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Economia

Pacote fiscal do governo pode incluir tributação dos super-ricos

Medida entrou na mesa de discussão como contrapartida a cortes que atinjam benefícios sociais


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O pacote de corte de gastos para equilibrar as contas públicas, em discussão no governo Lula, pode incluir a tributação dos super-ricos. A medida entrou na mesa de discussão como contrapartida a cortes que atinjam benefícios sociais.

Colaboradores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) têm insistido para que, entre as medidas a serem anunciadas, também haja ações que alcancem o chamado "andar de cima" da pirâmide de renda no Brasil.

Um auxiliar do presidente disse à Folha que a tributação de super-ricos é uma das medidas que têm deixado mais complexo o debate do pacote a ser anunciado pela equipe econômica.

Um auxiliar do presidente disse à Folha que a tributação de super-ricos é uma das medidas que têm deixado mais complexo o debate do pacote a ser anunciado pela equipe econômica.

Questionado após uma reunião com o presidente Lula e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o ministro da Previdência, Carlos Lupi, confirmou à reportagem que está em pauta a taxação sobre quem ganha mais. "Ele [Haddad] disse que já está taxando, está aumentando o imposto de renda para quem ganha mais. Vai ter um projeto sobre isso", afirmou.

Como revelou a Folha de S.Paulo, o Ministério da Fazenda estuda a criação de um imposto mínimo para pessoas físicas para garantir uma tributação efetiva da renda dos milionários no Brasil.

O debate sobre o tema estava sendo feito de forma reservada na equipe do ministro Fernando Haddad como uma forma de bancar o aumento para R$ 5.000 da faixa de isenção do IRPF (Imposto de Renda da Pessoa Física).

Lula apoiou publicamente a medida, vista como populista pelo mercado financeiro. Em resposta à repercussão negativa, Haddad acenou que a proposta seria enviada ao Congresso somente no ano que vem.

Não há consenso no governo sobre a inclusão, no pacote de corte de gastos, dessa tributação ou de outras medidas voltadas para os mais ricos, embora interlocutores apontem outros sinais dessa intenção.

No governo Bolsonaro, projeto de reforma da renda, aprovado na Câmara, previu o retorno da cobrança dos lucros e dividendos, mas o texto não chegou a ser votado no Senado.

Na semana passada, o presidente Lula criticou, em entrevista para a Rede TV, a "gana especulativa do mercado" e questionou se os empresários estariam dispostos a abrir mão de subsídios que recebem.

Lula questionou a contribuição do Congresso Nacional para equilibrar as contas federais.

A fala foi considerada uma sinalização de que Lula tem a estratégia de juntar no pacote de corte de gastos medidas para cortar privilégios.

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