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Cidades

Febre Oropouche: maruim assume protagonismo na transmissão, não a muriçoca

Estudo desmistifica a relação entre a muriçoca e a doença e aponta o maruim como principal vetor


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Imagem ilustrativa da imagem Febre Oropouche: maruim assume protagonismo na transmissão, não a muriçoca
A muriçoca pode até ter o vírus, mas ela ainda não tem a capacidade de transmitir para os seres humanos

A muriçoca não é a vilã da febre oropouche. O principal agente transmissor é  Culicoides paraensis, conhecido como maruim. A informação foi revelada nesta segunda-feira (5) pelo diretor geral de Vigilância Ambiental de Pernambuco, Eduardo Bezerra.

Segundo ele, entre os 92 casos da doença identificados no estado, nenhum ainda foi registrado no Recife ou no Agreste, por exemplo, duas regiões onde muriçocas são comuns.

De acordo com o diretor geral, a doença ainda é pouco conhecida em Pernambuco por ser mais comum no Norte do País.

“Pesquisas feitas em laboratório identificaram muriçocas com o vírus, mas não a competência de transmissão. A gente não descarta, mas temos a certeza de que o vetor principal é o maruim”, declarou.

Imagem ilustrativa da imagem Febre Oropouche: maruim assume protagonismo na transmissão, não a muriçoca
Eduardo Bezerra contou que o vírus surgiu no Norte do Brasil em 1960, mas o primeiro surto em humanos foi em 1971. |  Foto: Divulgação/Secretaria de Saúde

Ainda segundo o diretor geral de Vigilância Ambiental de Pernambuco, Eduardo Bezerra, dos 92 casos de oropouche contabilizados em Pernambuco, a maioria foi na Zona da Mata Sul.

“Este é um tipo de vetor diferente do aedes aegypti, cujo ciclo reprodutivo é em água limpa. O maruim se reproduz em áreas alagadas e em material em decomposição”, declarou, orientando que os moradores mantenham os quintais limpos, especialmente se houver um pé de fruta.

“A muriçoca tem no estado inteiro como o aedes aegypti existe no estado inteiro. Em Pernambuco, (o vírus oropouche) está exatamente na faixa geográfica que quem transmite é o maruim. Nada nos faz pensar que a muriçoca está fazendo essa transmissão”, declarou.

Seminário no Recife reforça vigilância ao vírus Oropouche

A Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco, em conjunto com o Ministério da Saúde, realizou um seminário no Recife na última quinta-feira (1), com o objetivo de intensificar a vigilância e o monitoramento do vírus Oropouche.

O evento contou com a presença de técnicos, gestores de diferentes estados, especialistas e cientistas, que discutiram estratégias de combate à doença.

Para aprofundar o entendimento sobre o vírus, o Ministério da Saúde criou três grupos de pesquisa dedicados ao estudo do Oropouche.

Esses grupos visam investigar o vetor da doença, o mosquito Culicoides paraensis, e o comportamento do vírus no organismo humano. A iniciativa é realizada em parceria com a Fiocruz, o Instituto Evandro Chagas (IEC) e a Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado, do Amazonas.

Um dos grupos de pesquisa concentra seus esforços em análises laboratoriais, incluindo a identificação de linhagens virais e características genômicas.

Outro grupo estuda as manifestações clínicas em pacientes infectados, enquanto o terceiro foca na compreensão do ciclo de vida do vírus nos insetos transmissores.

Saiba mais sobre o maruim

Culicoides paraensis é uma espécie de mosquito pertencente ao gênero Culicoides e à família Ceratopogonidae. Esses pequenos insetos hematófagos, popularmente conhecidos como "maruins" ou "mosquitos-pólvora," são reconhecidos por sua capacidade de transmitir várias doenças virais e parasitárias para humanos e animais.

No contexto da febre Oropouche, o Culicoides paraensis é considerado o principal vetor do vírus Oropouche, que pode causar uma doença febril com sintomas como febre, dor de cabeça, dores no corpo e, em alguns casos, sintomas gastrointestinais.

Esses mosquitos são pequenos, geralmente medindo cerca de 1 a 3 milímetros de comprimento, e têm hábitos de alimentação noturnos. Eles são particularmente encontrados em áreas úmidas, como matas e regiões alagadas, onde as fêmeas depositam seus ovos em matéria orgânica em decomposição.

Veja mais na matéria de Luciana Queiroz, onde ela entrevista o secretário executivo  de Vigilância em Saúde e Atenção Primária da SES, de Bruno Ishigami.


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