Dois anos após a tragédia, Jardim Monte Verde segue desamparado

Moradores cobram providências da prefeitura por proteção precária, entrega de casas e melhores condições de vida |  Foto: Frame da TV Tribuna PE (Band/canal 4)

Moradores de Jardim Monte Verde, em Jaboatão dos Guararapes, realizaram um protesto nesta terça-feira (28) cobrando providências da prefeitura municipal por mais proteção na área, pela demora na entrega dos habitacionais e por melhores condições de vida.

Segurando balões vermelhos com formato de coração, eles fizeram uma homenagem às vítimas da maior tragédia ocorrida em Pernambuco, em 28 de maio de 2022, por causa das chuvas.

A manifestação foi acompanhada pela repórter Luciana Queiroz e exibida na 1ª edição do Jornal da Tribuna.

Há exatos dois anos, mais de 130 pessoas morreram em Pernambuco e 2.099 pessoas foram obrigadas a sair de suas casas. A cidade onde houve o maior número de mortes foi em Jaboatão, mais de 60 ao todo. Deste total, causou grande comoção e desespero o fato de 48 pessoas morrerem no bairro de Jardim Monte Verde, 17 delas de uma vez só, todas vítimas de um deslizamento.

No local, na época, foi feita uma corrente humana para retirar pessoas debaixo da terra. “Tem gente que não recebeu auxílio-moradia. Quem tem auxílio-doença, não pode receber o auxílio-moradia. Mas eu pergunto ao prefeito Mano Medeiros (PL): será que R$ 300 paga um aluguel? Eu pergunto a João Campo (PSB): será que R$ 300 paga um aluguel, não paga”, reclamou dona Sebastiana, moradora do bairro.

A antiga polêmica é que o bairro fica na divisa entre Recife e Jaboatão e os residentes de lá cobram das duas prefeituras. Em uma única rua, 17 pessoas morreram de uma vez, soterradas por deslizamentos.

Quem sobreviveu, ainda se recupera de traumas. Quase nada mudou em Jardim Monteverde. Os moradores ainda temem que uma nova tragédia aconteça. Nas imagens registradas por Onildo Xavier. é possível ver que ainda há barreiras sem qualquer tipo de proteção, como lonas, mesmo com a aproximação do inverno.

Seu José perdeu 12 pessoas da família dele, dois filhos e três netos. “É como se eu tivesse morrido com eles, porque, por dentro, não tem como melhorar”.

O Governo do Estado se comprometeu em enviar R$ 60 milhões, o Governo Federal prometeu mais R$ 20 para obras de encostas, mas o bairro continua sem melhorias.