Cursos a distância: cursos já liberados serão oferecidos, dizem faculdades
Já a criação de novos cursos de graduação a distância, os polos de EAD e as novas vagas estão suspensos até 10 de março de 2025
Escute essa reportagem
O Ministério da Educação (MEC) publicou no Diário Oficial da União da semana passada a portaria nº 528, que suspende até 10 de março de 2025 a criação de novos cursos de graduação a distância, novas vagas e polos de EAD.
A medida tem o objetivo de aprimorar a qualidade do ensino no País. Com prazo de entrega para 31 de dezembro deste ano, o MEC está realizando uma revisão do marco regulatório da educação a distância, o que irá prever novos referenciais de qualidade para a oferta dos cursos remotos.
Faculdades da Grande Vitória foram consultadas por A Tribuna e comentaram sobre a determinação.
“Os cursos ofertados pelo UniSales que estarão disponibilizados nos vestibulares 2024/02 e 2025/01 já têm protocolo e autorização pelo MEC. Portanto, não foram afetados pela portaria nº 528. Dessa forma, nenhuma vaga que seria disponibilizada será afetada, bem como todos os cursos ofertados terão continuidade”, respondeu o UniSales por nota.
A Estácio também informou que os cursos já ofertados vão continuar, afirmando que a continuidade da graduação dos estudantes está preservada. “O mecanismo é uma suspensão temporária para novos cursos. A Estácio tem portfólio muito completo de cursos de graduação e continuará oferecendo-os, sem nenhuma alteração”.
A UVV também pontuou que apenas os novos cursos foram afetados. Os que já estavam sendo ofertados terão continuidade. O MEC ressaltou que a suspensão não se aplica a instituições públicas do Sistema Federal de Ensino vinculados a políticas e programas governamentais.
Portanto, cursos da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo (Ifes) vão seguir normalmente.
No ano passado, dados do Censo da Educação Superior divulgados pelo MEC informaram que o número de cursos na modalidade ofertados no País aumentou 700% nos últimos 10 anos, saindo de 1.148 em 2012 para 9.186 em 2022.
A média é de 171 alunos para cada professor nos cursos a distância e 22 estudantes por docente na modalidade presencial.
Na época, o ministro da Educação, Camilo Santana, demonstrou preocupação. “Quero prezar pela qualidade da oferta desses cursos”, disse.
Mais investimento em tecnologia
Instituições de ensino do Estado afirmaram que investem para melhorar sempre a oferta de cursos de ensino a distância (EAD).
Na Multivix, existe uma assistente virtual de educação a distância chamada de Malu. Por meio de inteligência artificial, ela tem o objetivo de simplificar e agilizar a jornada de aprendizado dos estudantes.
A Malu conta com um conjunto abrangente de recursos e está preparada para oferecer suporte em diversas áreas-chave, como dúvidas acadêmicas, consulta de notas, informações da Biblioteca Virtual, acesso às Aulives – links diretos para todas as aulas on-line.
Ela também leva várias outras informações ao aluno, como manuais e calendários. As estudantes Thamiris Gomes e Ada Souza aprovaram a tecnologia.
A Universidade Vila Velha (UVV) é outra que afirmou estar investindo. Sendo que uma grande parcela do investimento está focada em tecnologias e equipes de suporte.
A instituição explicou que conta com ferramentas de acompanhamento de aprendizagem baseadas em inteligência artificial, ferramentas de autoavaliação, dentre outras.
Aula precisa ser 50% presencial
O Ministério da Educação (MEC) homologou o parecer do Conselho Nacional da Educação definindo que cursos de ensino a distância (EAD) para formação de professores devem ter 50% da carga horária presencial.
A homologação foi publicada no dia 27 de maio, no Diário Oficial da União, e dá dois anos para que as instituições se adaptem.
Foi ressaltado ainda que os licenciandos matriculados atualmente não passarão por mudanças; as novas regras valerão para os inscritos nos próximos semestres seguintes à aprovação do MEC.
Hoje, seis em cada 10 professores brasileiros foram formados em cursos EAD.
Um levantamento realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) com dados de 2022 apontou que a qualidade dos cursos de licenciatura na modalidade EAD tem caído nos últimos anos no Brasil.
De 15 considerados, nove tiveram redução em nota do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) e houve um aumento na diferença das médias dos formandos em EAD e presencialmente. Alguns deles: Educação Física, Letras Português, Pedagogia.
Comentários