Cuidado para não cair no golpe do "morango do amor"

O morango da imagem parece falso. E é. |  Foto: Imagem gerada por IA

Fazia tempo que eu não via uma modinha crescer tanto e em tão pouco tempo. O morango do amor, é quase uma unanimidade nacional. Apesar de, na minhã visão, o novo doce ser apenas uma releitura da antiquíssima maçã do amor, (que eu devorava com muito gosto nos parques da minha infância), a febre por fazer, e principalmente consumir, o doce da moda, tem inspirado muita gente. Não apenas confeiteiros profissionais e amadores, mas também golpistas. Sim, golpistas.

Um morango do amor pode ser encontrado no Recife por preços que variam entre R$ 10, R$12, R$ 15 e vi até por R$ 20 a unidade, dependendo do tamanho, ingredientes e até da embalagem. Para quem se arrisca a fazer a iguaria, o preço também não é barato. A caixa de 3 kg do morango vindo do Espírito Santo, disparou na segunda quinzena de julho e está sendo vendida no Ceasa a R$ 140. E onde entram os golpistas nesta hostória? Eles juntam a vontade de comer com a tentação de pagar barato.

Já começam a aparecer nas redes sociais, anúncios pagos, bem elaborados e atraentes oferecendo o morango do amor por preços deliciosos. Três morangos do amor por R$ 19,90; ou 6 por R$ 29,90; 8 por R$ 36,90; e 12 por R$ 49,90. Se era difícil resistir ao sabor, imagina por esses preços. O problema é que morango do amor barato assim, pode ser golpe.

Além do preço muito abaixo do praticado no mercado, os anúncios falsos geralmente vêm acompanhados por apelações tipo "promoção por tempo limitado", ou mesmo, um cronomêtro virtual que marca poucos minutos para o fim da promoção. Tudo para não dar tempo do consumidor entender que está entrando, literalmente, numa roubada. 

O pagamento solicitado geralmente é por Pix e a taxa de entrega, gratuita, para aumentar a tentação da compra. O problema é que o apaixonado por doce paga pelo produto, e nunca recebe, restando apenas o gosto amargo da frustração. Por isso, dê preferência a comprar em estabelecimentos que você conhece, ou por indicação de amigos. Nunca acredite em anúncios que oferecem os doces baratos demais e de docerias que você nunca ouviu falar. Faça uma pesquisa rápida na internet e em sites como "Reclame Aqui" para ver se tem algum registro do golpe envolvendo aquela empresa. Fuja do golpe do morango do amor, mas aproveite o doce de verdade, enquanto a moda durar.

Venda de morangos cresce até 50% com nova tendência em Pernambuco

O comerciante Luiz Secute, da Peter Fruit, localizada na Ceasa do Recife, comemora o crescimento nas vendas de morangos graças à popularização da trend “Morango do Amor”. Segundo ele, antes da tendência, o volume semanal comercializado era de 12 mil quilos (considerando caixas de 1 quilo). Com a alta demanda impulsionada pelas redes sociais, a venda subiu para 18 a 20 mil quilos por semana — um aumento de 30% a 50%.

“Clientes que já eram nossos, como grandes redes e supermercados, mantiveram o pedido, mas houve uma procura inédita de consumidores que antes não frequentavam a Ceasa”, explica Luiz. Esse público novo acompanha a moda e busca o produto para consumo próprio ou revenda.

Luiz destaca ainda que essa movimentação aquece o mercado local e amplia a oferta, beneficiando toda a cadeia produtiva, desde os agricultores até os comerciantes.

AgroSantos quase dobra venda de morangos e amplia carteira de clientes com a trend

A AgroSantos, empresa de comercialização de frutas em Pernambuco, também sente os efeitos da “trend do morango” na região. De acordo com Ricardo, um dos responsáveis pelo setor de vendas, o volume semanal passou de 3 mil caixas (equivalente a 3 mil quilos) para cerca de 5.500 caixas, um aumento próximo a 90%.

“O crescimento é expressivo e se deve à demanda não só de supermercados e consumidores finais, mas também de lojas menores, que revendem os morangos nos bairros”, comenta Ricardo.

Ele observa que a diversidade de clientes reflete o alcance da moda, que atingiu tanto o varejo tradicional quanto o consumidor direto. A AgroSantos tem investido na logística para atender esse novo patamar de demanda sem comprometer a qualidade do produto.