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Economia

Faltam profissionais e salário para nível técnico aumenta

Empresas dizem que, mesmo com o aumento na remuneração, há dificuldades em encontrar pessoal qualificado para contratação


Imagem ilustrativa da imagem Faltam profissionais e salário para nível técnico aumenta
Técnico em Mecânica: salário pode chegar a R$ 5 mil |  Foto: Canva

Com alta procura e em falta no mercado de trabalho, profissionais com ensino técnico estão cada vez mais valorizados, chegando, em alguns casos, a ganhar mais do que trabalhadores com ensino superior.

Em 2012, levantamento do Senai mostrou que a remuneração média de profissionais de nível técnico era de R$ 2.085. Esse valor subiu para R$ 3.247 em 2023.

Segundo o consultor empresarial Durval Vieira de Freitas, a proporção de contratados com curso técnico para os que têm curso superior no segmento é de cinco para um. “Nas empresas, para cada profissional de nível superior, há cinco técnicos. A procura é muito grande”, explica.

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Dianimer diz que curso técnico tem empregabilidade quase imediata |  Foto: Divulgação

A diretora de Educação Profissional do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac-ES), Dianimer Azevedo, explicou que, nos últimos 12 meses o setor de comércio de bens, serviços e turismo contratou 3.391 técnicos:

“A empregabilidade de quem faz curso técnico é quase imediata, até durante o curso. O aluno começa a estudar num horário e tem de mudar de turno porque já encontrou um emprego e precisa se adequar.”

A gerente-executiva de Educação do Sesi/Senai, Tatiane Franco, explica que o cenário salarial e de empregos para profissionais de nível técnico pode variar conforme o setor e a região, mas, em muitos casos, os profissionais técnicos têm cenário mais favorável que os de nível superior.

“Isso ocorre por uma série de motivos, como demanda do mercado, escassez de mão de obra qualificada e rapidez na inserção no mercado de trabalho”, afirma.

A diretora da Center RH, Eliana Machado, explica que no Estado há grandes empresas que valorizam muito esse tipo de mão de obra.

Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), a média salarial de quem tem curso técnico pode chegar a R$ 5 mil, como é o caso do técnico em Segurança do Trabalho e do técnico em Mecânica.

O diretor da Grau Educacional, André Carvalheira, explica que esse rendimento é obtido no curto prazo, pois, em uma graduação, você vai conquistando promoções para ter um salário mais alto.

Tatiane Franco detalha que, nos próximos anos, o Estado vai demandar mais de 175 mil trabalhadores qualificados só nas ocupações industriais. A previsão é de que, neste ano, o Senai-ES ofereça 56 mil vagas em cursos.

“Esses números mostram a importância dos profissionais técnicos e a necessidade da formação para atender essa demanda crescente. A cada 10 alunos formados pela instituição, oito estão empregados em sua área de formação”, afirma a executiva.

RAIO X DO MERCADO

  • Profissões técnicas dão vantagem

Perspectiva

  • Segundo levantamento realizado no ano passado pelo Senai e pelo Sesi, 9 em cada 10 empresários consideram que que os cursos técnicos permitem ingresso mais rápido no mercado de trabalho.
  • Para 85% dos empresários, os cursos técnicos permitem concorrer a uma oferta maior de vagas de emprego. Na comparação com o ensino superior, para 63% o curso técnico dá grande vantagem para se conseguir o primeiro emprego; e, para 75%, são cursos mais ligados às necessidades do mercado.

SAIBA MAIS 

Foco em habilidades práticas

O ensino técnico oferece uma série de benefícios tanto em termos de salário quanto de oportunidades de emprego, e esses benefícios têm implicações importantes no mercado de trabalho, chamando atenção de muitas empresas.

A psicóloga e diretora de Liderança e Diversidade do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef-ES) Giselia Freitas cita que os cursos técnicos tendem a ser mais voltados para habilidades práticas e específicas para determinadas áreas profissionais.

Isso significa que os alunos saem do curso com habilidades diretamente aplicáveis ao mercado de trabalho, o que os torna mais atrativos para os empregadores.

Demanda, tempo e custo

Muitas vezes, as indústrias e setores específicos têm uma demanda contínua por profissionais técnicos. Isso pode ser devido a avanços tecnológicos, mudanças regulatórias ou simplesmente à natureza dos negócios. Portanto, há uma necessidade constante de técnicos qualificados nessas áreas, o que se traduz em mais oportunidades de emprego.

Giselia acrescenta que enquanto um diploma universitário pode levar de três a quatro anos ou mais para ser concluído, muitos programas técnicos podem ser concluídos em dois anos ou até menos.

Isso significa que os alunos podem entrar no mercado de trabalho mais rapidamente e começar a ganhar um salário mais cedo. Além disso, em comparação com um diploma universitário, o ensino técnico muitas vezes tem um custo menor. Isso pode torná-lo mais acessível para certos grupos demográficos e reduzir a carga financeira associada à educação pós-secundária.

Mulheres no topo e empregabilidade

Pesquisa recente do Ministério das Mulheres mostrou a presença majoritariamente feminina nos cursos técnicos e profissionalizantes de nível médio: 58,2% das pessoas matriculadas nessa modalidade eram mulheres, em 2022.

Os dados confirmam tendência, já captada em outras pesquisas, de que as mulheres têm acumulado melhor formação educacional que os homens. Mas aponta também que as mulheres têm preferido cursos formatados ao mercado de trabalho.

Segundo a última pesquisa de egressos do Senai, realizada em 2023, a cada 10 alunos formados nos cursos de habilitação técnica pela instituição, 8 estão empregados na área de formação. Além disso, nos próximos anos, a projeção é de que Espírito Santo vai demandar mais de 175 mil trabalhadores qualificados somente nas ocupações industriais.

Esses números destacam a importância dos profissionais técnicos no mercado de trabalho e a necessidade de formação qualificada para atender a essa demanda crescente.

Flexível

Os cursos técnicos oferecem flexibilidade em termos de modalidades de ensino, permitindo que os alunos estudem em período integral ou parcial, presencialmente ou online. Isso pode facilitar o acesso à educação técnica para aqueles que têm outras responsabilidades, como trabalho em período integral ou família.

Apesar dos cursos de nível superior ainda apresentarem um número maior de ingressantes em relação curso técnico, este último tem menor desistência.

Enquanto os cursos superiores em tecnologia acumulam, desde 2019, taxa de desistência na casa dos 62%, os bacharelados 59%, e as licenciaturas 56%, os cursos de nível técnico acumulam taxa de desistência de 19% no mesmo período.

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Técnico em Automação Industrial |  Foto: Divulgação

Retorno mais rápido

Uma pesquisa realizada pelo Insper em parceria com o Itaú Educação e Trabalho e o Instituto Unibanco, mostrou que a educação técnica está entre os investimentos públicos mais rentáveis no País, já que, a cada R$ 1 investido na educação profissional e tecnológica de nível médio, o egresso da formação profissional tem um retorno na própria remuneração superior a R$ 3.

Segundo levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o Ensino Técnico proporciona um salário 24,9% mais alto em comparação com os rendimentos de outros trabalhadores que não têm esse tipo de formação.

Desejo

De acordo com o ministro da Educação Camilo Santana, 80% dos jovens que chegam ao ensino médio gostariam de fazer um ensino técnico profissionalizante.

O governo estima que atualmente os programas de aprendizado técnico alcançam apenas 15% dos jovens do ensino médio. No início do governo, este percentual era de 10%.

Segundo Santana, a meta do governo é que cada estado tenha 37% dos alunos do ensino médio matriculados em escolas técnicas ou realizando cursos equivalentes de forma concomitante.

Políticas de incentivo

Com o programa “Juros por Educação”, o governo federal oferece redução dos juros das dívidas dos estados para aqueles que alcançarem a meta para políticas de ensino técnico. Segundo ele, apenas o Piauí está nessa condição, registrando o percentual de 38%.

O ministro da Educação afirmou que está discutindo a possibilidade de o MEC ajudar os estados com dificuldade de alcançar a meta. Ele frisou que o governo federal apenas define as políticas públicas, mas são os estados e os municípios que são responsáveis por grande parte da execução.

Santana afirmou que, com um salto no ensino técnico, o Brasil terá uma melhor qualificação profissional dos jovens que chegam ao mercado de trabalho.

Ele destacou que os programas de ensino técnico garantem resultados em ganho produtividade, com efeito gigantesco na economia.

Ampliação

O governo do Estado vai ampliar a oferta de vagas para cursos técnicos destinadas aos estudantes do ensino médio. De acordo com o secretário de Educação do Espírito Santo, Vitor de Angelo, serão adicionadas mais 15 mil vagas até o final de 2026. Para que isso seja possível, parcerias com instituições públicas e privadas estão sendo firmadas.

Uma delas é a parceria público-privada entre o Espírito Santo em Ação, a Federação dos Indústrias, a Federação do Comércio e a Federação do Transporte, que oferece a formação gratuita para os alunos da rede estadual no contraturno.

Fontes:Senai-ES, Senac-ES, especialistas citados na reportagem e Pesquisa AT.

Chance de ganhar dinheiro mais cedo e se preparar

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Galvêas destaca diálogo com empresas para revisar grade curricular |  Foto: Kadidja Fernandes — 24/08/2023

Vontade de começar a ganhar dinheiro mais cedo e desenvolvimento individual para estar preparado para escolher uma faculdade são fatores apontados por especialistas como motivos para a decisão, cada vez mais comum, dos jovens em fazer um curso técnico antes de ingressar em um curso de nível superior.

“Alguns alunos não têm recursos e outros não querem entrar no ensino superior. Eles querem curso técnico, trabalhar, ganhar dinheiro”, diz a presidente da Associação Nacional das Universidades Particulares (Anup), Elizabeth Guedes.

Segundo a diretora da Associação Brasileira de Recursos Humanos, Seccional Espírito Santo, Jovaneide Polon, é comum que o jovem está terminando o ensino médio não saiba ao certo que faculdade quer fazer, e o ensino técnico acaba por permitir um ganho de experiência profissional e de vida para que ele faça essa escolha mais tarde e com mais maturidade.

Segundo ela, isso ajuda a explicar o porquê da taxa de evasão ser maior no nível superior do que no técnico: enquanto o nível técnico tem formação mais rápida e prática, o superior pode decepcionar alguns estudantes que saem direto do ensino médio e podem trocar de curso ou desistir da faculdade por ainda não terem maturidade para decidir seu futuro.

“O curso técnico é mais rápido do que uma faculdade, durando um a dois anos, e facilita uma inserção rápida no mercado de trabalho. Com isso, o jovem acaba adiando um pouco a entrada na faculdade, mas quando entra, o faz de forma mais centrada, decidida. Depois de ter uma experiência no mercado de trabalho, ele já terá mais noção do que quer fazer”.

Sobre a evasão a nível superior, o vice-reitor da Universidade de Vila Velha (UVV), Rafael Galvêas, explica que há cursos com baixa evasão, como medicina, e outros com alta, como os de engenharia, e que uma série de fatores justifica a situação.

A conexão do ensino técnico com o mercado de trabalho, com um diálogo direto entre cursos e empresas, é citada como fator que favorece a expansão desse nível de ensino. Para Galvêas, falta aos cursos superiores justamente isso: se renovar para se conectarem mais ao mercado.

“As empresas relatam que há casos de alunos que se formam e acabam não estando preparados para atuar na área. A UVV, por conta disso, tem revisado a cada dois anos a grade curricular e conversado com gestores de RH e empresas para entender o que o mercado deseja e formar alunos aptos a essa realidade”.

Projeto para investir na educação

O governo federal conta com o programa Juros por Educação – que propõe reduzir os juros da dívida cobrada dos estados em troca da ampliação das matrículas no ensino médio técnico – para expandir essa política pública e elevar o Brasil ao patamar das economias mais desenvolvidas que integram a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Na visão de autoridades do Executivo e especialistas em educação, essa seria uma saída inovadora com potencial impacto positivo na produtividade, combate à evasão escolar e qualificação da mão de obra nacional. Por outro lado, governos estaduais ainda aguardam detalhes da proposta, que terá de passar pelo Congresso.

“Precisamos de recursos para induzir essa política, então aproveitar a redução dos juros dos estados para buscar elevar o País a patamares da OCDE é fundamental, são ganhos sociais e econômicos importantes para o Brasil e para os estados brasileiros”, afirmou o ministro da Educação, Camilo Santana, durante evento organizado pelo jornal Valor Econômico.

Ele destacou que o governo Lula quer chegar até 2026 com mil institutos técnicos federais, mas que, mesmo com a expansão, não será suficiente para que cada estado do País tenha 37% dos alunos do ensino médio matriculados em escolas técnicas ou realizando cursos equivalentes de forma concomitante. Essa é uma meta que foi estabelecida pelo Ministério da Educação (MEC).

Atualmente, as dívidas dos estados com a União são corrigidas pela inflação mais 4% ao ano ou pela Selic, o que for mais vantajoso. O programa propõe uma redução para juros real de até 2% ao ano para os estados que expandirem as matrículas no ensino médio técnico de 2025 a 2030. O dinheiro que deverá ser usado na expansão é o que será economizado com o serviço da dívida.

Para os estados que aplicarem ao menos 50% da economia na criação e ampliação de matrículas, a taxa de juros será de 3% ao ano mais inflação. Ao aderir à faixa que dá juros reais de 2,5% a.a, o ente federado precisa aplicar ao menos 75% da economia no ensino técnico. Já a faixa com os juros mais baixos (2% a.a + IPCA) exige investimento integral.

O programa foi apresentado pelo Executivo aos governadores e está agora na fase de negociação antes de ser proposto formalmente por projeto de lei ao Congresso.

ANÁLISE | “Ensino técnico normalmente é mais atualizado”, Fernando Otávio Campos, Conselho de Relações do Trabalho da Findes

“Nos países mais desenvolvidos, o ensino técnico chega a ser mais valorizado do que o superior. O ensino técnico normalmente é mais atualizado, prático, e o aluno acaba entrando mais rapidamente no mercado de trabalho e ganhando bem.

A necessidade de profissionais cada vez mais atualizados está fazendo o ensino técnico ser muito mais eficiente. A expansão dele tende a causar uma contribuição muito grande para acelerar o desenvolvimento do País.

Há uma tendência no ensino superior, principalmente nas áreas de informação e tecnologia, de alunos abandonarem a busca por certificados e se tornando desenvolvedores. Isso acaba afetando o índice de conclusão de alguns cursos, mas não de todos.

Cabe às faculdades se reinventarem para permanecerem atraentes ao aluno, mantendo um diálogo com empresas para trazer conteúdos mais atualizados.”

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