Inteligência Artificial força mudanças para 40 mil no trabalho
Estudo prevê criação de 97 milhões de vagas de trabalho e 85 mil demissões. Apesar de mais empregos, será preciso se qualificar
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A Inteligência Artificial (IA) está transformando significativamente o mercado de trabalho e vai forçar mudanças para 40 mil, que terão de se especializar e buscar novas qualificações.
Estudo recente feito pela Coursera mostrou que o uso de dados e da IA devem criar até 97 milhões de novos empregos no mundo até o final do próximo ano.
Um outro estudo apresentado no Fórum Econômico Mundial de 2020 revelou que a nova divisão de trabalho entre máquinas, humanos e algoritmos deve trazer uma adaptação de vagas mais tradicionais, com a expectativa de que 85 milhões de empregos já existentes sejam substituídos com o uso da IA.
A tecnologia já está presente e faz parte da vida da população em todas as áreas, seja na indústria, no serviço, no comércio, na área médica, que estão em constante adequação, e isso levará 40 mil a terem que se atualizar e aprender a trabalhar com a IA, destacou a diretora da Center RH Eliana Machado.
“Uma boa quantidade de profissionais hoje está ligada a IA um pouco mais diretamente, mas indiretamente eu diria que praticamente quase todos os profissionais estão ligados. E essa realidade se faz presente no mundo, no Brasil e também no nosso Estado”, explicou.
Profissões como atendimento ao cliente, análise de dados, marketing digital e áreas técnicas, como programação e desenvolvimento de software, estão passando por mudanças significativas devido à evolução da Inteligência Artificial, segundo Gisélia Freitas, psicóloga e diretora de Liderança, Cultura e Diversidade do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef-ES).
“Por exemplo, na análise de dados, a IA pode identificar padrões e tendências de forma mais eficaz, exigindo que os analistas tenham habilidades para interpretar esses resultados e aplicar insights estratégicos”, disse.
E para se manter no mercado e agilizar seu trabalho, o publicitário Alexandre Menegone, 41 anos, se aprimora com cursos voltados para a Inteligência Artificial para aprender a manipular as novas ferramentas. “Utilizo IA no meu trabalho rotineiramente. No meu trabalho utilizo algumas IA para dar mais velocidade nas produções”.
Há uma demanda crescente considerável, impulsionada pela expansão do setor tecnológico no Estado, incentivos governamentais, investimentos e a natural escalada da Inteligência Artificial em todas as áreas de negócio, segundo o CTO da Intelliway Tecnologia e especialista em inteligência artificial Frederico Comério.
É aprender ou ficar sem emprego, dizem especialistas
É preciso se qualificar e buscar estar atualizado no quesito Inteligência Artificial (IA) para se manter no emprego ou mesmo entrar no mercado de trabalho, sobretudo em algumas áreas, segundo os especialistas.
A qualificação é, sem dúvida, um fator determinante no cenário atual, explicou o CTO da Intelliway Tecnologia e especialista em inteligência artificial Frederico Comério. “Os profissionais que não buscarem atualizar suas competências irão naturalmente perder espaço em processos de seleção ou em promoções dentro da própria empresa”, disse.
Quem não se qualificar corre o risco de enfrentar dificuldades no mercado de trabalho, destacou Gisélia Freitas, psicóloga e diretora de Liderança, Cultura e Diversidade do Ibef-ES.
O diretor regional do Senac-ES Richardson Schmittel destacou que o reskilling (requalificação) ou novas habilidades “estão em um movimento muito forte no mercado”.
“A IA acelerou o processo de automação. Em algumas áreas, a terceirização da atividade para o consumidor é uma tendência, como já aconteceu no passado com os caixas eletrônicos”.
Quais profissões podem sofrer mais mudanças?
Segundo especialistas, grande parte das profissões existentes no País e no mundo atualmente poderão ser afetadas de alguma forma pelo avanço da inteligência artificial no mercado.
Entre as profissões que já sofrem com mudanças e que pode ser afetadas estão atendimento ao cliente, designer gráfico, advogado, publicitário, programador, contador, operador de telemarketing, tradutor, estoquista, entre muitas outras.
Atendimento ao cliente
É cada vez mais comum falar com robôs para tentar resolver um problema ou solucionar uma dúvida após comprar um produto ou adquirir um serviço. Um estudo realizado pela empresa Gartner previu que os chatbots serão o principal canal de atendimento ao cliente para 25% das empresas até 2027.
Designer gráfico
Uma função que já utiliza muito a inteligência artificial. No mercado uma oferta de vários softwares que permitem dar resposta a todos os aspectos que o designer tem em conta na realização do seu trabalho.
Operadores de telemarketing
Os modelos de linguagem já apresentam avanços significativos também na modulação de áudio, incorporando a simulação de emoções aos diálogos estabelecidos com o cliente.
Contador
Plataformas de IA são capazes de processar documentos, realizar auditorias básicas e entregar declarações de forma automatizada.
Estoquista
A utilização de inteligência artificial para controlar e monitorar os serviços de estocagem facilitaram a economia de gastos e trouxeram praticidade e agilidade para as lojas e empresas.
Publicitário
Ferramentas ajudam, mas não substituem o trabalho do publicitário. A IA é utilizada na publicidade, principalmente quando se pensa nas redes sociais como um grande catalisador das campanhas de marketing em ambiente digital.
Qualificação e formação
Segundo os especialistas, há cursos de qualificação e também de formação superior.
Há cursos de qualificação presenciais, gratuitos e pagos, a exemplo dos oferecidos pelo Senac-ES, que tem cursos de IA voltados para a educação, comércio, mídias digitais, negócios em geral, entre outros. Os cursos com inscrições abertas podem ser acessados no site https://es.senac.br/cursos.
Na formação acadêmica, alguns exemplos são graduação ou pós-graduações em Ciência da Computação, em Engenharia de Software, e em Ciência de Dados e também cursos específicos em IA e Machine Learning.
Outro caminho é participar em cursos on-line em plataformas reconhecidas, como Coursera, Udemy e edX, que oferecem treinamentos específicos em inteligência artificial, ciência de dados, programação e habilidades digitais.
Também é possível começar a se inteirar sobre comunidades e eventos - participando de grupos de discussão, meetups e congressos sobre tecnologia no Espírito Santo ou em outras regiões do País.
Essas comunidades ajudam a criar networking e trocas de experiências.
Até seguindo canais voltados para o tema Inteligência Artificial no YouTube e diversas outras redes sociais vai naturalmente te inserir numa bolha de informação que vai fazer com que os entusiastas tenham cada vez mais contato com essa tecnologia de maneira gratuita.
O importante é buscar o aprendizado contínuo, pois a evolução das tecnologias de IA é muito rápida.
Fonte: Gisélia Freitas, Eliana Machado, Frederico Comério, Richardson Schmittel e G1.
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