Novo projeto da BR-262 vai contar com terceira faixa
Projeto, que deve ser concluído em 2025, priorizará alguns pontos da rodovia, segundo o vice-governador Ricardo Ferraço
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Um novo projeto contratado pelo governo federal para a BR-262 — já em andamento —, que corta a região serrana do Espírito Santo e liga o Estado a Minas Gerais, priorizará trechos de terceiras faixas em alguns pontos do traçado da rodovia.
A afirmação foi feita pelo vice-governador e secretário de Desenvolvimento Ricardo Ferraço, durante o Fórum CNT de Debates, promovido pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), ontem na sede Federação das Empresas de Transportes do Estado (Fetransportes), em Vitória.
O evento também contou com a presença do governador Renato Casagrande e de lideranças, como Renan Chieppe, presidente do Conselho Regional do Sest/Senat.
“O ministro Renan Filho (dos Transportes), no princípio do ano, com o apoio da nossa bancada federal, contratou um novo projeto de engenharia para a BR-262, que, até onde sei, não será um projeto que vai trabalhar só a duplicação do princípio ao fim. Vai priorizar também terceiras faixas em alguns pontos desse traçado. A BR-262 está nesse patamar”, disse Ricardo.
Segundo o vice-governador, esse projeto deve ficar pronto em 2025. Ele lembrou que o trecho da BR-262, entre Belo Horizonte e Vitória, foi oferecido em leilões do governo federal para a iniciativa privada em mais de uma tentativa, mas não houve interessados.
O motivo para essa resistência seria o alto custo de duplicação das duas rodovias, construídas com curvas muito sinuosas para enfrentar o relevo montanhoso.
“A BR-262 é desafiadora, pela sua engenharia. Já foi levada ao mercado, que não se manifestou estimulado a apresentar proposta. Começou a receber investimentos em algum momento com a sua duplicação, mas aí o Tribunal de Contas da União (TCU) embargou as obras”.
O último Mapa de Condição da Manutenção publicado pelo Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), com dados de novembro de 2023, mostra que a BR-262, na parte capixaba, encontra-se em boas condições no que diz respeito a sua manutenção. O maior desafio são curvas sinuosas que cortam a Serra do Caparaó.
“Precisamos de rodovias melhores”, afirma Bruno Batista, diretor Executivo da CNT
Durante o Fórum CNT de Debates realizado na última terça-feira (27) à tarde em Vitória, o diretor executivo da Confederação Nacional do Transporte (CNT), Bruno Batista, destacou que o Espírito Santo precisa evoluir bastante em termos de qualidade das rodovias, em entrevista ao jornal A Tribuna.
Segundo ele, dois a cada três quilômetros no Estado têm algum tipo de problema e necessitam de melhorias.
A Tribuna- Como o senhor avalia a infraestrutura rodoviária no Espírito Santo?
Bruno Batista- Em termos de rodovia, a CNT tem uma pesquisa muito ampla, a Pesquisa da CNT de Rodovias. Ela tem como objetivo realizar um levantamento das características e avaliar as condições da malha rodoviária pavimentada brasileira que afetam, direta ou indiretamente, as condições de trafegabilidade e segurança das estradas.
Os resultados nossos de avaliação do ano passado mostram que o Espírito Santo precisa ainda evoluir bastante em termos de qualidade. No ano passado, 66%, ou seja, dois em cada três quilômetros de rodovia aqui no Estado têm algum tipo de problema, de pavimento, de sinalização ou de geometria viária.
Então, esse é um indicador que mostra a grande necessidade de melhorar o nível de investimento, de construir rodovias mais seguras porque elas vão ser a base do sistema logístico aqui do Estado.
Os investimentos feitos nas BRs, principalmente que cortam o Estado, são suficientes?
O ciclo de investimento do País de uma forma geral, e o Espírito Santo não é uma exceção a isso, passou por um período muito crítico nos últimos sete anos, oito anos.
Recentemente foram feitos investimentos a exemplo do Contorno do Mestre Álvaro, no Espírito Santo. Quais a perspectivas para este ano?
No ano passado, pela primeira vez, houve uma elevação dos recursos disponíveis. Este ano, a gente volta a ter um patamar de investimento da ordem de R$ 16 bilhões. Então, é provável que agora, ao longo desse ano, as obras voltem a acontecer num ritmo mais forte. A expectativa é que os problemas logísticos sejam sanados com esse tipo de investimento.
Quais são as principais demandas do segmento?
Aqui no Espírito Santo, o setor pede rodovias melhores, um melhor acesso rodoviário, um melhor acesso terrestre, rodoferroviário aos portos. O Espírito Santo tem portos muito importantes e, sobretudo, melhorar a integração. O transporte aqui precisa ser melhor integrado, ele passa também pela questão da mobilidade urbana, as cidades são bem abastecidas, mas sempre há espaço de melhoria.
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