Inscrições abertas: curso ensina stop motion a integrantes de terreiros no Recife

A formação é voltada, prioritariamente, para integrantes de terreiros de religiões de matriz afro-indígena |  Foto: Uenni

A segunda edição do projeto Terreirada em Cena está com inscrições abertas para um curso gratuito de animação em stop motion. A formação é voltada, prioritariamente, para integrantes de terreiros de religiões de matriz afro-indígena, e tem o objetivo de ampliar o acesso de comunidades tradicionais à linguagem audiovisual.

Idealizado pela fotógrafa Uenni, o projeto busca fortalecer a autonomia narrativa dessas comunidades. “Muitas vezes, é alguém que está pisando num terreiro pela primeira vez justamente no momento da filmagem. A ideia aqui é outra: capacitar quem já está dentro da comunidade, para que possam contar suas próprias histórias”, afirma a realizadora.

Com início previsto para o dia 10 de maio, o curso será realizado em quatro encontros presenciais, aos sábados, das 8h às 16h, no Ilé Àṣẹ Ọmọ Omi Sagbà – Casa das Águas, no bairro de Mangabeira, no Recife. São oferecidas 30 vagas. Os participantes terão direito a café da manhã e almoço.

PRÁTICA E TEORIA

Com início previsto para o dia 10 de maio, o curso será realizado em quatro encontros presenciais |  Foto: Uenni

Durante a formação, os alunos passarão por todas as etapas da criação de um curta-metragem em stop motion, incluindo roteiro, fotografia, som, modelagem, animação e edição. A proposta alia prática e teoria, com foco na oralidade e no intercâmbio entre gerações. É a primeira vez que o Terreirada em Cena utiliza a linguagem da animação, mantendo o uso do celular como ferramenta principal de produção.

Na edição anterior, o foco foi em documentário e docuficção. A formação foi realizada em três terreiros da Região Metropolitana do Recife. Dos 60 inscritos, 46 concluíram o curso.

Além do conteúdo técnico, o projeto também promove uma discussão crítica sobre a representação das culturas afro-indígenas no cinema. “A gente trabalha com terreiros que cultuam orixás e também com os que cultuam a jurema, que tem raízes indígenas. Por isso, o projeto atua também na valorização do patrimônio cultural afro-indígena de Pernambuco”, completa Uenni.

Desta vez, o Ilé Àṣẹ Ọmọ Omi Sagbà participa por iniciativa própria. O terreiro, fundado em 1986 por Mãe Dora de Iemojá Sagbà, é atualmente conduzido por seus netos, Iyàlórisà Isabelle Caldas e Ogà Elivelton Caldas. O espaço é reconhecido por sua atuação comunitária e preservação de tradições.

Outro destaque é a diversidade etária dos participantes. “Na edição anterior, tivemos crianças de 5 anos e idosos de até 79. Essa troca entre gerações é muito importante porque o terreiro é também um lugar de oralidade, onde os mais velhos aprendem com os mais novos e vice-versa”, diz Uenni.

O projeto foi selecionado pelos editais da Lei Aldir Blanc Pernambuco e conta com apoio do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Cultura, com recursos da Política Nacional Aldir Blanc, do Ministério da Cultura.

Programação

10 de maio: Introdução ao stop motion e roteiro

17 de maio: Fotografia, som e modelagem

24 de maio: Animação na prática

31 de maio: Edição e finalização

Serviço

Curso Terreirada em Cena – Stop Motion no Terreiro

📅 Quando: 10, 17, 24 e 31 de maio de 2025

⏰ Horário: 8h às 16h (com café da manhã e almoço)

📍 Onde: Ilé Àṣẹ Ọmọ Omi Sagbà – Casa das Águas, Rua Campo Alegre, 220 – Mangabeira, Recife (PE)

📝 Inscrições até 25 de abril: https://bit.ly/terreiradaemcena2