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Internacional

Trump e Kamala não têm incentivos para enfrentar problema fiscal, avalia Raghuram Rajan


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Nem o republicano Donald Trump nem a democrata Kamala Harris, candidatos nas eleições norte-americanas, têm incentivos para atacar o problema fiscal dos Estados Unidos, que se agravou com a pandemia. A avaliação foi feita nesta segunda-feira, 14, pelo professor da Universidade de Chicago e ex-economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Raghuram Rajan, que participou do Macro Vision 2024, evento do Itaú BBA, em São Paulo.

"Não há incentivos em nenhum dos dois lados para atacar o problema fiscal nos Estados Unidos", disse o economista, acrescentando que o impulso fiscal faz o país crescer acima do potencial.

Conforme o economista, uma vitória de Trump levaria a um cenário pior, já que o republicano não vai conseguir financiar totalmente os cortes de impostos com aumentos de tarifas comerciais.

Conforme o economista, uma vitória de Trump levaria a um cenário pior, já que o republicano não vai conseguir financiar totalmente os cortes de impostos com aumentos de tarifas comerciais.

Outro problema se Trump vencer, emendou, será a agenda climática, pois setores que até agora vem recebendo incentivos para a transição a uma economia verde vão perder os estímulos com o republicano de volta à Casa Branca.

Para Rajan, Trump tende a incentivar a economia marrom, termo utilizado ao se referir ao desenvolvimento econômico puxado por fontes de energia não renováveis. "Algumas das subvenções dadas aos consumidores para energia verde vão desaparecer", projeta.

Conforme Rajan, que também já foi presidente do Banco Central da Índia entre 2013 e 2016, a expansão fiscal, que escalou na pandemia, coloca o mundo em posição pior para o enfrentamento da mudança climática, que requer uma reserva para gastos, assim como dificulta o trabalho da política monetária, dado o impacto dos estímulos na inflação.

"A política monetária tem uma tarefa muito mais difícil nos anos que virão. Um dos argumentos para taxas de juros reais mais altas daqui para frente é simplesmente o fiscal", comentou o professor da Universidade de Chicago.

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