“Tive que jantar pipoca por não ter o que comer”, diz atriz mineira
Ellen C. Camp conta ao AT2 sobre os perrengues que passou para conseguir realizar seu sonho em Hollywood
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Quando informou à família que queria ir para São Paulo para tentar a carreira de atriz, a mineira Ellen C. Camp, 26 anos, ouviu a seguinte frase: “Se precisar de R$ 1 para voltar de São Paulo, vai voltar andando”.
Mas a falta de apoio não foi o suficiente para fazê-la desistir do seu sonho. Na época com 19 anos, tendo perdido o pai há pouco tempo, Ellen não pensou duas vezes e partiu. E não é que deu tudo certo?!
Atualmente, ela pode ser vista em cinemas do País em “Meu Amigo Pinguim”, filme americano baseado em fatos reais com nomes como Jean Reno e Adriana Barraza, e dirigido pelo premiado diretor brasileiro David Schürmann. Uma estreia logo de cara em Hollywood! Ela também está no filme “Por um Fio”, inspirado no livro de Drauzio Varella, com Bruno Gagliasso e Rômulo Estrela, previsto para estrear em 2025.
Mas como dificilmente existe sucesso sem perrengue, Ellen precisou passar por alguns até chegar lá. “Os perrengues foram diários e foram me moldando e me adaptando aos próximos. Mas os perrengues que eu mais vivi foram ter que jantar pipoca por não ter outra coisa para comer, dormir em uma república com pessoas desconhecidas, drogadas; ter que pegar dinheiro emprestado para a passagem do ônibus”, contou em entrevista ao AT2.
“Esses perrengues foram incríveis como construção de vida, mas não quero vivê-los nunca mais”, avisa a atriz. Ela confessa que, de vez em quando, pensa se há arrependimento de algo.
“E sim, apesar de ter muito orgulho do que conquistei, me arrependo de não ter me expressado mais como pessoa e como mulher, em muitas situações que a vida nos apresenta. Mas essas situações foram fundamentais para que hoje eu seja uma mulher livre e confiante, que não repete os mesmos ciclos”, garante.
Ellen conta ainda que nunca teve um “plano B” em sua vida. “Não costumo construir minha vida com planos B, mas sim realizando meus sonhos. Tenho necessidades e sonhos completamente ligados a impactar, transformar, influenciar vidas através da arte, através do meu trabalho, através de quem eu sou”.
“Hoje faço isso através do meu trabalho como atriz, como roteirista, e amo experimentar novas oportunidades”, ressalta Ellen Camp.
Ellen C. Camp, atriz: “É muito difícil sim, mas a vida sem sonhos não vale a pena”
AT2 - Você já começou no audiovisual em Hollywood. Que peso isso tem em sua carreira?
Ellen C. Camp - "Iniciar minha carreira como atriz em Hollywood foi um verdadeiro privilégio. Depois de anos sendo considerada para diversos projetos no Brasil sem conseguir um “sim” oficial, receber meu “yes” de uma produção americana foi uma sensação indescritível. Todos os “nãos” ao longo do caminho tiveram um papel crucial nessa jornada.
Acredito que começar minha carreira internacionalmente teve um grande impacto por dois motivos: primeiro, porque sempre almejei construir uma carreira global, e segundo por me proporcionar uma visibilidade maior tanto no Brasil quanto em outros países."
Como foi esse início nos Estados Unidos? Pretende voltar?
"Foi uma experiência incrível! Trabalhar em uma produção americana e entender o funcionamento da indústria em um nível global foi essencial para mim. Ganhei muita experiência e conhecimento sobre as regras, os formatos, e a forma de trabalho, convivendo com profissionais renomados, incluindo vencedores do Oscar e atores reconhecidos mundialmente. Certamente, pretendo voltar."
Como é sua personagem em “Meu Amigo Pinguim”?
"Interpretei uma jovem da vila de pescadores onde João e Dindim viviam. Minha personagem foi responsável por gravar e compartilhar na internet a história incrível dos dois, que acabou viralizando. Ela desempenha um papel crucial na trama."
Quando decidiu ser atriz, não teve muito apoio da família. Foi difícil?
"É sempre difícil você encarar algo inédito, principalmente quando você sabe que não vai ter o apoio daqueles que você mais ama. No meu caso, de não ter o apoio de ninguém da família. Eu sabia que estava dando um primeiro passo para uma jornada sozinha. É muito difícil sim, mas a vida sem sonhos não vale a pena. E deixar os sonhos de lado, para mim, é como se eu estivesse deixando de viver."
Pensou em desistir?
"Desistir? Honestamente, nunca pensei! Para mim, a vida de ser um artista, uma atriz, é como o respirar, não é uma escolha. É muito além de um simples trabalho ou uma profissão."
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