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Cidades

O cemitério que narra a epidemia de febre amarela em Pernambuco

Em Santo Amaro, é possível unir a saudade e a identidade cultural e histórica do Recife


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Imagem ilustrativa da imagem O cemitério que narra a epidemia de febre amarela em Pernambuco
Cemitério também abriga túmulos históricos, inclusive de uma menina considerada santa. |  Foto: Reprodução das redes sociais

O Dia de Finados também é importante para destacar espaços e personalidades que moldaram a identidade histórica e cultural do Recife e de Pernambuco. A visita aos cemitérios da capital pernambucana, além de ser um momento de homenagem aos entes queridos, de preces e saudades, também é uma garantia de conexão com a História.

O Cemitério de Santo Amaro, com quase dois séculos de história, inaugurado em 1º de março de 1851, foi originalmente destinado ao sepultamento das vítimas do surto de febre amarela, que não podiam ser enterradas em igrejas, como era o costume da época.

O professor pernambucano Argus Vasconcelos de Almeida narrou em seu livro que, apesar das diversas teses e teorias de infecção miasmática e/ou de contágio, em meados do século XIX no Brasil ainda não havia clareza sobre a causa da peste.

Naquela exato ano de inauguração do cemitério, o médico formado em Paris e então presidente do Conselho Geral de Salubridade Pública em Pernambuco, Aquino Fonseca, escrevia sobre a febre amarela.

"Ainda hoje não se sabe qual seja a causa deste fenômeno destruidor, que tanto mingua a espécie humana; sabe-se porém de certas coincidências meteorológicas, ou topográficas que acompanham-no”.

Mortes amplificadas

O contágio da doença era uma ameaça constante na cidade naquela época e ressurgiu com força total em 1852. A reportagem não localizou o número de mortes em 1851.

O registro histórico revela a severidade da epidemia, com um trecho do livro de Pereira Costa relatando que 263 vítimas da febre amarela foram sepultadas no Cemitério Público do Recife durante aquele período. A comissão criada para prevenir a moléstia no ano anterior não conseguiu impedir a tragédia.

Antes da construção do cemitério

A história do surto de febre amarela no Recife tem raízes mais profundas, e documentos consulares de Pernambuco indicam que a epidemia já “reinava” na cidade no ano de 1685.

Embora haja controvérsias sobre a origem, a versão de que a febre amarela chegou ao Brasil por meio da nau francesa "Oriflamme" é questionada, uma vez que essa embarcação só atracou no Recife em 1690, cinco anos após o início da epidemia.

Outra teoria sugeria que a doença foi trazida de São Tomé, na África, com escala em São Domingos, nas Antilhas, onde a enfermidade já era prevalente. (Veja como se dá o contágio mais abaixo)

Testemunho silencioso

O Cemitério de Santo Amaro é um testemunho silencioso desses eventos históricos e uma parte essencial da história da cidade.

Em Santo Amaro, onde passam 18 mil pessoas todos os meses, também foram enterradas personalidades como “a menina sem nome”, o Conselheiro Rosa e Silva, o abolicionista Joaquim Nabuco, Conde da Boa Vista (que participou da revolução de Goiânia e se tornou presidente da província), o senador Marcos Freire, o cantor Chico Science, os governadores Miguel Arraes e Eduardo Campos.

Segundo a Prefeitura do Recife, o Cemitério de Santo Amaro chama-se, na verdade, Cemitério Senhor Bom Jesus da Redenção de Santo Amaro das Salinas. O projeto foi feito pelo engenheiro José Mamede Alves Ferreira.

É possível saber sobre a Febre Amarela em Pernambuco aqui

A origem do mal que gerou a construção de Santo Amaro

Foi descoberto, depois de muitas perdas e boatos, que mosquitos infectados com o vírus da febre amarela provavelmente foram transportados nos navios que traziam escravos africanos para o Brasil. Tais insetos passaram a infectar a população local, contribuindo para a disseminação da doença.

A patologia era uma ameaça constante nas áreas tropicais do Brasil durante séculos, causando surtos periódicos e impactando significativamente a população. A vacina contra a febre amarela, desenvolvida no início do século XX, desempenhou um papel fundamental na prevenção da doença.

No ciclo de transmissão da febre amarela, os mosquitos são os vetores responsáveis por transmitir o vírus de uma pessoa ou macaco infectados para outras pessoas ou macacos. A transmissão ocorre da seguinte forma:

Ciclo Silvestre: a febre amarela silvestre ocorre em áreas de floresta e envolve principalmente macacos como hospedeiros do vírus. Nesse ciclo, os mosquitos que se alimentam de sangue de macacos infectados podem contrair o vírus e, posteriormente, transmiti-lo a outros macacos ou seres humanos.

Ciclo Urbano: A febre amarela urbana envolve a transmissão do vírus entre seres humanos e é mais rara. Nesse ciclo, o mosquito Aedes aegypti é o vetor principal. Pessoas infectadas podem ser picadas por mosquitos Aedes aegypti, que então podem transmitir o vírus a outras pessoas. Esse ciclo é mais raro atualmente, graças aos esforços de controle de vetores e vacinação.

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