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Economia

Como fazer um bom currículo depois dos 50 anos de idade

Material precisa ter no máximo duas páginas e só trazer conhecimento que não ficou obsoleto, priorizando atividades dos últimos cinco anos


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Imagem ilustrativa da imagem Como fazer um bom currículo depois dos 50 anos de idade
Diretor de vendas do Grupo Orletti, Sylvio Brito, 51, foi contratado há três meses no Estado. Ele atuava em uma empresa no Sul do País. Atento, viu que a gerente de RH do Grupo Orletti tinha passado pelo seu perfil e logo mandou mensagem demonstrando interesse em voltar para o Sudeste. “Sempre mantive meu LinkedIn atualizado, com informações relevantes em relação ao desempenho profissional e vendo quais eram as exigências para o perfil da vaga que eu estava buscando”, contou |  Foto: Kadidja Fernandes/AT

Mesmo experientes no mercado de trabalho, profissionais com 50 anos ou mais podem enfrentar dificuldades ao elaborar o currículo, já que a forma de fazer e até entregar o documento mudou e muitos conhecimentos ficaram obsoletos.

O currículo deve ser um documento conciso, de no máximo duas páginas. As experiências devem ser colocadas na ordem decrescente, da mais atual para a mais antiga, privilegiando as atividades dos últimos cinco anos.

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Experiências de 20 anos atrás já não são bem-vindas, quando a forma de fazer já não é a mesma.

Alguns conhecimentos, como pacote Office, não precisam entrar. “Subentende-se que todo mundo saiba”, destacou Martha Zouain, diretora da Psico Store.

Entre os conhecimentos que vale colocar, ela citou domínio de plataformas como Canva, Planner e ferramentas de gestão.

Informações importantes para colocar: dados pessoais (nome, endereço, e-mail, telefones), objetivo profissional (focar na área de interesse), formação acadêmica e cursos complementares, experiência profissional.

“Como especialista em processos seletivos, não vejo muita importância no desenho dos currículos, a não ser que a vaga considere isso. O importante é torná-lo claro suficiente para identificá-lo com o objetivo da posição buscada”, destacou a psicóloga organizacional Beatriz Magadan, diretora da DRH Consultoria.

Na hora de fazer o currículo, o candidato nunca deve esconder a idade, na opinião da psicóloga e professora da área organizacional da UVV Ana Paula Faria. “A idade não pode ser vista como um fator reduzicionista”, frisou.

Já a gerente de Projetos e especialista em diversidade, equidade e inclusão na Maturi, Fabi Granzotti tem uma visão diferente. “As empresas não estão preparadas para isso. Então, não coloque a idade no documento”, defendeu.

No currículo, segundo ela, o candidato precisa mostrar que contratá-lo para a vaga vale a pena. “Quando descobrirem sua idade, já vão querer tanto que você esteja na empresa que essa informação já não fará diferença”, divergiu a especialista da Maturi.

Poucas empresas ainda pedem o documento impresso. Algumas têm plataforma que os candidatos preenchem gerando o documento e outras ainda recebem o currículo por e-mail.

Recomendação é ser instigante

Profissionais com 50 anos ou mais muitas vezes sofrem com o etarismo — preconceito devido à idade — no mercado de trabalho. Por isso, precisam apostar em currículos cada vez mais instigantes.

O documento precisa ser capaz de fazer as empresas que não queiram os cinquentões perceberem sua visão equivocada.

Uma pesquisa da Robert Half já apontou que entre os preconceitos das empresas para a contratação de profissionais mais maduros estão a crença de que eles buscam altos salários, têm pouca flexibilidade, são desatualizados e vão ampliar o conflito de gerações no ambiente de trabalho.

A diretora da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-ES) no Espírito Santo, Alessandra Zanotti, lembrou que no currículo pode constar informações que mostrem para as empresas que elas têm uma percepção errada.


Para fazer um bom currículo

Personalização

Na hora de montar um currículo, a principal preocupação deve ser com o conteúdo. O profissional deve personalizar o conteúdo de acordo com a vaga para a qual pretende se candidatar.

Seletividade

Profissionais que vivenciaram diversas experiências devem privilegiar aquelas que são compatíveis com a vaga que almeja.

Fica de fora

Experiências e aprendizados que se tornaram obsoletos ficam de fora.

Valorizar a experiência

Um dos diferencias dos profissionais mais maduros é a experiência. Por isso, é importante saber valorizá-la no currículo.

De acordo com especialistas, isso pode ser feito mostrando os resultados que o profissional trouxe para a empresa onde trabalhou. Mas sem perder de vista o cargo que almeja alcançar.

Atualização

Uma das justificativas utilizadas pelas empresas para não contratar profissionais mais maduros é desatualização. Por isso, é importante mostrar conhecimento das novas tecnologias para desenvolver o trabalho, seja por meio de cursos ou de experiências.

Motivação

Profissionais mais maduros às vezes buscam vagas para as quais têm uma qualificação maior do que o necessário. Para a empresa, isso pode ser interpretado como sinônimo de que o profissional ficará por pouco tempo na função. Por isso, é importante explicar o motivo de se candidatar para aquele posto.

Trabalho em equipe

A facilidade de trabalhar com profissionais de outras gerações, quando existente, também é uma habilidade importante para o documento.

Duas páginas

Por mais que tenha muito a escrever, especialistas em recrutamento e seleção destacam que o currículo não deve ter mais que duas páginas. As experiências mais recentes devem ser privilegiadas em detrimento das outras.

Design

Design criativo e rebuscado cabe quando o profissional busca alguma vaga voltada para essa área de design. Para as demais áreas, os recrutadores afirmam que “menos é mais”.

Simplicidade

A própria escolha do design, das fontes e da forma de montar o currículo já traz para o recrutador informações sobre a personalidade.

Foto

A foto só deve ser colocada no currículo quando é uma exigência. Se não for solicitada pela empresa contratante, não há necessidade de colocar. O candidato deve escolher aquela que passe uma imagem mais profissional, com um leve sorriso.

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