Otimista
Coluna foi publicada no domingo (13)
Folha de São Paulo
Declarações de Fernando Haddad (Fazenda) sobre a redução do estoque de precatórios para até R$ 7 bilhões em 2027 não são ancoradas em estimativas do próprio ministério e contrastam com informações prestadas por dois órgãos técnicos do governo ao TCU. “Esperava-se algo em torno de R$ 20 a R$ 30 bilhões de estoques acumulados até 2027. E a nossa estimativa é que isso deve cair para menos de R$ 10 bilhões, possivelmente em torno de R$ 7 bilhões”, disse ele em 4 de agosto.
Chute
Relatório do TCU de julho traz manifestações do Tesouro e da Secretaria de Orçamento Federal (SOF) dizendo que não é possível prever o fluxo das dívidas judiciais nos próximos anos. “Tais montantes dependem de inúmeros fatores, muitos dos quais imprevisíveis”, diz a SOF. O atual estoque de precatórios é de R$ 93 bilhões, e o tema tira o sono do governo, por ameaçar o equilíbrio fiscal.
Enigma
O Ministério da Fazenda afirmou ao Painel que “as estimativas (para precatórios) continuam sendo elaboradas.” Já a SOF, ligada ao Planejamento, respondeu que “apenas destaca no documento ao TCU a dificuldade de se estimar o volume nos próximos anos.”
Baú...
Aliados do governador de Minas, Romeu Zema (Novo), usam um argumento empresarial para desfazer a pecha de antinordestino que o ameaça após declarações que foram vistas como de incentivo a uma disputa entre as regiões do Brasil. Dizem que o Grupo Zema, de varejo, tem grande presença no Nordeste. Mais especificamente na Bahia, onde são 32 lojas, com 303 funcionários.
...da felicidade
Antes de vencer a eleição, em 2018, o governador era atuante no conglomerado, hoje tocado por sua família. Outro ponto destacado por aliados é o alto volume de investimentos no vale do Jequitinhonha, com características parecidas às do Nordeste.
Foco
O RenovaBR, grupo que estimula a renovação política, passou a aceitar pessoas que já exerceram mandatos e as que estão na primeira experiência em cargo eletivo para seus cursos. Antes, apenas novatos podiam se inscrever no programa. O último processo seletivo, direcionado a formar candidatos para a eleição municipal, atraiu 13 mil interessados.
Xadrez
Cada vez mais próximo de Jair Bolsonaro (PL), o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), tem dito a aliados que o apoio do ex-presidente não é o seu principal objetivo para a reeleição. A tática é convencer Bolsonaro e Valdemar Costa Neto, presidente do PL, a não patrocinarem nenhum candidato em São Paulo. Assim, ele se isolaria como representante do centro à direita na polarização com Guilherme Boulos (PSOL).
Padrinho
De quebra, Nunes teria caminho livre para ganhar o apoio do bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos). A equipe do prefeito tem encomendado pesquisas e se animado com a boa aprovação da gestão do governador.
Amargo
A Assembleia de São Paulo vai pagar R$ 3,8 milhões nos próximos 30 meses pelos serviços de copeiragem e garçonaria, que inclui o cafezinho servido para os 94 deputados e seus convidados. O novo contrato, assinado no dia 1º deste mês, está 57% mais caro em comparação ao anterior, de janeiro de 2021, contra uma inflação de 20% do período. Em nota, a Alesp disse que a licitação reuniu 28 concorrentes e teve um deságio de 19% com relação à pesquisa de mercado.
Cabo de guerra
Associações de procuradores estaduais têm pressionado parlamentares da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara para que não apreciem uma proposta de emenda que inclui servidores no processo de eleição da lista tríplice dos Ministérios Públicos Estaduais e o do Distrito Federal.
Em 30 de junho, o relator, Rubens Pereira Jr. (PT-MA), apresentou parecer pela admissibilidade. Os procuradores argumentam que os servidores não têm vitaliciedade, enquanto os funcionários defendem a medida para tornar os MPs mais plurais.
Zema compartilha frase de Olavo
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), compartilhou uma frase do guru do bolsonarismo Olavo de Carvalho, em sua mensagem de bom dia ontem.
“Estudar de menos e opinar demais. Essa é a melhor desgraça do brasileiro”, diz a frase compartilhada pelo governador mineiro.
Durante muitos anos, Olavo de Carvalho foi uma espécie de mentor de Jair Bolsonaro (PL) e seus filhos. O filósofo compartilhava uma postura conservadora similar à família do ex-presidente, além de discursos negacionistas.
SUGERIMOS PARA VOCÊ:
Painel,por Folha de São Paulo