Inteligência Artificial: “extinção” de quem não se adequar
Frederico Comério, CTO da Intelliway Tecnologia e especialista em inteligência artificial, destacou que empregos se transformarão radicalmente
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O mercado de trabalho está avançando muito rápido quando se fala em exigências por conhecimento ou especialização em inteligência artificial (IA). E o profissional que não souber o mínimo sobre IA vai ser extinto do mercado, segundo especialistas.
Frederico Comério, CTO da Intelliway Tecnologia e especialista em inteligência artificial, destacou que empregos desaparecerão, outros surgirão e muitos se transformarão radicalmente. Ele utiliza o termo “darwinismo corporativo” para explicar sobre a extinção de profissionais que não souberem se adaptar a este novo momento.
“Refere-se à ideia de que, assim como as espécies na natureza, os profissionais e empresas que não conseguem se adaptar às mudanças rápidas no ambiente de negócios – neste contexto, a ascensão da IA e da tecnologia – podem ficar obsoletos ou serem 'extintos'”.
E completa: “Em outras palavras, a adaptabilidade é crucial para a sobrevivência no mercado de trabalho moderno”.
Comério disse que hoje um profissional com o auxílio da IA pode ser até 10 vezes mais produtivo que outro que não a utiliza. Ele explica que isso é possível com ferramentas capazes de analisar grandes volumes de dados em segundos, de criar conteúdo de qualidade em minutos, de tomar decisões embasadas e precisas sem falhas humanas.
A fundadora do Acelera Mulheres e diretora do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef-ES), Ana Paula França, afirmou que cada vez mais atividades repetitivas serão realizadas pelas máquinas e ficarão a cargo do ser humano funções mais complexas e sofisticadas.
“É aí que as mulheres perdem porque entramos tardiamente no mercado de trabalho e, por isso, ainda ocupamos posições mais operacionais, que estão entre as primeiras a serem substituídas pela IA”, disse.
No entanto, segundo ela, isso acontecerá somente num primeiro momento, pois a IA não vai substituir as habilidades emocionais e mais sofisticadas do ser humano, essas inerentes e mais trabalhadas nas mulheres.
Segundo o diretor regional do Senac-ES, Richardson Schmittel, assim como aprendemos utilizar softwares simples, como editores de textos e planilhas eletrônicas, também podemos aprender, de maneira simples, a utilizar os softwares que utilizam inteligência artificial para não perder espaço no mercado de trabalho.
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Transformação será total
Com a popularização das ferramentas de inteligência artificial (IA), principalmente no mercado de trabalho, a tecnologia já revoluciona o setor educacional, incluindo pós-graduação em todo o País, e os especialistas dizem que as IAs tendem a transformar todas as profissões em poucos anos.
Um estudo da Cortex, empresa de inteligência de vendas, mostrou que a inteligência artificial já lidera entre os conhecimentos tecnológicos mais buscados pelas empresas no País.
Para chegar ao resultado, a companhia analisou mais de 3 milhões de oportunidades divulgadas, tendo 21.800 postos pedindo conhecimento de IA.
Sobre os impactos da inteligência artificial na educação e na formação de novos profissionais, o diretor regional do Senac-ES, Richardson Schmittel, explicou que a IA, se bem utilizada, pode gerar ganhos na aprendizagem, contudo se utilizada de maneira errada pode gerar prejuízo.
“O que mais admiramos na inteligência artificial é a possibilidade de gerar respostas prontas e completas. Porém, o processo de aprendizagem de um aluno requer esforço para chegar a uma resposta. É assim que o conhecimento é formado”, disse.
Para buscar conhecimentos em IA, o CTO da Intelliway Tecnologia e especialista em inteligência artificial Frederico Comério orienta para que o profissional comece com cursos on-line, a exemplo de Coursera, Udemy, Udacity e edX, que oferecem introdução à IA e IA generativa.
“Leia livros e artigos atualizados sobre o assunto. Acompanhe canais na internet com foco em inteligência artificial. Junte-se a grupos ou comunidades relacionados à IA para troca de ideias e networking”, destacou.
Segundo ele, a IA tende a transformar em maior ou menor grau praticamente todas profissões em poucos anos.
“Também é válido tentar utilizar os experimentos de IA generativa gratuitos como o próprio ChatGPT, Google Bard, Claude-2, entre outros, e assim começar a entender como essa tecnologia pode aumentar em termos de produtividade”, disse.
“Ferramenta não tem consciência”
A inteligência artificial (IA) pode ser uma ameaça aos humanos? Segundo o CTO da Intelliway Tecnologia e especialista em inteligência artificial Frederico Comério não é bem assim.
Ele explicou que a IA é acima de tudo uma ferramenta de produtividade. Em termos práticos a IA ainda é uma “simulação” de inteligência, e estamos longe de produzirmos uma “consciência artificial”.
“Talvez essa consciência nem seja possível de ser desenvolvida com a nossa tecnologia atual (baseada em matemática binária), pois nosso cérebro tem um funcionamento muito mais complexo e são milhões de anos de evolução até chegarmos no nosso patamar.”
O especialista disse que enquanto a IA tem o potencial de trazer muitos benefícios, também possui riscos se não for corretamente regulamentada e controlada. “A principal preocupação não é a IA por si só, mas para que fins vamos utiliza-la”, contou.
Comério enfatizou que por hora o risco mais evidente que se consegue visualizar e que poucos debatem, é que como qualquer nova tecnologia, esta tende a aumentar a distância de distribuição de riquezas entre aqueles que possuem condições de estudar e aplicar daqueles que ainda não têm acesso.
“O acesso a estas ferramentas de produtividade aceleradas por IA vão fazer com que se produza muito mais riqueza, de 10 a 20 vezes mais. E isso sim pode ser um risco do ponto de vista de aumentar o abismo de riquezas entre indivíduos e países.”
ANÁLISE“Mercado ainda mais competitivo”, Gisélia Freitas, psicóloga e diretora de Liderança, Cultura e Diversidade do Ibef-ES
“O futuro do mercado de trabalho está intrinsecamente ligado ao uso da tecnologia. Mudanças rápidas são a norma, impulsionadas pela constante inovação.
A inteligência artificial está redefinindo tarefas tradicionalmente desempenhadas por humanos. Isso torna o mercado de trabalho altamente competitivo, exigindo habilidades técnicas.
Profissionais que não se atualizam enfrentam riscos de obsolescência. A aprendizagem contínua e a flexibilidade se tornam essenciais. A demanda por especialistas em tecnologia e habilidades digitais cresce, enquanto empregos manuais ou repetitivos podem ser ameaçados.
Em resumo, o mercado de trabalho futuro será definido por uma concorrência intensa, onde capacidade de adaptação, domínio da tecnologia e da inovação serão cruciais. Em um futuro tecnológico, a mudança é humana!”
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