Corrida Tribuna Ruas da Cidade: inclusão e desafios em Vitória
Cerca de 1.100 atletas vão participar da 11ª edição, no dia 3 de novembro. São sete categorias destinadas às pessoas com deficiência
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No dia 3 de novembro, as ruas de Vitória vão receber a 11ª edição da tradicional Corrida Tribuna Ruas da Cidade, que reúne os mais variados tipos de atletas. Com largada e chegada na Praça do Papa, na capital, os trajetos de 5 km e 10 km se transformam em um palco de superação para os 1.100 atletas inscritos.
A prova não celebra apenas o esporte e a saúde, mas também destaca histórias de inclusão e resiliência. Ao todo, são sete categorias para pessoas com deficiência (PCDs), sendo elas: individual geral (masculino e feminino), cadeirante, deficiente visual, amputados de membros inferiores, amputados de membros superiores, deficiente intelectual e deficiente auditivo.
Valdecir Nogueira, de 54 anos, é um exemplo de determinação.
Natural de Barra de São Francisco e residente em São Torquato, Vila Velha, Valdecir, que perdeu a visão do olho esquerdo e tem baixa visão no direito devido a uma meningite contraída aos nove meses de vida, conquistou o segundo lugar na prova de 10 km no ano passado.
“O percurso é muito bom. Só baixada, sem morro e bem assistido com pontos de hidratação e segurança para os atletas. Pretendo concluir a corrida sem surpresas e subir ao pódio novamente”, disse o auxiliar de esportes.
Outra história impactante é a de Héderson Alencastre, de 34 anos, nascido em Pancas e morador de Viana. Héderson, que ficou sem o movimento no braço direito após acidente de moto em 2016, conquistou o quinto lugar na prova de 5 km em 2023.
“A edição passada foi a minha primeira. Toda corrida é uma emoção à parte e, neste ano, vou enfrentar os 10 km, com a intenção de terminar bem, sem dores. O importante é curtir o momento”, afirmou o analista de garantia.
E Marielton Santos, de 46 anos, é outro exemplo de superação. Nascido em Jaguaquara, na Bahia, e residente no bairro Bonfim, em Vitória, Marielton, que possui visão monocular e enfrenta desafios devido à miopia e ao astigmatismo, conquistou a primeira colocação no trajeto de 10 km em 2023.
“Participo desde a 7ª edição (em 2019), quando eu descobri a corrida. Meu objetivo é ser melhor que o ano passado e melhorar meu ritmo. Qualquer segundo a menos já é uma festa”, projetou o servidor público municipal.
Corrida que amplia oportunidades
Para uma pessoa com deficiência, o enfrentamento ao preconceito é recorrente e, em outras corridas, é preciso combatê-lo até mesmo contra as organizações, o que não é o caso da Corrida Tribuna Ruas da Cidade.
“As discriminações são constantes para PCDs. Sofremos diferenças até nas premiações em algumas corridas. Em relação à Corrida Tribuna, acho que é bem inclusiva, e separar por categorias é ainda melhor”, avaliou Valdecir Nogueira.
“Nossa luta é por igualdade. Os desafios sempre vão existir e é isso que nos move. Não existe limitação, a regra é superação. Alguns enxergam a categoria PCD como um peso e um problema para as corridas de rua”, complementou Héderson.
Por fim, o trio convocou todos os PCDs que desejem a participarem de corridas. “Supere os seus obstáculos, junte-se a nós e venha correr conosco”, chamou Marielton Santos.
Já Valdecir Nogueira partiu para uma convocação mais descontraída. “Eu digo a um PCD que tem vontade, mas sente medo: jogue o medo fora e vamos pra cima! O sol brilha para todos, e todos somos capazes de enfrentar desafios. Atividade física é vida e saúde mental. Só perde quem fica estacionado no sofá”, disse.
E no mesmo sentido, Héderson Alencastre completou: “Não vale a pena deixar a influência de fora te dominar ou desanimar. É você contra você todos os dias. Bora correr, porque correr é bom demais”.
CATEGORIAS PARA PCD
INDIVIDUAL GERAL CADEIRANTE
Amputados - Membros inferiores
Amputados - Membros superiores
Deficiente visual
Deficiente intelectual
Deficiente auditivo
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