Policiais do Bope de Pernambuco podem receber punições diferentes

Sob a ótica disciplinar, os nove policiais do Batalhão de Operações Especiais, presos em flagrante por invasão de um domicílio na comunidade do Detran, no Bairro da Iputinga, Zona Oeste do Recife, podem receber punições diferentes.

Nesta quarta-feira , a corregedora geral da Secretaria de Defesa Social, Mariana Cavalcanti, esclareceu que os policiais enfrentam três linhas de investigações: uma da Polícia Judiciária da PM, outra da Polícia Civil e outra da Corregedoria.

Os policiais do Bope respondem criminalmente perante a Justiça Militar por invasão de domicílio, podendo também ser inquiridos por desvio de rota e de missão, uma vez que eles foram orientados para seguir para o bairro de Casa Amarela, Zona Norte do Recife, mas mudaram de direção e foram para a Iputinga.

A Polícia Civil, por sua vez, avisa que o caso foi registrado como tentativa de homicídio e homicídio decorrente de intervenção policial. As investigações seguem "até o esclarecimento do caso".

Todos aguardam audiência de custódia e podem ficar presos preventivamente pelo crime de invasão de domicílio ou podem ser soltos. A audiência de apresentação será no Fórum Rodolfo Aureliano, no bairro de Joana Bezerra, no Centro do Recife. Caso fiquem presos, eles serão encaminhados ao Centro de Reeducação da Polícia Militar, em Abreu e Lima (Creed)

O flagra

Imagens mostram abordagem policial e protestos na comunidade após as mortes Imagens cedidas pela TV Tribuna

Os policiais foram flagrados, em vídeo, derrubando uma porta na comunidade do Detran, e, pouco tempo depois, saindo com os corpos de dois homens para o camburão. Segundo testemunhas da localidade, os homens foram executados, sem reagir. Já os policiais disseram ter levado eles para a UPA da Caxangá, depois de um confronto a tiros.

Antes das mortes, os policiais tiraram mulheres e crianças de casa, segundo testemunhos ouvidos na comunidade. Os mortos foram: Rhaldney Fernandes da Silva, 32 anos, e Bruno Vicente da Silva, 28 anos. Ambos iriam ser pais.

De acordo com Mariana Cavalcanti, em entrevista coletiva, cabe a corregedoria a investigação administrativa e disciplinar dos policiais. A apuração pode culminar numa advertência, numa prisão ou numa exclusão, por exemplo.

“Os nove vão passar por audiência de custódia e podem ser presos preventivamente”, avisou. “Tem nove policiais envolvidos e vamos ver se todos tiveram a participação sob a ótica disciplinar”, afirmou. A entrevista coletiva foi acompanhada pela jornalista Luciana Queiroz e divulgada no Jornal da Tribuna 1ª edição, conduzido por Moab Augusto.

Somente no decorrer deste ano, a Corregedoria examinou 2.300 casos. Dentro desse montante, 51 policiais militares, 14 civis e três bombeiros foram desligados. A Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco, contudo, não efetua detenções por crimes, mas conduz investigações sobre a conduta dos agentes, conforme os regulamentos das respectivas corporações.

Para que a população possa reportar denúncias, a Corregedoria da SDS coloca à disposição sua sede, operando 24 horas, localizada na Avenida Conde da Boa Vista, 428. Além disso, é possível entrar em contato pelo telefone (981) 3184-2714.

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Este ano, 51 policiais militares, 14 civis e três bombeiros já foram desligados

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