Pernambuco: mais de 460 policiais afastados em 2024 por questões de saúde mental
Falta de profissionais de saúde mental no setor foi um dos temas de audiência pública realizada na Assembleia Legislativa
Escute essa reportagem
Este ano, 462 policiais militares de Pernambuco precisaram se afastar do trabalho para tratar de doenças mentais, um número alarmante que reflete a pressão constante enfrentada por esses profissionais. O tema foi discutido em um debate na Assembleia Legislativa de Pernambuco, onde especialistas ressaltaram os impactos do estresse, causado pela rotina de violência extrema que esses servidores enfrentam no dia a dia.
A doutora Ana Paula Velozo, chefe da Unidade de Estudos e Gerenciamento de Saúde da Polícia Civil, explicou que o peso do trabalho e das tensões diárias, incluindo o contato com situações de violência, afeta profundamente a saúde mental dos profissionais. “A carga emocional e a pressão constante geram problemas como depressão e síndrome de burnout, que afetam não só o profissional, mas também sua vida pessoal e familiar”, afirmou, em entrevista à TV Tribuna/Band.
A doutora Ana Paula Velozo, chefe da Unidade de Estudos e Gerenciamento de Saúde da Polícia Civil, explicou que o peso do trabalho e das tensões diárias, incluindo o contato com situações de violência, afeta profundamente a saúde mental dos profissionais. “A carga emocional e a pressão constante geram problemas como depressão e síndrome de burnout, que afetam não só o profissional, mas também sua vida pessoal e familiar”, afirmou, em entrevista à TV Tribuna/Band.
Em 2022, quase 2 mil policiais militares foram afastados por doenças mentais, o que evidência a urgência do tema. Para enfrentar essa realidade, foram discutidas alternativas, como ampliar e interiorizar os serviços de saúde mental, garantindo que esses profissionais recebam o suporte necessário para lidar com o estresse do trabalho.
Ana Paula também ressaltou que o acompanhamento psicológico deve ser mais eficaz e contínuo, a fim de evitar complicações a longo prazo.
O debate destacou a importância de se criar políticas públicas que tratem da saúde mental dos profissionais de segurança pública, considerando as condições extremas de seu trabalho e o impacto direto no bem-estar deles e de suas famílias. A situação é crítica e requer ação imediata para melhorar as condições de trabalho e saúde desses servidores. Participaram do debate: bombeiros, policiais militares, civis e profissionais da área de saúde.
Audiência traz raio X de como melhorar a saúde mental dos profissionais de segurança
"Hoje, enfrentamos um índice preocupante de suicídios entre policiais e um tabu persistente em discutir saúde mental entre os militares", comentou o deputado. Ele mencionou casos de violência extrema, como um incidente no 19º Batalhão, onde um policial, sem tratamento adequado para problemas mentais, tirou a vida de três pessoas, incluindo a própria. Para ele, a falta de apoio cria um ciclo em que os agentes, sem acompanhamento, se tornam vulneráveis e, potencialmente, um risco para a sociedade.
Joel da Harpa também lamentou a rejeição de seu projeto de lei que visava colocar um psicólogo em cada batalhão. O projeto foi recusado por gerar gastos, algo que o legislativo não pode aprovar diretamente. "Mas fizemos um requerimento ao governo do estado para que isso avance”, explicou.
Após essa primeira audiência focada na saúde mental dos agentes de segurança, a Frente Parlamentar pretende consolidar as informações levantadas e criar um documento com indicações e propostas ao governo estadual. Entre as prioridades estão a realização de concursos públicos para aumentar o número de psiquiatras e psicólogos disponíveis para atender a esses profissionais que, diariamente, enfrentam condições extremas de estresse e risco.
Comentários