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Esportes

Com Jorge Jesus, Al Hilal bate recorde mundial com 28 vitórias seguidas

Com a vitória, a equipe saudita se isolou como o recordista de vitórias consecutivas no futebol profissional


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Imagem ilustrativa da imagem Com Jorge Jesus, Al Hilal bate recorde mundial com 28 vitórias seguidas
Atual série de vitórias do Al Hilal, já sob comando de Jorge Jesus, teve início em 25 de setembro do ano passado |  Foto: Reprodução/Instagram

O saudita Al Hilal, de Jorge Jesus e Neymar, alcançou nesta terça-feira (12) o recorde mundial de vitórias consecutivas no futebol, com 28 triunfos em sequência.

O recorde veio após uma vitória por 2 a 0 contra o Al Ittihad, de Romarinho e Marcelo Gallardo, válido pelo duelo de volta das quartas de final da Liga dos Campeões da Ásia, no estádio King Abdullah Sports City, em Jeddah, na Arábia Saudita.

O primeiro gol da partida foi marcado pelo lateral saudita Al-Shahrani, aos 15 minutos do segundo tempo. Já nos acréscimos, o brasileiro Malcom recebeu livre na entrada da área e ampliou.

Com a vitória, o Al Hilal se isolou como o recordista de vitórias consecutivas no futebol profissional, ultrapassando a equipe galesa The New Saints, que chegou à marca de 27 jogos na temporada 2016/17.

No futebol amador, já tiveram times que alcançaram sequências ainda maiores, como o Sparta Praga, da República Tcheca, que engatou 58 vitórias seguidas nos anos 1920, nos primórdios do então Campeonato Tchecoslovaco. Já na era do profissionalismo, o time saudita se estabeleceu nesta terça-feira como o dono da maior sequência de vitórias.

A atual série de vitórias do Al Hilal teve início em 25 de setembro do ano passado, quando a equipe venceu o Al Jabalain por 1 a 0 pela Copa do Rei Saudita. Ao todo, foram 16 vitórias pelo Campeonato Saudita, nove pela Liga dos Campeões da Ásia e três pela Copa do Rei. A trajetória inclui goleadas por 9 a 0 contra o Al-Hazm e por 7 a 0 contra o Abha Club, pelo Saudita.

Embora o futebol saudita não tenha a mesma tradição em comparação às grandes ligas da Europa, a chegada de jogadores que atuavam por grandes clubes europeus mudou o futebol local de patamar, na avaliação do técnico português Jorge Jesus. Segundo o luso, eleito em março o melhor técnico da liga saudita pela quarta vez seguida, o nível do torneio local está hoje acima do futebol praticado em Portugal.

"Não quero fazer comparações, mas se pensarmos um pouco, é fácil perceber. A qualidade dos jogadores das equipes aqui da Arábia, como o Al-Ittihad, o Al Hilal, o Al Nassr ou o Al-Ahli, custam milhões. Nem há comparação possível com Portugal. Só quem não acompanha o campeonato saudita é que não percebe as diferenças entre as equipes. Se os grandes jogadores que estavam na Europa agora estão aqui, forçosamente os times daqui são melhores", declarou Jesus à publicação portuguesa Record após a vitória contra o Al-Ettifaq em fevereiro que representou o 24º triunfo consecutivo.

A própria presença do técnico multicampeão com o Flamengo no banco do Al Hilal é apontada como uma das razões para a sequência vitoriosa.

Jorge Jesus mostrou durante sua passagem no rubro negro uma habilidade ímpar de se adaptar a um contexto muito diferente do europeu, diz Thiago Freitas, diretor de operações da Roc Nation Sports no Brasil, empresa responsável pela administração da carreira de jogadores como Vinicius Junior, Endrick e Lucas Paquetá.

Na Arábia Saudita, assim como foi no Brasil, o treinador conseguiu ajustar a conduta dos atletas para implementar um modelo de jogo mais equilibrado que o anterior, com um sistema ofensivo fazedor de gols aliado a uma solidez defensiva --na sequência de 28 vitórias, o time fez 77 gols e levou apenas sete--, diz Freitas. "Ele é o grande responsável por essa sequência incrível", afirma o diretor da Roc Nation.

Também pesa a favor da atual fase do Al Hilal o fato dele ter sido o time saudita que, de longe, mais gastou na última janela de transferências com reforços para o elenco.

Além de Neymar, o Al Hilal reforçou o plantel com nomes como dos sérvios Aleksandar Mitrovic e Sergej Milinkovic-Savic, vindos do Fulham e da Lazio, respectivamente, além do brasileiro Malcom, contratado junto ao Zenit da Rússia.

Também chegaram o zagueiro senegalense Kalidou Koulibaly, ex-Barcelona, o goleiro marroquino Bono, que defendia o Sevilla, e o lateral esquerdo Renan Lodi, ex-Olympique de Marselha.

Ao todo, o maior campeão saudita, com 18 títulos, gastou cerca de 376 milhões de euros na janela de contratação da temporada passada, ou cerca de R$ 2 bilhões, segundo dados do site especializado Transfermarkt. Neymar foi a contratação mais cara, vindo do PSG (Paris Saint-Germain) por 45 milhões de euros (R$ 244 milhões).

Sem poder contar com o astro da seleção brasileira, que está fora de ação desde outubro do ano passado e participou de apenas dois jogos da atual sequência de vitórias, o Al Hilal tem se valido da boa fase de Mitrovic para despontar na liderança do saudita com 65 pontos, 12 à frente do segundo colocado. O sérvio é o vice-artilheiro da competição, com 20 gols em 20 partidas.

A artilharia da competição é do português Cristiano Ronaldo, que fez 22 gols em 21 partidas até aqui, garantindo ao Al Nassr, do técnico Luis Castro, ex-Botafogo, a segunda posição na tabela de classificação, com 53 pontos.

Os gastos do Al Nassr para reforçar o plantel foram sensivelmente menores que os do Al Hilal, somando cerca de 165 milhões de euros (R$ 897 milhões).

Além da chegada sem custos de Ronaldo, que havia rescindido o contrato com o Manchester United, os maiores gastos foram com a vinda do senegalense Sadio Mané (20 milhões de euros; R$ 109 milhões), ex-Bayern de Munique, e do meia brasileiro naturalizado português Otávio (30 milhões de euros; R$ 163 milhões), ex-Porto, além do zagueiro Aymeric Laporte (25 milhões de euros; R$ 136 milhões), vindo do Manchester City.

Na segunda-feira (11), o Al Nassr perdeu para o Al-Ain, dos Emirados Árabes Unidos, na disputa por pênaltis, e foi eliminado da Liga dos Campeões. Cristiano Ronaldo foi bastante criticado pela mídia do país por uma clara chance desperdiçada no segundo tempo e pela atuação apagada durante todo o confronto. O Al-Ain, treinado pelo argentino Hernán Crespo, será o adversário do Al Hilal pelas semifinais da Champions asiática.

Terceiro e quarto colocados na liga saudita, Al Ahli e Al Ittihad gastaram 184 milhões de euros (R$ 1 bilhão) e 124 milhões de euros (R$ 674 milhões), respectivamente, na última janela de transferência. As principais contratações das duas equipes, contudo, ainda não conseguiram corresponder dentro de campo.

Ex-Liverpool, Roberto Firmino, do Al Ahli, fez apenas seis gols em 21 jogos. Já o vencedor do prêmio Bola de Ouro em 2022, Karim Benzema, vindo do Real Madrid, fez nove gols em 17 partidas. O francês não atuou nesta terça-feira devido a dores nas costas. Na esteira da falta de gols, ambos convivem com rumores sobre uma eventual insatisfação nos clubes e o desejo de serem negociados.

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