Morre Sena, chimpanzé mais idoso do Brasil e símbolo do Parque Dois Irmãos
Ao longo de 53 anos de convivência, encantou com seu olhar expressivo e seu jeito cheio de personalidade
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O chimpanzé Sena, considerado o mais idoso do Brasil, morreu na manhã deste sábado (22), aos quase 68 anos. Ícone do Parque Estadual de Dois Irmãos, no Recife, ele se despede deixando um legado de resistência, cuidado e afeto que atravessou gerações.
Sena vivia no parque desde 1972, quando foi resgatado de um circo e acolhido com a promessa de uma vida digna, longe da exploração. De lá para cá, não foi apenas um animal sob cuidado humano. Tornou-se parte da história do zoológico, da memória afetiva de milhares de visitantes e um símbolo da conexão possível entre espécies.
Ao longo de 53 anos de convivência, encantou com seu olhar expressivo e seu jeito cheio de personalidade. Era mais do que um chimpanzé — era uma ponte viva entre o ser humano e a natureza.
A morte de Sena não surpreendeu a equipe do parque, que já vinha acompanhando seu estado de saúde com atenção desde maio deste ano, quando ele passou por um manejo clínico de alta complexidade.
Na época, foram detectados problemas relacionados à idade avançada, e desde então, ele recebia cuidados paliativos, sempre priorizando o conforto e o bem-estar.
Chegar aos quase 68 anos é um feito raro. A expectativa de vida de chimpanzés na natureza gira em torno de 40 a 50 anos. "Obrigada, Sena, por marcar gerações. Que linda trajetória. Fomos tão privilegiados por cuidar de você por tantos anos. Você fez história e deixou um legado", escreveu Sávia Florêncio, gestora do Parque.
A expectativa de vida de chimpanzés na natureza gira em torno de 40 a 50 anos. Em ambientes de proteção, alguns chegam aos 60 ou, em casos muito excepcionais, aos 70. Sena foi um desses raros exemplos de longevidade, reflexo da sua força e do cuidado dedicado pela equipe do Parque Dois Irmãos.
Sua partida, embora esperada, ecoa forte entre os profissionais que o acompanharam e nas famílias que fizeram do parque parte de suas memórias. “Sena não era só um chimpanzé. Era um mestre silencioso sobre empatia, cuidado e respeito à vida”, disseram, em nota, os responsáveis pelo espaço.
Agora, o chimpanzé que durante mais de meio século olhou, interagiu e encantou milhares de pessoas, segue vivo na memória, nas fotos, nos risos de quem um dia parou diante dele — e no próprio legado do parque, que guarda sua história como um capítulo essencial.
Sena não habita mais o recinto que foi seu lar, mas permanece eternizado na história do Parque Dois Irmãos — e no coração de quem aprendeu, com ele, sobre a beleza de viver e envelhecer com dignidade.
Veja o que dizem aqueles que participaram dos cuidados de Sena
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