Adolescente planejou ataque em escola de Cachoeiro por 3 anos, diz polícia
Adolescente ameaçou em uma rede social praticar um atentado na escola onde estuda
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O adolescente, de 15 anos, que ameaçou atacar uma escola de Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo, planejava o ataque há três anos, disse o titular da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC), delegado Brenno Andrade.
Os policiais cumpriram mandado de busca e apreensão na casa do estudante na terça-feira (08) e apreenderam arma de pressão, uma besta e máscaras. Uma pistola calibre 765, que pertence ao pai do adolescente, um jornalista, de 51 anos, foi apreendida e ele foi autuado em flagrante por posse irregular de arma de fogo, mas pagou fiança e vai responder em liberdade.
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De acordo com titular da DRCC, a ameaça de ataque começou a ser investigada pela equipe da delegacia em maio deste ano, quando a Polícia Civil do Espírito Santo recebeu um relatório do Laboratório de Operações Cibernéticas do Ministério da Justiça, informando de que em uma rede social um pessoa tinha feito ameaçado atacar uma escola. A mensagem escrita em inglês, porém, não informava qual escola seria o alvo desse atentado.
"As ameaças davam conta de que ele utilizaria armas de fogo, que ele já teria armas de fogo para cometer o crime, que colocaria bombas na sala de aula e só faltava uma data", informou o delegado.
Com as investigações, os policiais chegaram até o adolescente e solicitaram à Justiça um mandado de busca e apreensão na residência dele para coletar mais provas para a apuração. A ordem judicial foi cumprida na terça (08), em Cachoeiro de Itapemirim - o bairro não foi informado pela polícia por se tratar de um menor de idade.
"No quarto dele, encontramos o material: besta, armas de pressão, facas, coldre, mochila tática, uma variedade de instrumentos que poderiam ser utilizados em um ataque", revelou o delegado.
Segundo o titular da Crimes Cibernéticos, o adolescente disse que planejava o ataque há 3 anos. "Em alguns casos quando a gente investiga, vejo que ali a pessoa não cometeria o ataque. Esse caso em específico acho que em algum momento ele poderia ver sim essa possibilidade até porque ele tinha acesso a muitos instrumentos e considerando a narrativa de que sofria bullying", disse.
O delegado informou que o pai do adolescente é atirador esportivo e, na residência, havia várias armas de fogo dentro de um cofre, mas que o estudante, em tese, não teria acesso. "No entanto o próprio menor falou informalmente aos policiais que o próprio pai o levou para praticar tiro esportivo", afirmou Brenno Andrade.
Durante o cumprimento do mandado de busca e apreensão, a equipe da DRCC encontrou uma pistola calibre 765. A arma alemã da época da Segunda Guerra Mundial não tinha registro e pertencia ao pai do adolescente. "Ele possuía uma arma de fogo de uso permitido, mas de foram irregular. Naquele momento foi dada voz de prisão. Ele pagou fiança de R$ 3 mil e foi colocado em liberdade", disse o delegado.
Até o momento, a apreensão do adolescente não foi solicitada pela polícia.
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Adolescente disse que era brincadeira
Durante o cumprimento do mandado de busca, o adolescente confessou aos policiais que foi o autor da mensagem com ameaça de atentado a escola. No entanto, afirmou que era uma brincadeira.
"A Polícia Civil nunca vai achar que é uma brincadeira e vai sempre adotar a medida mais gravosa esperando que não aconteça. O menor disse que sofria bullying na escola. No celular dele foi encontrado material que fazia referência ao nazismo e vídeos de meninas se automutilando. Ele confessou a um dos policiais que, em um desses vídeos, era ele que pedia a menina para se automutilar. A menina se automutilava fazendo um símbolo do nazismo com um estilete", disse o titular da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC), delegado Brenno Andrade.
Segundo ele, a equipe vai investigar se o adolescente compartilhava esses materiais com outras pessoas na internet para identificá-las e levá-las também ao Poder Judiciário.
O celular do adolescente foi apreendido e vai passar por pericia da Polícia Civil.
Polícia faz alerta aos pais
O delegado-chefe da Polícia Civil, Darcy Arruda, explicou que a ideia da polícia ao divulgar o caso não é fomentar isso para que outras pessoas façam igual, mas servir de alerta para os pais e profissionais das escolas ficarem atentos aos sinais dados pelos adolescentes e crianças de que algo de errado por estar acontecendo com eles.
"O que nós queremos é alertar os pais, diretores de escola, professores para que observem esses comportamento de isolamento, comportamento diferente, que fiquem atentos a esses detalhes. A nossa ideia é a preservação da vida. Nós fomos palco de uma tragédia no município de Aracruz", afirmou Arruda.
Em casos de comportamentos alterados, o delegado orienta que os pais busquem a ajuda de profissionais.
No caso do pai do adolescente, o titular da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC), delegado Brenno Andrade disse que ele alegou que pagava muito dinheiro para fazer o tratamento do filho, mas que entendia isso "como coisa de adolescente".
"A gente sempre vai frisar que os pais devem acompanhar o que os filhos fazem na internet, com quem eles conversem, porque às vezes tem algum crime sendo planejado embaixo dos narizes deles e eles não tomam as devidas cautelas para evitar isso", afirmou o titular da DRCC.
Assista a reportagem da TV Tribuna/SBT
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