Namoro velho que não vira casamento
Coluna foi publicada no sábado (31)
O namoro é um período de conhecimento do casal. Não há um tempo certo para ele. Normalmente as pessoas namoram, noivam e se casam, contudo não é uma obrigação seguir esse caminho.
Tem gente que se casa rápido, outros demoram a se casar e tem aqueles que nunca se casam. O que você acha disso? Que situação você viveu nesse aspecto?
Cada um é dono da sua vida e faz dela o que quiser, desde que não cause um dano para os outros. No caso do namoro vale essa observação também.
Se apenas namorar sem se casar é um consenso e decisão dos dois, tudo bem; ninguém está em sofrimento ou perdendo tempo em algo que não vai virar matrimônio.
Embora não haja um tempo certo da etapa do namoro, parece que três a quatro anos, no máximo, é o bastante para um casal ter se conhecido e partir para o fim da relação ou para o casamento.
Namoro que não vira casamento é como fruta que não amadurece e flor que não desabrocha.
Existe atualmente um tipo de relacionamento a que se chama “namorido”, que é quando o casal já faz praticamente tudo que um casal casado faz, mas não mora junto, não tem responsabilidades matrimoniais com o outro, não tem planos de futuro que um casal normal teria, não planejam ter filhos.
Namoros de longa data, em que os dois não entraram num acordo sobre a duração dessa fase, poderão gerar ansiedade e um dano emocional para uma das partes. A indefinição do relacionamento dá uma sensação de incompletude ante as expectativas sociais, familiares e pessoais.
Na maioria das vezes é o homem que não quer se casar. O que poderia impedir um casamento depois de um tempo de namoro? Medo da vida de casado? Falta da condição financeira necessária? Insegurança em relação ao futuro? Medo de sair da casa dos pais? Esses e outros receios podem estar influenciando a decisão do namorado.
No caso da namorada, o que faz uma mulher aceitar a viver uma indefinição por tanto tempo? Tem medo de não encontrar outro parceiro? Se acostumou com o parceiro? Parece ser dois medos que se juntam. Uma parte tem receio de se casar, a outra teme não encontrar outra pessoa que goste.
Esses pensamentos podem ocorrer, mas devem ser superados. Pessoas envolvidas nesse desconforto devem buscar ajuda terapêutica para entender seus receios e impedimentos na superação dessa fase. A terapia pode ajudar a superar a dificuldade em sair desse tipo de relacionamento e buscar outro parceiro.
Você deve enfrentar o que te incomoda e te faz sentir mal. Sair de um namoro de longa data pode gerar muita ansiedade e medo, mas esses sentimentos precisam ser encarados de frente.
Decida a sua vida desde agora para que não se frustre depois. Há um momento que precisa haver uma definição para se viver uma vida melhor.
Não é uma regra que você tenha que se casar, ter um companheiro ao lado, filhos, etc. Muita gente vive bem sozinho(a), contudo, ao entrar num namoro, ambos têm que saber onde querem chegar.
Se a pessoa com que se relaciona tem planos de vida diferentes do seu, crie coragem e saia desse relacionamento.
Com o término você sofrerá, é verdade, mas depois se sentirá melhor, se sentirá livre.
- Cláudio Miranda é da Diretoria da ATEFES (Associação de Terapia Familiar do ES), Terapeuta de Família, Psicopedagogo Clínico, Pós-graduado pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto USP.