Um dia desses passei por uma situação que me deixou de cabelos em pé. Meu celular tocou e era um caso que eu ainda não tinha visto tão de perto, um desafio. Tratava-se de um pedido de socorro mesmo. 

Uma menina de 22 anos, que foi submetida a uma cirurgia para deixar a área íntima mais bonita,  fez o procedimento com um outro profissional e estava insatisfeita com o resultado.

Porém, quando eu vi o caso, eu fiquei ainda mais chocada, pois foram retirados todos os pequenos lábios e ela ficou apenas com a parte do clitóris tapando, e eu confesso que demorei a entender o que tinha acontecido. 

Ela estava com os pequenos lábios amputados. Nesse momento comecei a pensar nas formas possíveis de ajudar a melhorar o aspecto daquela região. Visto que não havia mais pele ali.

Às vezes acontecem coisas sérias como essas que é necessário realmente uma reconstrução, mas como fazer sem pele sobrando? 

Primeiramente orientei aguardar a cicatrização da ferida enquanto eu fazia o planejamento da cirurgia.

Seria um caso de reconstrução que envolve tecido, enxertos, e todo o nosso conhecimento médico. 

Iniciei o protocolo propondo uma estimulação de colágeno e algumas suplementações locais, também utilizei cicatrizantes e hormônios locais pra melhorar a pele. E foram quatro meses de preparação para a realização da cirurgia.  

São situações amplas e que mexem com o emocional do paciente, ultrapassa aquela máxima da harmonização da genitália, que também é muito importante e exige conhecimento específico da área. 

Quando a cirurgia é estética e não foi mexida, temos muitas possibilidades como cirurgia do capuz, pequenos lábios, grandes, e muito mais. Porém, quando a paciente chega com limitações, o caso complica.

O fato é que hoje a medicina está amplamente avançada e as técnicas estão cada vez mais disseminadas.

Mas uma coisa que sempre aconselho vocês é que é imprescindível que vocês conheçam bem o profissional, tenham referências boas do procedimento executado e que vejam o antes e depois de várias cirurgias executadas pelo profissional a fim de alinhar as expectativas e obter confiança. 

É importante frisar que não precisamos mais carregar traumas para a cama. Se algo te incomoda, eu acho legítimo que você faça sim um procedimento. 

Temos tantos casos de mulheres e até homens que recuperaram a autoestima com cirurgias e procedimentos estéticos, sejam faciais, na mama, ou em outras partes do corpo. Então, na região íntima não é diferente, se é algo que incomoda acredito que a cirurgia ajude em muitos aspectos. 

Mas o apelo de hoje é: se informe bastante antes de se submeter a procedimentos, pois recuperar não é fácil, é demorado, e pode não ficar muito estético.

Seja reconstrução devido a acidentes, problemas de saúde, ou seja por estética, ou erro, apesar de hoje conseguirmos minimizar esses problemas, o melhor dos mundos é se vocês não precisarem passar por isso.

Só para você ter uma ideia, a cirurgia demora algumas horas e a recuperação necessita de cuidados redobrados, o pós-operatório da cirurgia íntima no geral é relativamente simples. Exige higiene e alguns cuidadinhos básicos. 

E na reconstrução, o risco de complicação pode ser maior devido à maior área tratada. 

O sexo e as atividades de impacto estão liberadas em cerca de trinta dias.

Ainda tem dúvidas? Quer saber mais sobre os procedimentos que podemos realizar na área da estética íntima. 

Solto informações sobre isso com frequência no meu Instagram @dra.lorenabaldotto. Vai ser um prazer ter você por lá!