Celular toca e candidata do ES é eliminada de prova do Enem
Adriani Ribeiro foi desclassificada da prova quando o alarme soou, mesmo sem ela mexer no aparelho, que estava no porta-objetos
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Todos os dias, às 17 horas, o alarme do celular da enfermeira aposentada Adriani Ribeiro, de 57 anos, toca para lembrá-la de agradecer pelo dia. Há cinco anos, ela tem esse hábito, desde que assistiu uma palestra sobre mudar o padrão de reclamação para o de agradecimento.
Só que no último domingo (03), Adriani não imaginava que justamente esse alarme – que tem trazido tantos benefícios para sua vida – pudesse prejudicá-la.
Só que no último domingo (03), Adriani não imaginava que justamente esse alarme – que tem trazido tantos benefícios para sua vida – pudesse prejudicá-la.
Ela foi eliminada da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) quando o alarme soou, mesmo sem ela mexer no aparelho, que estava lacrado no envelope porta-objetos.
Como o celular não havia sido devidamente desligado, fez com que o despertador tocasse.
Segundo as normas do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), durante a prova “se o aparelho eletrônico, ainda que dentro do envelope porta-objetos, emitir qualquer tipo de som, como toque ou alarme, o participante será eliminado do exame”.
“Não tenho o hábito de desligar o celular. Por distração, teclei para desligar, mas não confirmei com a senha da terceira etapa para desligá-lo. O fiscal lacrou a sacola, mas ele não estava devidamente desligado”, contou.
Às 17 horas, Adriani já havia feito a prova e preenchido o gabarito, só faltava a Redação que ela, infelizmente, não conseguiu terminar.
Adriani estava se preparando para cursar Artes Visuais na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Apesar da eliminação, o sonho não morreu.
“Não importa a idade. Aprendi tantas coisas durante este ano com o cursinho. Digo que Enem é igual a Carnaval, todo ano tem. Ano que vem tento de novo”, afirma.
Eliminações
Este ano, de acordo com balanço do Inep, 4.999 participantes foram eliminados no País, no primeiro dia de prova, por diversas razões: desde manter aparelhos eletrônicos ligados, desrespeitar as orientações dos fiscais, sair antes do horário permitido e até utilizar materiais impressos. Não foi divulgada, até a segunda-feira, a quantidade de eliminados no Espírito Santo.
“Tenho motivos para agradecer”, diz enfermeira e candidata do Enem
Este ano foi a primeira vez que a enfermeira aposentada Adriani Ribeiro, de 57 anos, fez o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Ela, que se formou em 1996, decidiu dar um novo rumo a sua carreira após a aposentadoria.
Este ano, pretendia usar a nota da prova para conseguir uma vaga no curso de Artes Visuais da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), mas foi desclassificada após o alarme do celular tocar durante o exame.
A Tribuna - Quando seu celular tocou, qual foi sua reação?
Adriani Ribeiro - Levei um tempo para a ficha cair, não acreditando que era mesmo meu celular. Achava que tinha desligado. Como não tenho o hábito de desligá-lo, teclei para desligar, mas não confirmei com a senha da terceira etapa para desligá-lo.
Você disse que todos os dias o alarme toca às 17 horas para você poder agradecer. Depois desse incidente, vai mudar o alarme?
De jeito nenhum. Vou continuar agradecendo. Tenho muitos motivos para agradecer, os caminhos que a vida vai levando a gente, tudo que aprendemos. Agradeço por tudo!
O que você aprendeu com esse episódio?
A importância de estar tranquila. Me preparei para a prova, mas percebi que precisamos de uma atenção maior aos procedimentos até acessar a prova.
Para o ano que vem, vai persistir no seu sonho?
O pessoal do cursinho tem revisão nesta semana para o segundo dia de prova do Enem, mas como eu não vou poder fazer a prova, considero que já entrei de férias.
Ano que vem, certamente, estarei de volta nos estudos e quero fazer o curso de Artes Visuais na Ufes. Como para entrar lá preciso do Enem, vou fazer de novo esse caminho.
Digo que Enem é igual a Carnaval, todo ano tem, ano que vem estarei lá. Desistir não é opção.
Motivos que levam à eliminação
1 Não deixar aparelhos eletrônicos desligados, debaixo da carteira, no envelope porta-objetos lacrado e identificado, desde o ingresso na sala de provas até a saída definitiva da sala de provas. Se o aparelho eletrônico, ainda que dentro do envelope porta-objetos, emitir qualquer tipo de som, como toque ou alarme, o participante será eliminado do exame.
2 Desrespeitar e/ou descumprir as orientações da equipe de aplicação e as regras contidas no edital, bem como perturbar, de qualquer modo, a ordem no local de provas.
3 Comunicar-se ou tentar comunicar-se verbalmente, por escrito ou por qualquer outra forma, com qualquer pessoa que não seja o chefe de sala ou o fiscal, a partir das 13h (horário de Brasília).
4 Utilizar livros, notas, papéis ou impressos durante a aplicação do exame.
5 Levar e/ou ingerir bebidas alcoólicas e/ou utilizar drogas ilícitas e/ou cigarro, inclusive eletrônico, bem como outros produtos derivados do tabaco, no local de provas. Ausentar-se da sala de provas, a partir das 13 horas (horário de Brasília), sem o acompanhamento de um fiscal.
6 Portar fora do envelope porta-objetos fornecido pelo chefe de sala, ao ingressar na sala de provas, declaração de comparecimento impressa, óculos escuros, boné, chapéu, viseira, gorro ou similares, caneta de material não transparente, quaisquer dispositivos eletrônicos, como garrafa/copo digital, cigarro eletrônico, telefones celulares, smartphones, tablets, wearable tech, máquinas calculadoras, agendas eletrônicas e/ou similares, iPods ou com qualquer outro componente eletrônico, fones de ouvido e/ou qualquer transmissor, gravador e/ou receptor de dados, imagens, vídeos e mensagens e quaisquer outros materiais estranhos à realização da prova.
7 Realizar anotações em outros objetos, partes do corpo ou qualquer documento que não seja o Cartão-Resposta, o Caderno de Questões, a Folha de Redação e a Folha de Rascunho.
8 Destacar página ou parte do Caderno de Questões e/ou da Folha de Rascunho.
Fonte: Inep.
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