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Cidades

Incêndio e perdas na V8, comunidade à beira de um canal que já é carente de tudo

Chamas atingiram pelo menos seis casas e deixaram desabrigados


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Imagem ilustrativa da imagem Incêndio e perdas na V8, comunidade à beira de um canal que já é carente de tudo
No lugar, era possível ver madeiras pretas, queimadas pelo fogo e muitas pessoas desoladas, porque perderam o pouco que tinham |  Foto: Bombeiros/Divulgação

Um grande incêndio destruiu ao menos seis casas na comunidade V8, em Olinda, na Região Metropolitana do Recife, na manhã desta terça-feira (10). As residências, construídas majoritariamente com madeira, foram rapidamente consumidas pelas chamas, que resistiram até o início desta tarde.

O fogo, que teve início por volta das 9h30, foi provocado por um jovem de 18 anos, identificado como portador de esquizofrenia, segundo informações da família.

O início da tragédia

De acordo com relatos de Jaqueline, irmã do suspeito, o jovem não aceita tomar os remédios indicados pelo médico e tem feito uso de drogas. Ele usou um isqueiro para incendiar inicialmente a casa da própria mãe.

“Ele mistura as drogas, cheira cola, loló, fuma maconha, e não quer tomar o remédio controlado”, explicou a irmã Jaqueline, visivelmente abalada em entrevista à repórter Luciana Santos, exibida no Jornal da Tribuna 1ª Edição, comandado por Artur Tigre. Durante a matéria, produzida ao vivo, no caloar da emoção, os moradores não falaram os sobrenomes.

Após o fogo inicial ser contido com a ajuda de vizinhos, o jovem saiu ateando fogo em outras residências próximas, provocando a tragédia.

Suspeito é detido para evitar retaliações

A Polícia Militar foi acionada e conduziu o suspeito à Delegacia do Varadouro para evitar que ele fosse linchado por moradores. Jaqueline disse ter sido ela mesma quem chamou as autoridades:

“Todo mundo achou que poderia agredir ele, porque ele não tá bem. Mas foi uma tragédia para todos.”

Defesa Civil de Olinda realiza vistoria após incêndio em comunidade do V8

Imagem ilustrativa da imagem Incêndio e perdas na V8, comunidade à beira de um canal que já é carente de tudo
Incêndio não ceifou vidas, mas não deixa de ser uma tragédia para uma comunidade que enfrenta falta estrutura básica, questões fundiárias, violência urbana e desigualdade social |  Foto: Bombeiros/Divulgação

A Secretaria Executiva de Defesa Civil de Olinda foi acionada, às 11h45, pelo Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco, através do Centro Integrado de Operações de Defesa Social.

Uma equipe de Engenharia da Defesa Civil esteve no local para realizar a vistoria e avaliar os riscos estruturais remanescentes.

Durante a inspeção, foi constatado que as construções, predominantemente compostas por materiais como madeira e zinco, foram totalmente consumidas pelo fogo, restando apenas vestígios das edificações. Preliminarmente, seis famílias foram identificadas como afetadas pelo incêndio.

A equipe da Assistência Social de Olinda forneceu água, colchões e cestas básicas aos atingidos, enquanto a Prefeitura iniciou um levantamento social para verificar se os moradores possuem acesso a benefícios como CadÚnico e Auxílio Moradia. Apesar da oferta de abrigo, os moradores optaram por recusar a assistência.

Perdas e desespero

Uma cadela que estava em uma das casas atingidas morreu carbonizada. Segundo o tutor do animal, ele estava no trabalho quando foi alertado sobre o incêndio e, ao chegar em casa, se deparou com o cenário de destruição. “Não sei o que fazer, não tenho para onde ir”, lamentou seu Washington. 

"Estávamos trabalhando quando recebi a ligação avisando que minha casa tinha pegado fogo", continuou seu Washington, um dos moradores afetados. Ele contou que estava no trabalho quando foi informado da tragédia.

“Perdi tudo. Minha casa, roupa, máquina de lavar, TV, até aparelho de outras pessoas tinha aí dentro”, lamentou, emocionado. Ele trabalha com concerto de eletrônicos e outros tipos de objetos e mora na comunidade há 50 anos, sendo os dois últimos na casa incendiada.

Com lágrimas nos olhos, ele afirmou que nunca imaginou passar por uma situação tão devastadora. A TV Tribuna perguntou o número de seu telefone, que é pix, para o caso de alguém que queira ajudá-lo. O número dele é 98885-2733. (Confira o nome ao fazer doação)

Corpo de Bombeiros intervém

Os bombeiros enviaram dois caminhões ao local e utilizaram cerca de 20 mil litros de água para conter as chamas. Apesar de a corporação ter declarado o incêndio controlado, pequenos focos de fogo ainda eram visíveis ao longo da tarde, sendo combatidos pelos próprios moradores com baldes de água.

Por volta de meio-dia, as chamas começaram novamente, mas não houve novo acionamento do Corpo de Bombeiros, o que indica que conseguiram apagar o incêndio.

Comunidade vulnerável e com desafios socioeconômicos

A comunidade V8, localizada às margens da Avenida Beira Rio, em Olinda, é composta por casas de madeira e alvenaria, muitas delas em situação de vulnerabilidade social. Tragédias como essa evidenciam as dificuldades enfrentadas pelos moradores, especialmente em situações de emergência.

No momento, as seis famílias afetadas estão desabrigadas e enfrentam incertezas quanto ao futuro. Não houve registro de feridos graves, mas as perdas materiais foram totais.

A Defesa Civil foi acionada para avaliar os danos e oferecer suporte às vítimas, enquanto as autoridades continuam investigando as circunstâncias do incidente.

Solidariedade no rescaldo

Durante a entrevista, moradores da comunidade se mobilizaram para ajudar no rescaldo e identificar os principais danos. Uma delas, Cris Lenny, destacou a solidariedade entre os residentes:

“O que vier de coração é bem-vindo. Precisamos de colchões, camas, móveis. Tudo que puder ajudar será muito importante para as famílias afetadas”, afirmou em meio ao cenário de destruição.

Segundo Marcelo, outro morador, a situação foi complexa:

“O fogo estava forte e os moradores estavam nos ajudando a apagar com água retirada do canal próximo. Foi um esforço coletivo, mas os danos foram inevitáveis”, explicou.

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