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Crítica

Kore-Eda conquista mais um prêmio no Festival de Cannes

Diretor japonês já havia sido premiado por outros dois filmes


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Imagem ilustrativa da imagem Kore-Eda conquista mais um prêmio no Festival de Cannes
A atriz Sakura Ando e o diretor Kore Eda |  Foto: Soraya Ursine

Prêmio do Júri em 2013, com o filme "Tal pai, tal filho" e Palma de Ouro pelo filme "Um Negócio de família", o cineasta japonês Hirokazu Kore-Eda, de 61 anos, trouxe o filme "Monster" e ganhou o prêmio de Melhor Roteiro

Na edição do ano passado, Kore-Eda havia apresentado o filme "As boas estrelas", no qual o ator Song Kang-Ho ganhou o prêmio de melhor ator. 

Leia mais notícias de Festival de Cannes aqui

"Monster", como os outros anteriores trata de questões que se passam ao seio de uma família. Desta vez um menino começa a ficar diferente, ter reações que a mãe não reconhece. A mulher cria o filho sozinha e decide questionar a equipe de professores.

O menino briga na escola, uma destas brigas comuns nas crianças, mas este fato ganha uma proporção maior na cidadezinha que moram e, subitamente, as duas crianças desaparecem. Tudo parece que o professor do menino é a fonte do problema.

O filme é contado do ponto de vista da mãe, do ponto de vista do professor e também pelo do menino.

A medida que a história se desenrola, as coisas vão parecendo bem mais complexas do que imaginavam e o filme ganha a proporção dos outros filmes anteriores deste cineasta que pode ser comparado, hoje, aos grandes cineastas do mundo.

O longa é um filme sensível sobre a infância e sobre o nascimento de sentimentos.

Em entrevista Kore-Eda, disse que nós temos sempre o hábito de considerar monstruoso aquilo que não conhecemos e, nos tempos atuais, ele achou interessante discutir o assunto.

Um certo momento, as crianças mudam e é neste momento que eles formam os adultos que eles serão, e quase sempre neste momento eles são reprimidos.

Neste filme o personagem central vê os adultos se desesperando frente a seu comportamento e ele não entende porque, pois para ele tudo é natural.

O filme ganhou Melhor Roteiro na mostra oficial e o prêmio Queer, dado pela comunidade GLBTQIAP+.

A música é uma das últimas composições de Ryuichi Sakamoto, morto em março deste ano.

*Soraya Ursine é correspondente de A Tribuna no Festival de Cannes

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