Em vídeo na internet, influenciador debocha de filha com paralisia cerebral
Polícia investiga casal de influenciadores por crimes contra menina de 2 anos. Eles compartilhavam rotina da criança na internet
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A Polícia Civil de Goiás abriu inquérito para investigar os influenciadores Igor Viana e Ana Vitória Alves dos Santos por uma série de crimes contra a filha de dois anos, que tem paralisia cerebral. As informações foram confirmadas pela delegada Aline Lopes, da DPCA de Anápolis.
As investigações começaram no fim da semana passada após uma série de acusações contra o casal. Em vídeos publicados nas redes sociais, eles compartilhavam a rotina da criança e, em algumas oportunidades, o rapaz chegava a debochar da menina.
Segundo as denúncias, os influenciadores estariam se aproveitando da condição da filha para arrecadar e desviar dinheiro dos seguidores. As suspeitas envolvem possíveis crimes de maus-tratos, estelionato, incitação a discriminação de pessoa deficiente e, também, desvio dos valores.
“Há suspeitas de que a mãe tenha feito cirurgia plástica com o dinheiro doado para a menina. Isso a gente também está investigando. Temos ainda a informação de que nenhum dos dois, nem o pai e nem a mãe, possuem qualquer fonte de renda, a não ser a produção de conteúdo na internet. E o conteúdo deles na internet é 90% em volta da filha, da exploração da imagem da filha, da deficiência da filha”, afirmou Aline Lopes.
As autoridades agora buscam confirmar a veracidade das denúncias e também descobrir outras informações como o montante arrecadado e o destino dos valores. Além disso, o Conselho Tutelar retirou a criança da guarda dos pais. A menina está sob responsabilidade de familiares, conforme relatou a delegada.
Defesa
Em nota, a defesa de Ana Vitória disse que ela é inocente, mas que por se tratar de inquérito policial que tramita sob sigilo, a defesa e os envolvidos estão impedidos de prestar informações mais detalhadas sobre a investigação.
O advogado de defesa Daniel Louredo Cardoso informou também que a mãe da menina já se apresentou à Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente (DPCA) para prestar todos os esclarecimentos que o caso requer.
Igor também alegou que não cometeu crimes. Ao G1, o influenciador argumentou que a filha não tem Pix e o dinheiro era enviado para a conta dele, portanto, ele não era obrigado a gastar apenas com a menina.
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