Abel Ferreira evita condenar Ríos por pedir silêncio à torcida: ‘Futebol não é igreja’
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O técnico Abel Ferreira evitou condenar o gesto de Richard Ríos, que pediu que a torcida se calasse ao comemorar seu gol que garantiu a vitória do Palmeiras por 1 a 0 sobre o Cerro Porteño na noite desta quarta-feira, no Allianz Parque.
“Futebol não é igreja. Às vezes os jogadores, os treinadores nem pensam e tomam uma atitude. Mas o rios é um coração grande, rapidamente fez as pazes com a torcida. Ele, eu, ninguém é perfeito. Quando erramos a atitude mais nobre é pedir desculpas e foi o que ele fez”, afirmou o técnico.
“Não tinha visto o lance e não entendi porque estavam vaiando nossos jogadores. Me falaram o que foi e foi bom ele pedir desculpas. Nós precisamos muito dos nosso torcedores, que eles vibrem. Foi no campo que ele errou, no campo ele pediu perdão. Nosso torcedor grande como é soube aceitar as desculpas”, completou.
Ríos reviu sua atitude se desculpou duas vezes com a torcida: uma ao ser substituído e outra ao final do jogo, quando arremessou sua camisa aos torcedores. Ele disse ter feito o gesto de cabeça quente. “O pessoal sabe que não sou assim, não falo nada para a torcida. Não quis falar para eles, quis falar para os caras que falam que sou do outro time, quando estou no time que me abriu as portas”, argumentou o atleta.
O treinador culpou a maratona de jogos por mais uma atuação burocrática na temporada. O calendário desgastante atrapalha a evolução do time, ele avaliou. “Não vejo nenhuma equipe com fluidez de jogo. Não temos tempo de recuperação. O Paulistão nos deixou muitas marcas em termos físicos. Hoje voltamos a trocar dois, três jogadores e perdemos o Veiga”, disse, citando a lesão do meio-campista, que sofreu uma luxação no ombro. “Mas aos poucos o time começa a ganhar confiança. Há muita coisa para fazer, mas é difícil atuar em 18 partidas em dois meses”.
Sobre a seca do atacante Vitor Roque, que até chegou a marcar, mas seu gol foi anulado por impedimento, Abel pediu calma à torcida. “Centroavantes vivem de gols, mas é preciso mais trabalho do que só fazer gols. Acreditamos neles, o clube também acredita muito neles. Os gols trazem confiança. Flaco entrou pouco tempo, mas teve duas bolas para fazer... Não podemos deixar criar ansiedade, o gol tem de sair de forma natural.”
O resultado colocou o Palmeiras na liderança de seu grupo na Libertadores, o G. São seis pontos em duas partidas e 100% de aproveitamento no torneio mais importante do continente, que disputa há 10 anos de forma consecutiva e no qual busca o tetra. O Cerro, com três pontos, é o terceiro colocado.
No sábado, às 18h30, o Palmeiras reencontra seu maior rival, o Corinthians. O dérbi será disputado na Arena Barueri porque Gilberto Gil se apresenta para uma série de shows no Allianz Parque. O clássico é válido pela terceira rodada do Brasileirão.
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