Ciclistas protestam e instalam "Bikes Fantasma" em locais de acidentes fatais

Segundo Ameciclo, em 2024, Recife está mais inseguro para os ciclistas. A entidade reforça a importância da mobilidade segura e o direito de todos transitarem sem medo. |  Foto: Ameciclo/Divulgação

Nesta quinta-feira (19), a cidade do Recife será palco de uma ação simbólica em memória dos ciclistas que perderam a vida tragicamente no trânsito. O movimento irá instalar "Ghost Bikes" – bicicletas pintadas de branco que funcionam como um memorial – nos locais onde ocorreram os acidentes

A concentração está marcada para às 18h, no Coreto da Praça do Derby, com saída prevista para às 19h. Os participantes seguirão em direção aos bairros de Beberibe e Parnamirim, locais onde os atropelamentos aconteceram na manhã da última segunda-feira (16).

O ato busca não apenas homenagear as vítimas, mas também chamar a atenção para a necessidade urgente de uma infraestrutura adequada e segura para os ciclistas na cidade. Durante o trajeto, serão feitas homenagens nos pontos dos acidentes, com a instalação das Ghost Bikes, que simbolizam a luta pela justiça e segurança nas vias urbanas.

A iniciativa reforça a importância da mobilidade segura e o direito de todos transitarem sem medo. Os organizadores convidam a população para participar do ato, trazendo suas bicicletas e reforçando o pedido por mudanças que garantam a segurança de quem utiliza esse meio de transporte.

Profissionais que dirigem ônibus não mantêm distância segura

De acordo com dados alarmantes, o número de acidentes de trânsito com vítimas fatais aumentou 116% entre 2022 e 2024 |  Foto: Ameciclo/Divulgação

Na manhã de segunda-feira, dois ciclistas perderam a vida em acidentes fatais envolvendo ônibus, ocorridos quase simultaneamente em diferentes pontos da cidade. As vítimas, conhecidas apenas como Val e Sandro, foram atropeladas por motoristas de transporte coletivo nos bairros de Beberibe e Parnamirim.

Segundo a Ameciclo, os incidentes evidenciam um problema que tem sido alvo de críticas recorrentes: a falta de infraestrutura adequada e segura para a mobilidade urbana.

Os locais onde os atropelamentos ocorreram têm em comum a ausência de medidas que forcem a redução de velocidade de veículos motorizados e a carência de ciclovias seguras. "A cidade está se tornando cada vez mais perigosa para quem circula pelas ruas, especialmente para os ciclistas", diz a Ameciclo.

De acordo com dados alarmantes, o número de acidentes de trânsito com vítimas fatais aumentou 116% entre 2022 e 2024, mais que dobrando em apenas dois anos. Para muitos, esse crescimento revela a falha na gestão pública da mobilidade.

Em outro trecho, a Ameciclo destaca: “Não podemos tirar a responsabilidade dos empresários do transporte público, cujos profissionais deveriam prezar pela vida no trânsito, mas que por vezes contribuem com atitudes irresponsáveis, dirigindo com imprudência, velocidade e sem dar distância de segurança. Sem a responsabilização devida de quem dirige e de quem gere as empresas, as mortes só irão continuar”.