Líder do Irã reconhece avanço inicial em negociações com EUA, mas 'desconfia' do outro lado
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O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, reconheceu avanços iniciais nas negociações com os Estados Unidos em Omã como "movimento bem executado", mas reforçou desconfiança em relação a Washington. O líder evitou extremos, afirmando: "Não somos excessivamente otimistas nem excessivamente pessimistas sobre as negociações de Omã".
Em meio à pressão americana para restringir o poderio bélico do país, Khamenei adotou um tom de prudência, mas reafirmou confiança na capacidade do Irã de superar desafios e disse estar "otimista" sobre as próprias capacidades soberanas.
"As conversas em Omã são um dos muitos deveres do Ministério das Relações Exteriores. Não devemos fazer todas as questões do país dependerem dessas negociações", afirmou. O presidente dos EUA, Donald Trump, já deixou claro que o Irã "não pode ter armas nucleares" e impôs essa condição para as discussões, que tiveram uma rodada no último sábado e devem continuar no próximo.
Khamenei também frisou que as "linhas vermelhas" do Irã estão definidas, tanto para os americanos quanto para seu próprio governo. Enquanto os EUA pressionam por limites ao enriquecimento de urânio, o Irã insiste em seu direito a um programa nuclear pacífico.
Além do tema atômico, o líder iraniano abordou as sanções americanas, defendendo maior autonomia econômica. "Uma das melhores maneiras de frustrar o efeito das sanções é remover os obstáculos que impedem o investimento doméstico", disse. Ele expressou confiança na resiliência do país: "Se usarmos efetivamente nossas capacidades, podemos tornar o Irã invulnerável. Então, mesmo sob sanções, o país sairá de qualquer dificuldade". Khamenei reforçou a estratégia de diversificar parcerias, citando China, Rússia e Índia como aliados-chave.
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