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Economia

Qual o melhor investimento com a queda de juros?

Após a taxa Selic cair de 13,75% para 13,25%, especialistas apontam as aplicações mais rentáveis para perfis diferentes de investidor


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Imagem ilustrativa da imagem Qual o melhor investimento com a queda de juros?
Mercado Financeiro da Bolsa de Valores, de acordo com os especialistas, é para os investidores mais arrojados |  Foto: Suamy Beydoun/AGIF

Após a taxa básica de juros da  economia (Selic) sofrer um corte de 0,5 ponto percentual, caindo de 13,75% para 13,25%, especialistas apontam quais investimentos se tornam mais atrativos neste novo cenário, para diferentes tipos de investidores, dos conservadores aos mais arrojados.

Se por um lado os investimentos mais arriscados, como ações na Bolsa de Valores, começam a ficar mais atrativos, por outro, economistas reforçam  que a renda fixa  ainda é capaz de oferecer rendimentos interessantes.

O destaque vai para os   títulos de renda fixa atrelados à inflação de prazos mais longos, como o Tesouro IPCA +, conforme o economista Pedro Lang, da Valor Investimentos.  

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“Os investimentos em renda fixa continuam atrativos. A gente está entrando em um ciclo de queda da taxa básica de juros. Quem tiver disponibilidade, deve alongar  prazos com taxas de juros maiores” . 

O  engenheiro econômico e sócio-fundador da Pedra Azul Investimentos Lélio Monteiro destacou que toda vez que a taxa de juros diminui, há uma mudança na forma de precificar todos os ativos da economia.

“Uma rentabilidade menor se torna menos atrativa. Quando a rentabilidade  cai, os investimentos de risco de uma forma geral se torna mais atraentes”.    

Embora tenham outras variáveis que podem  interferir,   ele destacou que a tendência é de que a  Bolsa de Valores, títulos imobiliários e títulos de inflação ganhem terreno.

“De uma forma geral, os fundos imobiliários  vão se beneficiar. Uma taxa de juros mais baixa mexe  diretamente na precificação das cotas dos fundos”, disse Lélio.

A expectativa das instituições financeiras é de que as reduções continuem e que  a taxa chegue a 12% ao fim deste ano e a 9,25% no fim de 2024. “A  Selic é um sinalizador para o mercado. Quando ela cai, significa que a tendência é de que o crédito fique mais barato”, disse o economista Ricardo Paixão. 

De acordo Marcel Lima, Conselheiro do Comitê Qualificado de Conteúdo de Finanças do IBEF-ES, antes de investir as pessoas devem buscar especialistas na área para entenderem os riscos envolvidos e tomarem as melhores decisões.

Taxa de financiamento imobiliário pode não cair

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Quando a Selic cai, para muitos existe uma expectativa de que a taxa de juros para os financiamentos imobiliários também caiam, mesmo que a médio e a longo prazo. Mas especialistas explicam que o caminho pode não ser este.    

“Não necessariamente os juros do financiamento imobiliário vão cair”, explicou o economista da Valor Investimentos Pedro Lang. 

Ele detalhou  que o mercado entende  que esse corte na Selic, que é uma taxa de juros de curto prazo, pode gerar inflação. Com isso, os juros de longo prazo, como o dos financiamentos, sobem.

A Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC) comemorou o corte na Selic. Ela destacou que  muitas empresas dependem de financiamentos para realizar  projetos e que a taxa de juros alta culmina em aumento nos custos para a população, além de ser um grande entrave para a criação  de empregos e crescimento econômico.

Cenário favorece investidores e mais empregos

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Ricardo Paixão: crescimento |  Foto: Leone Iglesias/AT

A redução da taxa Selic tem uma série de impactos sobre a economia. De acordo com analistas do mercado, à medida que ela for caindo, a tendência é de que os empresários fiquem mais encorajados a investir, já que o crédito fica mais barato. 

“Com a redução da taxa Selic, você tem um processo que possibilita  a execução de projetos de investimentos, que vai fazer a empresa aumentar produção, abrir filial e isso é uma válvula propulsora  para geração de emprego e renda”, destacou o economista Ricardo Paixão. 

Mas ele ressaltou que a queda na taxa ainda é muito tímida para trazer grandes impactos. “Essas mudanças  vão aparecer mais  a medida que ela for caindo”, disse.

SAIBA MAIS

Renda fixa para os mais conservadores

Investimentos

Os investimentos devem ser realizados de acordo com o perfil de cada investidor, que envolve valor a investir, tolerância ao risco, preferências, objetivos.

Abaixo estão alguns investimentos apontados por especialistas como os mais atrativos para diferentes perfis.  A renda variável, como bolsa de valores e fundo cambial, é para os mais arrojados. Já a renda fixa, para os mais conservadores.   

Bolsa de Valores 

Quando a taxa de juros cai, oferecendo uma rentabilidade menor para investimentos de renda fixa, os investimentos de risco (renda variável) se tornam mais atraentes. A tendência é que com a queda de juros,  as ações na bolsa de valores passem a ter uma melhor performance.

Segmento

Empresas de segmentos como varejo, construção civil, bancos e construtoras tendem a se beneficiar com a queda da taxa de juros e se tornam mais atrativas. 

Menor valor de mercado: 

Nem toda empresa com menor valor de mercado será um bom investimento. É preciso fazer uma análise criteriosa. Mas a queda da taxa de juros acaba beneficiando as empresas que estão nessa situação, já que elas tendem a necessitar mais de financiamento para crescer.

Fundos imobiliários 

Com a Selic mais baixa, os fundos imobiliários de uma forma geral tendem a se beneficiar. Os especialistas destacam os Fundos Imobiliários (FIIs) de tijolos.   A queda da taxa de juros impulsiona o segmento da construção civil e aumenta a lucratividade e os dividendos nesse tipo de produto. 

Fundo cambial 

Fundos cambiais em dólar 

Para os mais corajosos e tolerantes ao risco, há também os fundos cambiais em dólar. O dólar está com preço convidativo. Com a taxa de juros caindo no Brasil e uma tendência de alta do dólar a curto prazo, pode ser uma boa aposta para os investidores.

Tesouro direto

Tesouro IPCA +

Mesmo com a queda da taxa de juros, o Tesouro Direto continua sendo uma boa opção de investimento. Na atual conjuntura, os especialistas apontam os  títulos de renda fixa atrelados à inflação de prazos mais longos. Exemplo: Tesouro IPCA +. 

Entenda: o investidor compra o título cuja data de vencimento é predeterminada. No fim desse prazo, ele recebe o valor que investiu mais os juros. Esses juros são calculados de acordo a taxa IPCA e uma taxa acordada no momento da compra. Os títulos prefixados ainda têm taxas interessantes para investimentos de até cinco anos. Mas essas taxas devem cair com a queda da Selic, com novos cortes.

Entenda como ficam os outros investimentos

> Retorno líquido, no período de um mês, para quem for investir R$ 1.000 com a Selic a 13,25% ao ano:

Poupança: 0,66%. Investindo R$ 1.000. Ao fim do mês o consumidor terá: R$ 1.006,60.  

Tesouro Selic 2026 (pelo tesouro direto): 0,79% / 0,78%. Investindo R$ 1.000, ao final do mês o consumidor terá: R$ 1.007,9 / R$ 1.007,8.  

CDB 100% do CDI ou fundo Tesouro Selic de taxa zero 0,82% / 0,80%. Investindo R$ 1.000, ao final do mês o consumidor terá: R$ 1.008,2/ R$ 1008.

Fonte: Fontes citadas e pesquisa AT.

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