Nove mil cheques ainda são usados todo dia no ES
Forma de pagamento resiste mesmo na era digital. Confiança no cliente é um dos fatores cruciais entre quem ainda aceita
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Com o avanço dos meios de pagamento digitais, o uso dos cheques vem caindo no país. Mas a modalidade, se não é valorizada por uma parcela da população, para outra é sinônimo de confiança.
No país, 170 milhões de cheques foram compensados no ano passado, o que corresponde a cerca de 3,4 milhões no Espírito Santo ou 9 mil por dia.
O vice-presidente da Federação do Comércio do Estado José Carlos Bergamin (Fecomércio) destacou que se considerarmos que os cheques não são descontados em dias úteis, esse número é ainda maior. Mas quem aceita cheque hoje em dia?
Alessandro Audaz, de 51 anos, por exemplo, é um deles. Ele é proprietário da Audaz, que produz e vende cosméticos para salões de beleza, e revelou que não só aceita os cheques dos clientes como pagamento, como também utiliza o meio para pagar as próprias contas.
“Aceito de clientes que atendo há mais de dez anos, não pego de qualquer pessoa”, ressaltou. Ele explicou que a indústria em que compra, também aceita.
A grande vantagem do meio de pagamento, para ele, é que ao contrario do cartão de crédito, não tem limite. “Por causa da inadimplência, as pessoas pararam de pegar”, lembrou.
De acordo com a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) em 2023 o número de cheques devolvidos foi de 18 milhões, que representou 10,67% no total de cheques compensados no país, e queda de 7,9% na comparação com 2022, quando foram devolvidos 19,5 milhões de documentos.
Já em relação aos devolvidos sem fundos, o total caiu de 15 milhões, em 2022, para 13,6 milhões no ano passado, uma redução de 9%, conforme a Federação.
Walter Faria, diretor-adjunto de Serviços da Febraban destacou que a pandemia estimulou o uso dos canais digitais dos bancos e, hoje, quase 8 em cada 10 transações bancárias realizadas no Brasil são feitas por eles (77%). Soma-se a isso, o sucesso do PIX.
O número de transações com cheques vem caindo, mas o valor do tíquete médio aumentou, passou de R$ 3.257,88 em 2022 para R$ 3.617,60 em 2023, apontando que ele é a escolha para transações de maior valor.
Saiba mais
Número de transações já caiu 95%
- Cheque
É uma ordem de pagamento, que pode ser à vista ou predatada. O papel é trocado por dinheiro na agência bancária em que o emitente tem conta.
O banco entrega o carnê para o cliente com vários cheques. A medida que precisa, o cliente o preenche, com valores, datas de pagamento, por exemplo, para pagar contas. Considerando sempre o saldo que tem na própria conta no banco, para a cobertura do valor.
Quando quem recebeu o cheque vai até o banco para receber os valores e não há saldo suficiente, o cheque é considerado sem fundo.
- Queda no uso
O uso de cheques caiu 95% desde 1995, quando teve início a série histórica do levantamento. No país, 170 milhões de cheques foram compensados no ano passado, o que corresponde a cerca de 3,4 milhões no Espírito Santo ou 9 mil por dia.
O número de transações com cheques vem caindo, mas o valor do tíquete médio aumentou, passou de R$ 3.257,88 em 2022 para R$ 3.617,60 em 2023, apontando que ele é a escolha para transações de maior valor.
- Confiança
Mesmo com a queda no uso, há aqueles que ainda resistem. O uso do papel se tornou uma operação entre pessoas que conhecem e confiam umas nas outras. Na certeza de que o devedor vai honrar o compromisso, com saldo em conta para a compensação do valor.
O uso é mais comum no interior ou em comércios mais distantes dos grandes centros.
Fonte: Febraban, Fecomércio
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