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Economia

Empresas testam semana de quatro dias de trabalho e aprovam experimento

Três meses após iniciar experimento com redução da jornada, funcionários dizem que produtividade melhorou e também o bem-estar


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Imagem ilustrativa da imagem Empresas testam semana de quatro dias de trabalho e aprovam experimento
Trabalho em uma semana com quatro dias: mais energia |  Foto: Canva

Assim como em outros lugares do mundo, o experimento da semana de trabalho de quatro dias tem apresentado bons resultados em empresas brasileiras, de acordo com um estudo feito por duas ONGs que advogam pela causa da redução da jornada.

Segundo os funcionários das 21 companhias que participam dos testes, três meses após a mudança, houve melhora na execução de projetos (61,5%), na capacidade de cumprir prazos (44,4%), na criatividade e inovação (58,5%) e no potencial de angariar clientes (33,3%).

Os testes são conduzidos pela organização sem fins lucrativos 4 Day Week, que coordena experimentos sobre o tema em outros países, e a brasileira Reconnect Happiness at Work.

Os primeiros resultados foram computados em parceria com a Escola de Administração de Empresas de São Paulo (FGV EAESP) e a universidade americana Boston College, que elaborou a metodologia dos testes.

O modelo implementado nas empresas participantes seguiu o formato 100-80-100: manteve-se 100% do salário, a jornada caiu para 80% do tempo e, em tese, atinge-se 100% da produtividade anterior.

A ampla maioria dos trabalhadores diz estar com mais energia para realizar suas tarefas (82,4%).

Além disso, um percentual elevado dos entrevistados apontou redução no estresse (62,7%), na ansiedade (67%) e na insônia (50%). Eles dizem estar menos exaustos por conta do trabalho e com mais tempo para dedicar aos amigos e familiares.

Salário

Ainda assim, 36,8% dos entrevistados dizem que receber um aumento salarial superior a 50% seria o suficiente para que eles retornassem a trabalhar cinco dias na semana.

Ao mesmo tempo, 28,6% afirmam que não mudariam para empregos com uma semana de cinco dias de modo algum, mesmo para ganhar um salário maior — ou seja, 71,4% topariam voltar ao esquema antigo por algum tipo de aumento.

Outros 23,3% dos entrevistados retomariam o modelo anterior, com aumentos entre 26% e 50%; 7% dos colaboradores voltariam a trabalhar cinco dias na semana se tivessem aumentos salariais de 21% a 25%; e, por fim, 4,3% retomariam com aumentos de 0 a 20% no salário.

Comunicação e reuniões melhoraram

A pesquisa aponta que houve melhorias na comunicação entre os setores e que as reuniões se tornaram mais objetivas. O desempenho das empresas também melhorou, na esteira do aumento na produtividade e da capacidade de entrega de projetos.

Renata Rivetti, diretora da Reconnect Happiness At Work, diz que a adoção da semana de 4 dias de trabalho responde a mudanças recentes na dinâmica de trabalho.

“Há muitas empresas que ainda se sentem desorientadas sobre o modelo de trabalho, se retornam ao presencial, se permanecem no híbrido, se a produtividade é resultado de mais horas trabalhadas. Com o resultado desta pesquisa, acredito que terão um olhar mais focado no que realmente importa dentro do cenário corporativo.”

O experimento está na metade do cronograma, que começou em janeiro e termina em junho. Antes disso, as empresas passaram por etapas de cadastramento, planejamento e entrevistas.

Os dados da pesquisa foram recolhidos em dezembro de 2023, antes da implementação da jornada reduzida, e abril, quando o modelo já havia sido colocado em prática.

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