Recife inaugura parque que combate enchentes e oferece lazer: veja como funciona
Equipamento de R$ 2, 5 milhões foi projetado para servir como área de lazer durante períodos secos e atuar como bacia de retenção nas chuvas
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O Recife ganhou, nesta sexta-feira (29), um novo marco em inovação urbana: o primeiro parque alagável da cidade, localizado entre os bairros de Areias e Ipsep, às margens do Rio Tejipió.
Com um investimento de R$ 2,5 milhões, o espaço foi projetado para cumprir uma função dupla: atuar como área de lazer durante os períodos secos e como bacia de retenção em momentos de chuvas intensas, ajudando a prevenir enchentes.
Além de oferecer um novo local de lazer para a população, o parque também visa melhorar a qualidade da água e criar ambientes naturais para diversas espécies de flora e fauna. A entrega oficial contou com a presença do prefeito João Campos.
“Esta é uma inauguração muito importante para a cidade, porque é uma ação que vai ajudar não só o rio Tejipió e todas as comunidades que estão no entorno, mas também os moradores que vão ganhar espaços de convivência alagáveis, como uma praça e um parque, ajudando na drenagem e na convivência das pessoas João Campos (PSB), Prefeito do Recife
Ainda segundo João Campos, através do recurso captado com o Banco Interamericano, outros equipamentos nesse modelo serão construídos na capital pernambucana.
O novo parque alagável, com cerca de 3,9 mil m², também tem como objetivo amenizar o persistente problema de drenagem na área. Como parte das obras, a calha do Rio Tejipió foi ampliada de 7 para 30 metros, após a desapropriação de aproximadamente 100 imóveis nas margens do rio.
Brinquedos e espaços projetados com cimento e tinta mais resistente à àgua
O parque foi foi projetado para suportar a água da chuva. Os brinquedos, por exemplo, são feitos de cimento para suportar o período chuvoso e eventuais transbordos. Até mesmo a tinta usada nos espaços têm mais resistência.
A intervenção ainda incluiu a pavimentação da Rua Vitória da Conquista e a instalação de diversos equipamentos públicos, como minicampo, playground, pista de cooper, áreas para jogos e espaços para piqueniques.
Essas melhorias visam não apenas criar um novo espaço de lazer, mas também fortalecer a segurança hídrica e a qualidade de vida dos moradores da região.
No Ipsep, a área de 2,6 mil m² recebeu equipamentos como minicampo de areia, playground com brinquedos de concreto, áreas para jogos de mesa e espaços para piqueniques e contemplação.
Equipamento projetado para facilitar limpeza
Passeios e áreas de circulação em piso intertravado também foram implementados, além de acessos específicos para facilitar a limpeza do Rio Tejipió, promovendo a manutenção ambiental da região.
Em Areias, por sua vez, a obra incluiu a construção de 368 metros de pista de cooper com piso intertravado, uma área destinada a jogos e a requalificação de passeios, totalizando 1.227 m². Todos os projetos foram pensados com ênfase na acessibilidade, assegurando que o parque seja inclusivo e seguro para todos os seus frequentadores.
De acordo com a secretária de Infraestrutura do Recife, Marília Dantas, a viabilização da construção do parque alagável foi um grande desafio.
“Foi feito a quatro mãos, porque tivemos a colaboração de especialistas brasileiros e profissionais holandeses que contribuíram para sua conclusão. Sabemos que a bacia do Rio Tejipió é uma das mais difíceis da cidade, e com essa obra conseguimos reduzir o nível de alagamento na região Marília Dantas, Secretária de Infraestrutura do Recife
Para ela, com o novo parque, “Ganha o meio ambiente e também a cidade. Esses projetos resilientes são uma tendência mundial, e esse é o primeiro de um grande plano que faz parte do ProMorar”, completou.
Com o apoio de R$ 500 milhões provenientes do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o ProMorar está investindo na macrodrenagem da Bacia do Tejipió, abrangendo também os rios Moxotó e Jiquiá.
Atualmente, estão em andamento as obras de alargamento de 850 metros do Rio Tejipió, incluindo o perfilamento e o desassoreamento do leito. O foco dessas intervenções é aumentar a capacidade de drenagem da região, minimizando consideravelmente os riscos de alagamentos.
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