Olhos nos olhos
Coluna foi publicada nesta quarta-feira (03)
Folha de São Paulo
Lideranças dos movimentos sociais alinhados ao governo Lula (PT) se queixam de distância do Presidente no atual mandato e cobram contato direto em 2024. Eles dizem que a relação institucional melhorou na comparação com o período Jair Bolsonaro (PL), mas que, para além do aspecto simbólico, o próprio Lula poderia se beneficiar dos encontros pessoais com as diretorias dos grupos, nos quais ouviria comentários de representantes da sociedade civil que não estão subordinados a ele.
Ocupado
“Não é razoável, pensando na parceria que construímos nos últimos tempos, o Lula não ter recebido o MST”, afirma João Paulo Rodrigues, coordenador nacional do movimento. Segundo ele, a visita do Presidente a um assentamento foi combinada e não ocorreu, assim como uma reunião.
Independência
“O diálogo direto poderia existir a cada alguns meses. É natural que quem está de fora tenha mais autonomia nas opiniões”, diz Raimundo Bonfim, da Central de Movimentos Populares.
A hora é essa
Ele afirma que gostaria de levar a Lula seu diagnóstico de um problema de comunicação. Após um ano com percepção positiva sobre a economia e arrefecimento da tensão política, a aprovação do governo deveria ter crescido, e não se mantido estável, avalia.
Foco
Centro de estudos ligado ao PT, a Fundação Perseu Abramo vai criar neste ano um núcleo dedicado a estudar temas religiosos e a relação do partido com as diversas fés. Embora todas as religiões devam ser objeto de análise do novo grupo, os evangélicos receberão atenção especial.
Falta
Segundo Paulo Okamotto, presidente da Fundação, há compreensão no partido quanto à Igreja Católica, mas o mesmo não acontece em relação aos evangélicos. A ideia é produzir estudos e pesquisas e dar sugestões sobre como se relacionar com o segmento.
Faz o...
O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, determinou que a Caixa transferisse, ontem, R$ 703 milhões dos cofres estaduais para os municípios da região metropolitana de Maceió, referentes aos valores obtidos com a concessão do saneamento básico.
...pix
O governo Paulo Dantas (MDB), que ficou com R$ 301 milhões, apresentou contestação, rejeitada por Barroso. O volume total, R$ 1 bilhão, estava parado havia dois anos. Diante da iminência do início do exercício financeiro de 2024, o ministro decidiu não esperar que o governo fizesse a transferência. O episódio faz parte da guerra entre Arthur Lira (PP), aliado do prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL), e Renan Calheiros (MDB), padrinho político do governador.
É só pena...
Lideranças do PSDB de São Paulo se reuniram em dezembro com o presidente nacional do partido, Marconi Perillo, em encontro marcado por críticas a Eduardo Leite (PSDB-RS), governador que comandou o partido no último ciclo.
...que voa
As principais censuras foram dirigidas a uma suposta perseguição aos que se aliaram a João Doria. Perillo disse que não concordava com posturas do tipo, pois também já teria sido alvo e pelo mesmo motivo. Participaram Carlão Pignatari, Duarte Nogueira, Eduardo Cury e Ricardo Tripoli, entre outros.
Pra já
Nesse sentido, Perillo tem dito aos dirigentes que fará prévias no diretório estadual de São Paulo em fevereiro. Leite colocou um aliado no comando, Paulo Serra, prefeito de Santo André, no penúltimo dia de seu mandato como presidente, em 28 de novembro. Ele substituiu Marco Vinholi, ligado a Doria e que foi barrado por Leite em outubro.
Mira
A CPI das ONGs, de autoria do vereador Rubinho Nunes (União), deverá ser instalada assim que a Câmara Municipal de São Paulo retomar os trabalhos, em fevereiro. Ela tem como principal alvo a atuação do padre Júlio Lancellotti na região central da capital, mais especificamente na cracolândia.
Tiroteio
O vereador articulou junto à cúpula da Casa um acordo para instalação da CPI, que deverá ganhar contornos eleitorais: Lancellotti é próximo de Guilherme Boulos (Psol), um dos pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo em 2024. O partido de Rubinho, União Brasil, apoiará a reeleição de Ricardo Nunes (MDB), e Kim Kataguiri, filiado à sigla, também é pré-candidato.
Cadeado
Aliados de Valdemar Costa Neto dizem que o presidente do PL não dará a Ricardo Salles (PL-SP) uma carta de desfiliação e que obrigará o ex-ministro a escolher entre o seu mandato de deputado federal e a candidatura para a Prefeitura de São Paulo.
Perigo
Como candidato, Salles poderia tirar votos de Ricardo Nunes, que é apoiado por Valdemar, e desgastá-lo com ataques públicos, já que o escolheu como alvo preferencial no último ano.
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Painel,por Folha de São Paulo