Engraçado, romântico e muito desastrado!
Em entrevista ao AT2, o ator e comediante carioca Rafael Saraiva, de 23 anos, assume ser um apaixonado e viver esquecendo as coisas
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Quem conhece o trabalho do ator e comediante carioca Rafael Saraiva, de 23 anos, já sabe do seu potencial em fazer o outro rir.
Aliás, foi através desse talento que ele garantiu uma vaga no elenco do “Porta dos Fundos” e conquistou milhares de seguidores no Instagram com o personagem Cria do Leblon.
Mas há outra qualidade que faz do artista um bom partido: ele é um apaixonado, assim como Guilherme Tell, seu personagem na novela “No Rancho Fundo”, da TV Globo.
“Me identifico bastante com ele nesse sentido. Não sei se já fiz alguma loucura. Acho que sou louco na minha forma de expressar o amor, porque sou muito romântico”, confessa em bate-papo com o AT2.
As semelhanças com o jornalista e artista que tenta conquistar o coração de Caridade (Clara Moneke) não param por aí. Seu personagem é um cara totalmente desajeitado e, de certo modo, o ator se vê nesse lugar.
“Acho que o comediante precisa sempre ter um olhar observador. Então, busco muito ter atenção. Por outro lado, sou muito desastrado e esquecido. Então, existe esse lugar de similaridade com ele”, conta.
No momento, a paixão de Guilherme por Caridade está ameaçada com a aproximação de Nastácio (Guthierry Sotero). Por isso, o personagem de Rafael começou a ter aulas de sedução com Blanchette (Vitória Rodrigues), uma das meninas do cabaré.
Há 12 anos na carreira artística, Rafael iniciou sua trajetória no teatro. No audiovisual, participou do “Portugal Show”, do Multishow, além de atuar na série “A Vida Pela Frente”, do Globoplay, e nos longas “Ciclo” (2022), “Doidas e Santas” (2017) e “Desculpe o Transtorno” (2016).
“Sempre fui mais do humor. O humor traz leveza para o dia a dia. Deixa palatáveis todas as angústias e tragédias da vida. Sem o humor, nada seria possível”, afirma o carioca.
O ator estará no elenco do filme “Chico Bento e a Goiabeira Maraviósa”, que estreia nos cinemas em janeiro.
“É necessário muita coragem”
AT2- Você se destacou fazendo humor no “Porta dos Fundos”. Como tem sido estar numa novela também com um personagem cômico?
Rafael Saraiva- Tem sido um prazer. Tanto o “Porta” quanto a novela são comédias, mas modelos bem diferentes. O “Porta” é um humor de situação, mais do que de personagem. Enquanto na novela, a graça está naquele personagem passando por diferentes situações. Esse tem sido o desafio, que estou adorando.
Trabalhar na TV era um sonho?
Quando era criança, amava novelas. Fui noveleiro de carteirinha. Depois, a Globo deixou de ser uma ambição, porque me parecia muito distante. Mas fazer novela é um privilégio mesmo. Estou amando!
Divide cenas com Clara Moneke, que ganhou destaque em 2023 por seu papel em “Vai na Fé”. Sentiu uma pressão ao contracenar com uma atriz que precisava manter o alto nível em relação ao trabalho anterior?
A Clara é genial! Em nenhum momento, tive receio de nada. Até porque ela me recebeu super bem. E nós nos amamos. Ficamos conversando nos bastidores, fofocando... Ela é muito engraçada!
Já viveu paixões que não foram correspondidas, como é o caso dos personagens de vocês?
Sem dúvida! O primeiro amor da minha vida foi a Emília, do “Sítio do Picapau Amarelo”. Ou seja, sei lidar com amores que não acontecem na vida real. (Risos)
Antes, não passou em testes para as novelas “Vai na Fé” e “Elas por Elas”. O que esses “nãos” representaram na sua carreira?
Sinceramente, não foram dolorosos. Faz parte da carreira do ator e entender isso cedo acaba livrando a gente de uma série de paranoias que não nos levam a lugar algum.
Pensa em voltar para o stand-up depois dessa experiência na TV?
Tenho vontade, sim, de fazer stand-up. Mas também tenho vontade de fazer Shakespeare, outra novela, fazer um curso de roteiro, estudar política... Enfim, não sei o que me aguarda.
Depois de fazer um personagem que também tem um toque de humor, tem vontade de interpretar um personagem totalmente diferente? O que ainda deseja fazer na televisão?
Tenho vontade de fazer outras formas de humor, mas estou aberto ao que aparecer para mim. Fazer um vilão também seria o maior barato! Fico a fim de contar histórias boas, como tem sido em “No Rancho Fundo”.
Por trazer esse lado engraçado, em algum momento sentiu que seu jeito ou seu lado artístico não era compreendido pelas pessoas à sua volta?
Nunca. Minha família sempre me deu suporte e apoiou minha relação com a arte. Especialmente minha mãe, que cansou de me levar em aulas, cursos e ensaios! Tenho muita sorte de ser dessa família!
Quem trabalha com humor tem que ser cara de pau?
Acredito que o humorista não possa ter vaidade. É necessário muita coragem para exercer esse trabalho. Prefiro comediantes que pedem desculpas do que aqueles que não fazem as piadas por medo ou timidez.
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