Adolescente Pedro consegue coração para transplante
Procedimento cirúrgico aconteceu neste final de semana no Recife

O adolescente Pedro, de 17 anos, que está internado na UTI de um hospital particular no Recife, no aguardo de um transplante de coração, recebeu uma boa notícia neste fim de semana.
Diagnosticado com miocardite, inflamação do músculo cardíaco, Pedro tem uma insuficiência cardíaca severa e precisa utilizar aparelhos para manter o funcionamento do coração. Porém, mesmo diante de um cenário desafiador, o adolescente conseguiu durante o sábado (16), um órgão compatível para a realização do tão esperado transplante cardíaco.
Em contato com a produção da Tv Tribuna PE / Band, a gerente comercial e mãe do paciente, Joana Pires Ferreira, confirmou que a cirurgia já aconteceu e foi bem sucedida.
“ Ele saiu da cirurgia. Abriu os olhos e respondeu. Essas primeiras 24 horas são super importantes. Ele (o médico) disse que (as 24h) são tão importantes quanto a cirurgia. Mas eu tenho muita fé em Deus que já deu tudo certo”, afirmou a mãe.
Joana também afirmou que a partir de agora os familiares terão uma nova missão, além de continuar cuidando do Pedro, é hora de falar para outras pessoas sobre a importância da doação de órgãos.
“Eu acho que a gente tem uma missão agora. Essa missão é a gente conscientizar realmente as pessoas a respeito do transplante”, disse Joana
RELEMBRE O CASO DO GAROTO PEDRO
Com informações de Luciana Queiroz, repórter da TV Tribuna Pernambuco
Encontrar um doador de órgãos não é fácil, ainda mais quando se trata de um transplante cardíaco. É necessário levar em conta idade, altura, peso e compatibilidade do doador. Mas, o pior, é quando essa disponibilidade esbarra no preconceito ou na desinformação. Mais de 3.700 pessoas esperam pela doação de um órgão, em Pernambuco. Para cada 100 potenciais doadores com diagnóstico de morte encefálica, apenas 36 têm a doação autorizada pela família.
Essa dificuldade faz toda a diferença entre morte e vida. Pedro, de apenas 17 anos, está lutando pela dele. Há dois meses, o rapaz está internado em uma UTI de um hospital particular no Recife. Diagnosticado com miocardite, inflamação do músculo cardíaco, Pedro tem uma insuficiência cardíaca severa e, no momento, depende de aparelhos para continuar vivendo.
Um transplante cardíaco poderia salvar a vida de Pedro e devolver a rotina normal do jovem rapaz, mas encontrar um doador compatível, não é fácil. E encontrar famílias dispostas a autorizar essa doação, infelizmente, também não é. Um doador compatível chegou a ser identificado, mas antes que o transplante pudesse ser feito, a família não autorizou a doação.
NEGAÇÃO E DESINFORMAÇÃO
Joana Pires Ferreira, gerente comercial e mãe de Pedro, falou à repórter Luciana Queiroz. Ela relatou a dor e a angústia de ver que surgiu um doador compatível, mas a família negou. "Quero deixar muito claro que, nesse momento, a gente tende a sentir uma revolta e uma dor, mas eu vejo que é a mais e pura falta de informação".
Bastante emocionada, a mãe de Pedro desabafou: "eu não quero julgar a família que fez isso, só Deus sabe a dor que eles passaram, mas eu não quero passar por isso também. Enquanto ele [Pedro} estiver lutando, a gente está lutando por ele", disse Joana.
CENTRAL DE TRANSPLANTES
Este ano, até o mês de junho, foram realizados 938 transplantes em Pernambuco, sendo 19 deles de coração. Mas, o número ainda é muito baixo, comparado com a quantidade de pessoas que aguardam um novo órgão.
As notificações de morte encefálica são enviadas dos hospitais para a Central de Transplantes, no Bongi. É obedecido um protocolo criterioso para a doação ser feita. O grupo sanguíneo tem que ser compatível, além de peso e altura. Um só doador pode salvar até oito vidas.
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