Furacão faz brasileiros mudarem roteiro nos parques
Com toque de recolher e mudanças nos planos, turistas se adaptam à chegada do furacão Milton
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O furacão Milton está a caminho da costa da Flórida e brasileiros que foram ao estado para ir à Disney tiveram de mudar o roteiro devido aos alertas de toque de recolher.
Embora a tempestade chegue ao litoral com força, o impacto na região dos parques de diversão deve ser menor. Mesmo assim, os turistas são orientados a não sair dos hotéis.
A jornalista Beatriz Santoro, 30, chegou à cidade de Kissimmee com mais seis pessoas da família na segunda-feira (7), quando já começaram a receber alertas sobre o furacão. Eles foram ao parque da Universal no dia seguinte, mas tiveram de alterar o roteiro dos próximos dias. A visita aos parques da Disney que seria nesta quarta (9) foi transferida para sexta (11), por exemplo. Já o tour pelo Halloween Horror Nights, que ocorre na Universal, mudou de quinta (10) para domingo (13).
Ela conta que a Disney fez a troca normalmente, enquanto a Universal deu a opção de irem em qualquer dia desta semana ou da próxima. "Não tivemos prejuízos financeiros, só perdemos um dia de parque mesmo", diz.
Apesar da troca, ela afirma que "ainda não é certeza de que os parques vão abrir a partir de sexta. É só uma previsão".
O agente de viagens André da Guia, 39, está em Orlando com a família e um casal de amigos. Eles conseguiram visitar o Sea World e a Universal Studios, mas tiveram de remanejar uma visita ao Magic Kingdom para o dia 12 —eles retornam ao Brasil no dia 16.
Não houve prejuízo financeiro, mas um voo que tinha para Nova York nesta quarta foi cancelado. "Até o momento, não sabemos se iremos." Dono de uma agência de viagens, ele já está orientando os clientes também.
VIAGEM PROGRAMADA HÁ OITO MESES
A bancária Ana Carolina Andrade, 32, e o marido estavam planejando a viagem para Orlando há quase um ano. "O furacão nos assustou e foi preciso mudar alguns planos, mas estamos bem e seguros", disse.
Eles chegaram no dia 6 e retornam ao Brasil no domingo (13). Desde a chegada, acompanham os canais oficiais do governo para monitorar a situação. No hotel onde estão, no centro da cidade, foram orientados a manter a calma e evitar sair para locais distantes.
A tia do meu marido, também moradora da Flórida, tem nos orientado bastante e passado calma", afirma. O casal está abastecido com água e alimentos congelados para dois dias, além de pães, frios e frutas.
Eles visitaram o Universal Studios na terça-feira, sem contratempos e com local mais vazio. O plano original era conhecer as praias da Flórida no começo da semana, mas cancelaram.
APREENSÃO
André relata que os moradores estão saindo das cidades em risco, enquanto turistas permanecem em hotéis e resorts, com estrutura mais segura e geradores de energia.
"Sabemos que o impacto maior é na costa. Onde estamos, chegará próximo com grau 3", diz. "Mas estamos bem apreensivos, pois nunca estivemos diante desse fenômeno."
Para a maioria das pessoas do grupo de Beatriz, que são da capital e do interior paulista, é a primeira vez em Orlando. "Estamos preocupados porque nunca passamos por isso."
A família está em um hotel, onde as orientações são para permanecer nos quartos. Também avisaram sobre a possibilidade de ficarem sem energia elétrica. O governo alertou para estocarem medicamentos, água e comida para três dias, contando a partir desta quarta-feira (9).
PRATELEIRAS VAZIAS
Beatriz foi a um supermercado na segunda, onde o galão de água já tinha acabado. Havia apenas garrafas soltas nos freezers. Na terça, foi a uma loja de conveniência que estava limitando os galões de três litros a um por família.
André também viu as prateleiras vazias. "Não tem mais água. Estamos bem abrigados e com reserva de água e alimento."
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