaptadores costumam ser fabricados com ferro, em vez de cobre, o que aumenta em 3.000% a resistência elétrica e pode causar superaquecimento. “Isso anula o aterramento do equipamento, colocando a segurança da residência em risco”.
Como identificar se o produto é verdadeiro
Fique atento aos preços, se for muito abaixo do valor original, desconfie, pois o produto pode ser falsificado.
Em geral, o consumidor pode identificar por meio das informações na embalagem. Por exemplo, qualquer produto importado, original, vem com as informações de importador, distribuidor, em português, com telefone de SAC e outras informações pertinentes, bem como termo de garantia.
No caso do copo térmico da marca apreendida, passe o dedo embaixo dele e observe se as informações gravadas estão em relevo, verifique se não há avarias e imperfeições superficiais, como partes descascando.
Nos produtos elétricos, verifique se têm certificação de segurança do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro).
Brinquedos também devem ter selo do Inmetro, além de indicação da faixa etária que ele é destinado.
Fonte: Decon e Ipem-ES.
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