Pedra dura
Coluna foi publicada nesta segunda-feira (25)
Folha de São Paulo
Um dos principais flancos de ataque da oposição ao projeto de privatização da Sabesp será a estratégia de Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) de utilizar parte ainda não estimada do dinheiro da venda para reduzir a conta de água dos consumidores logo após a concretização da desestatização.
A ideia foi analisada no primeiro relatório produzido pelo IFC, braço do Banco Mundial contratado pelo governo de São Paulo para modelar a privatização, ao qual o Painel teve acesso.
Indispensável
O relatório diz que a eficiência da gestão privada com investimentos e custos operacionais “não garantiria redução das atuais tarifas da Sabesp”. Por isso, parcela ainda não calculada dos recursos da venda das ações do governo teria que ser destinada a esse fim.
Escorre pelas mãos
O deputado estadual Antonio Donato (PT-SP) diz que isso mostra que o benefício de diminuição da conta de água alardeado por Tarcísio é insustentável. Para o parlamentar, a redução tarifária imediata teria como objetivo gerar sensação artificial e passageira de sucesso da privatização. “Usar dinheiro de ativo para custeio é um erro clássico”, afirma.
Líquido e certo
O governo Tarcísio diz que os ganhos de eficiência com a privatização no médio e longo prazos garantirão redução perene das tarifas de água.
Arranca-rabo
Enviado pela Assembleia Legislativa de São Paulo a Tarcísio na última quarta-feira, o projeto de lei que proíbe a venda de cachorros, gatos e pássaros domésticos em pet shops é o novo dilema do governador, que tem sido pressionado por grupos de defensores de animais e de criadores e empresários.
Impasse
Rafael Saraiva (União), autor do projeto, diz que o objetivo é combater maus-tratos. Lucas Bove (PL) afirma que o texto vai afastar os empresários de São Paulo e gerar mais abandono de animais. Tarcísio já ouviu os dois lados e deve tomar sua decisão em breve. Sanções e vetos recentes do governador a projetos de deputados geraram repercussão negativa.
Agora falo eu
O governo Lula (PT) já se prepara para arbitrar uma solução para a regulação do trabalho por aplicativo caso empresas e trabalhadores não cheguem a um acordo até o dia 30, quando está prevista a conclusão do grupo criado para discutir o tema.
Não vai dar
O problema maior está sendo a negociação entre apps e entregadores. As empresas fizeram proposta para pagar R$ 17 por “hora efetivamente trabalhada”, mas os motoristas pressionam para que seja contabilizado todo o tempo que estão conectados (“logados”) no aplicativo.
Ei, você aí
Presidente da Embratur, Marcelo Freixo está procurando senadores para convencê-los a manter no texto que regulamenta as apostas esportivas o dispositivo que destina 1% de arrecadação com a atividade para a agência.
Calculadora
A distribuição de parte dos recursos arrecadados com as bets é tida como fundamental para que a agência consiga manter as atividades. Sem isso, a única fonte de financiamento são R$ 100 milhões repassados pelo Sebrae.
De olho
O Conselho Nacional de Justiça deve analisar amanhã se o juiz Orlando Faccini Neto cometeu infração disciplinar na anulação do júri que condenou quatro réus acusados do incêndio na boate Kiss, ocorrido em 2013.
De novo
No último dia 5, a 6ª turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve a anulação, e um novo júri foi marcado para fevereiro de 2024. Antes da anulação, os réus haviam sido condenados a penas entre 18 e 22 anos.
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Painel,por Folha de São Paulo