Presidente do Chile nega acusação de assédio sexual
Na campanha para sua eleição em 2021, Gabriel Boric foi acusado de outro suposto assédio sexual, também negado por ele à época
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O presidente do Chile, Gabriel Boric, é alvo de uma denúncia de assédio sexual que está em investigação no Ministério Público do país. O líder "nega categoricamente" ter cometido qualquer crime.
O caso veio à tona na noite de segunda-feira (25). Os acontecimentos remontam a julho de 2013, quando Boric –à época com 27 anos– estudava direito na cidade de Punta Arenas, no extremo sul chileno. Foi lá que ele conheceu a mulher que hoje o acusa de assédio sexual e de divulgar materiais íntimos, segundo a denúncia apresentada às autoridades em 6 de setembro.
Advogado do presidente, Jonatan Valenzuela afirma que Boric, na verdade, é a vítima. Ele rechaça as acusações, diz que o líder vem sendo assediado desde que assumiu a Presidência e que provas de sua inocência teriam sido entregues à Justiça. "Meu cliente nunca teve um relacionamento afetivo ou amigável com ela [autora da denúncia]. Eles não se comunicam desde julho de 2014", afirmou.
Ainda de acordo com o advogado, a equipe jurídica do presidente tomou conhecimento da ação ao fazer a revisão periódica de processos que "possam ter relevância nas diversas esferas públicas". Então, decidiu torná-la pública na noite de segunda.
Cristián Crisosto, chefe do Ministério Público da região de Magallanes, confirmou que "existe um processo criminal relacionado aos fatos indicados". Uma equipe especial foi mobilizada para a investigação, acrescentou ele, que se absteve de informar mais detalhes do caso.
A denúncia contra Boric vem à tona em um momento em que o seu governo enfrenta um escândalo devido às acusações de abuso sexual e estupro feitas contra o ex-subsecretário de Segurança e Interior, Manuel Monsalve, que está em prisão preventiva há uma semana.
Na campanha para sua eleição em 2021, Boric foi acusado de outro suposto assédio sexual, também negado por ele à época. A denúncia nunca foi investigada criminalmente.
Boric, que em 2026 completará seu mandato de quatro anos sem direito à reeleição imediata, tem foro especial. Para que o processo contra ele avance, a Justiça teria de aprovar primeiro a cassação de sua imunidade presidencial.
Não há indicativos de que a denúncia contra Boric tenha provocado algum tipo de impacto na popularidade do presidente. No mês passado, a coalizão de esquerda da qual ele pertence sofreu derrota parcial nas eleições locais —votação que é considerada um termômetro para o pleito que definirá o próximo líder do país sul-americano. Embora a direita tradicional tenha registrado crescimento, a oposição teve vitória menos expressiva do que os analistas esperavam.
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