233 denunciam crimes todo dia por ligações anônimas no ES
Disque-Denúncia 181 completou 23 anos com resultados positivos no combate ao crime no Estado e mais de 1.200 pessoas detidas
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O Disque-Denúncia 181 completou 23 anos de existência e celebra resultados importantes no combate a crimes no Estado. Somente este ano, foram registradas 67.854 denúncias anônimas, o que dá uma média de 233 por dia. Como resultado, mais de 1.200 pessoas detidas, 1,3 mil quilos de drogas apreendidas, mais de 300 armas recuperadas, entre outros crimes desvendados.
Segundo o gerente do Disque-Denúncia, delegado Paulo Expedicto Amaral Neto, o Disque Denúncia foi criado em 2001, como uma resposta da sociedade a um período vivido no Estado de violência e de forte atuação do crime organizado, inclusive com participação de pessoas influentes.
Segundo o gerente do Disque-Denúncia, delegado Paulo Expedicto Amaral Neto, o Disque Denúncia foi criado em 2001, como uma resposta da sociedade a um período vivido no Estado de violência e de forte atuação do crime organizado, inclusive com participação de pessoas influentes.
“As pessoas tinham medo de denunciar. Nesse contexto, o serviço foi um dos primeiros do País a ser criado, garantindo totalmente o anonimato”.
Desde então, ele destaca que o serviço vem se aprimorando e recebendo mais investimentos e tecnologia.
Desde 2012, passou a receber denúncias 24 horas por dia. Em 2018, também passou a receber denúncias pelo site https://disquedenuncia181.es.gov.br/.
“A cada ano, temos superado o número de denúncias, já que o serviço se consolida cada dia como uma marca que a população conhece e confia. Essa contribuição das pessoas resulta todos os dias na prisão de homicidas, traficantes, estupradores, ladrões, além da apreensão de armas de fogo, de drogas”.
Sobre a estrutura, o delegado afirmou que hoje tem 78 atendentes, que recebem as ligações e mensagens.
A partir do recebimento da denúncia, Amaral Neto ainda explicou que elas são encaminhadas em tempo real para os responsáveis pela apuração dos casos.
“Entre as novidades, até o final do ano vamos ainda lançar uma nova forma de realizar as denúncias, por meio do WhatsApp. Estamos configurando esse sistema para manter o sigilo das fontes. Assim como no site, será possível anexar fotos e vídeos”.
SAIBA MAIS
Disque-Denúncia 181
Em 19 de outubro de 2001, a Secretaria de Estado da Segurança Pública, em parceria com o Movimento Rio de Combate ao Crime (MOV RIO), trouxe para o Estado a experiência do Disque-Denúncia do Rio de Janeiro.
Em março de 2003, a ONG Espírito Santo Unido Contra o Crime e a Sesp celebraram o convênio, estabelecendo uma parceria para o custeio das operações.
Em 2011, a Sesp assumiu todas as custas do projeto. Atualmente, a central opera 24 horas.
Como funciona
Com a garantia do anonimato, o cidadão pode entrar em contato com o serviço por meio do telefone 181 ou também pelo site https://disquedenuncia181.es.gov.br/.
Até o fim do ano, o governo deve lançar também o serviço pelo WhatsApp.
Números de denúncias
2001 — 1.581
2005 — 7.226
2010 — 20.398
2015 — 40.922
2020 — 61.509
2021 — 67.998
2022 — 70.527
2023 — 81.474
2024 (até o momento) — 67.854
Crimes mais denunciados
1º — Tráfico de drogas
2º — Crimes contra o meio ambiente
3º — Violência contra a mulher
4° — Homicídios
5° — Porte ilegal de armas
6° — Foragidos da Justiça
7° — Perturbação da tranquilidade (Baile do Mandela)
8º — Perigo para vida e saúde
9º — Tentativa de homicídio
10º — Crimes sexuais
Fonte: Disque-Denúncia 181.
Casos em que o disque-denúncia ajudou a polícia
Assassinato de juiz
Era 24 de março de 2003, quando o juiz Alexandre Martins de Castro Filho, 32 anos, foi assassinado no meio da rua ao chegar a uma academia de ginástica, em Itapuã, Vila Velha.
O magistrado integrava a missão especial federal que, desde julho de 2002, apurava ações do crime organizado no Estado.
Criado pouco mais de um ano antes, o Disque-Denúncia (181) recebeu muitas ligações que ajudaram a polícia a chegar aos executores.
Triplo homicídio
Outro crime que chocou o Estado ocorreu em agosto de 2023, em Sooretama, na região Norte. Carlos Henrique do Nascimento Trajanos e Kauã Loureiro Corrêa, ambos de 15 anos, além de Welligton Gomes Simon, 14, foram sequestrados e mortos após terem ido a uma região dominada pelo tráfico de drogas.
Um dos acusados, de 22 anos, foi preso em uma região conhecida como “Rocinha” após denúncia anônima.
Milena Gottardi
A investigação do assassinato da médica Milena Gottardi Tonini, 38, em setembro de 2017, também teve participação de denúncias anônimas. A primeira delas, logo após a morte da médica, indicava que o ex-marido, na época policial civil, poderia ser o autor. As denúncias também ajudaram a chegar ao último suspeito foragido. Seis pessoas foram condenadas.
Prisão de Marujo
Apontado pela polícia como chefe do tráfico de drogas do Bairro da Penha, em Vitória, e integrante do Primeiro Comando de Vitória (PCV), o traficante Fernando Moraes Pereira Pimenta, o Marujo, foi preso em março deste ano no bairro Bonfim, Vitória.
Dias antes, a polícia tinha ido ao imóvel, após receber uma denúncia de que na casa poderia haver um fundo falso, sem êxito. Os trabalhos investigativos continuaram até ele ir para a cadeia. Marujo estava escondido dentro de um buraco, um bunker, no último andar.
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