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Internacional

Ovos importados do Brasil viram alvo de disputa em Taiwan

"Os consumidores não precisam se preocupar", afirmou o ministério da agricultura em nota


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Ovos importados do Brasil foram retirados das prateleiras dos supermercados de Taiwan na terça-feira (12), por erro na data de vencimento acrescentada a um dos lotes pelo distribuidor local.

A falta de ovos se tornou controvérsia política na ilha asiática, com disparada nos preços e reflexo na campanha para as eleições de janeiro. Os taiwaneses consomem 24 milhões de ovos por dia, mas a produção interna é de 23 milhões, daí a importação de 80 milhões do Brasil.

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O prazo de validade do lote final chegou às lojas como 5 de outubro, mas deveria ser entre 24 e 27 de setembro, 120 dias depois da saída do Brasil. Eles podem receber nova data e voltar às prateleiras, segundo a agência de vigilância sanitária.

"Os consumidores não precisam se preocupar", afirmou o ministério da agricultura, em nota. "A validade pode se estender por quatro meses, e todos os ovos importados sob o Projeto Brasil são vendidos dentro de seus prazos especificados, proporcionando tranquilidade ao público."

A empresa responsável, Tai Nong Egg, "reconheceu o erro nas etiquetas e removeu prontamente dos canais de distribuição", acrescenta o comunicado.

Mas na quarta o presidente da empresa declarou ao principal jornal taiwanês, Lianhe Bao, que o fez instruído pelo ministério. Parlamentares do maior partido de oposição, Kuomintang (KMT), disseram então que continuarão a "perseguir o problema do ovo brasileiro".

A questão vinha de semanas, até culminar nas manchetes de terça. O problema maior era a gripe aviária reconhecida pelo Brasil no final de maio. "Que coincidência", ironizou a deputada Wang Hunj-Huei, "o governo só rotulou o Brasil [como zona com a doença] em junho".

A Tai Nong Egg respondeu que os ovos já haviam deixado o país, quando o surto começou, sem risco de contaminação. Parlamentares governistas acrescentaram que as críticas à importação visam beneficiar, com preços altos, empresas locais que "acumularam ovos".

Antes, houve outro problema, também amplificado pela oposição.

Num dos lotes, foi identificado um antibiótico veterinário, Florfenicol, de uso restrito em Taiwan, embora aceito em diversos países. Ele foi barrado na alfândega, segundo a agência de vigilância.

Desde janeiro, Taiwan importou ovos de nove países, entre eles Austrália, Filipinas, Malásia, Singapura, Tailândia e Turquia, mas os questionamentos são concentrados no Brasil, de onde saíram 75 embarques.

As compras externas não acabaram com a falta. No último dia 3, pouco antes de vir a público a questão da data de validade, a comissão que revisa e tabela o preço do ovo havia anunciado um aumento, acompanhando o custo crescente da alimentação em Taiwan.

No mesmo dia do aumento, o KMT pediu investigação contra a companhia criada há um ano que concentra as importações de ovos, supostamente com subsídio governamental, falando em "empresa de fachada".

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